TIFF 21 | Um Ninho Para Dois: Drama de auto-ajuda com uma competente Melissa McCarthy

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Do que se trata Um Ninho Uma Para Dois:

Depois que Lilly (Melissa McCarthy) e Jack (Chris O’Dowd) sofrem uma grande perda, cada um segue um caminho para lidar com o seu luto e tentar salvar o seu relacionamento, redescobrindo a capacidade de amar.

O diretor Theodore Melfi comanda o longa com roteiro de Matt Harris. No elenco temos ainda Timothy Olyphant, Skyler Gisondo, Daveed Diggs, Laura Harrier, Rosalind Chao, Loretta Devine e Kevin Kline.

O que achamos:

Em alta em Hollywood em seu terceiro projeto no ano, a atriz Melissa McCarthy se mostra mesmo uma das atrizes mais versáteis no ar ultimamente. Em Um Ninho Para Dois, McCarthy está absolutamente bem e confortável nessa história sobre perda, luto e dar a volta por cima. Depois de atuar no longa de super-herói Operação Trovão e na série Nove Desconhecidos, McCarthy assume um papel mais dramático, mesmo que não deixa o seu bom humor característico de lado como em quase todas as suas produções.

Aqui, não espere nada muito parecido com a carga dramática de Poderia Me Perdoar?, por exemplo, um dos melhores papeis da atriz, mas, como falamos, McCarthy realmente está muito bem e se garante nos momentos mais sérios ao lado de Chris O’Dowd, outro comediante que tem dado as caras no drama, e do veterano Kevin Kline.

Claro, Um Ninho Para Dois tem um tom quase de filme B, aqueles de auto-ajuda totalmente clichezão, mas garante nas interações da personagem de McCarthy com o tal pássaro que dá o título do longa no original. É nos momentos mais divertidos e que servem para fazer um grande contaponto e balancear com o drama que o longa ganha um certo destaque. No filme acompanhamos o casal Lily (McCarthy) e Jack (O’Dowd) em luto, e vemos como eles precisam superar a perda de uma filha ainda bebê e como isso afetou a saúde mental dos dois, e de formas diferentes, mesmo que no final, Lily e Jack vivem o mesmo tipo de dor.

Jack vai para uma instituição e Lily fica em casa segurando as pontas. Mas nem tudo são flores para a personagem, afinal, o trabalho no super-mercado, o chefe mala (Timothy Olyphant) e o colega mais jovem (Skyler Gisondo) que não entende completamente o que ela passada, nem sempre ajuda a personagem que vive num piloto automático, e serve apenas para mascarar a dor que ela ainda vive. O mesmo é válido para o marido que acha que está bem no local diferente dos colegas internados, com uma ótima Loretta Devine. Jack acha que não é necessário estar lá mesmo tendo sofrido um colapso nervoso e tentado se matar.

Na medida que Lily recebe a orientação de visitar um médico, a supresa dela é que o Dr. Larry (Kline, muito bem também) cuida de animais. Assim, o roteiro Matt Harris claramente brinca com a questão de como Lily poderá ser ajudada por um “veterinário”? Mas a relação entre os dois apenas começa e claro, Um Ninho Para Dois aproveita o tal pássaro e o médico para ajudarem Lily com seus problemas.

Sinto que o longa é um daqueles bem água com açúcar mas tem seus bons momentos. As interações de McCarthy e Kline entregam boas cenas mesmo que o longa se apoie em algumas passagens que são tão óbvias para a resolução da trama que nunca deixam o longa se aprofundar como deveria na trama e desenvolver as passagens de luto que os protagonistas tem que viver. No final, Um Ninho Para Dois entrega um filme sobre ver a luz no final do túnel, onde aqui somos guiados por McCarthy em um capacete de futebol americano que é atacada por um pássaro raivoso que só quer proteger seu ninho, assim, como Lily.

Avaliação: 3 de 5.

Um Ninho Para Dois chega na Netflix em 24 de setembro.

Visto em sessão digital da edição 2021 do Festival de Toronto.