Ursinho Pooh: Sangue e Mel 2 | Crítica: Continua trash? Sim. Melhora? Também.

Sequência de Ursinho Pooh: Sangue e Mel continua trash? Sim. Melhora em relação ao primeiro? Também. Mas não se empolguem. Nossa crítica.

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E quem diria que para a franquia Ursinho Pooh: Sangue e Mel melhorar em relação ao primeiro filme tudo que a gente precisava era acender as luzes? É isso que Ursinho Pooh: Sangue e Mel 2 (Winnie-the-Pooh: Blood and Honey 2, 2024) faz, entre outras coisas.

A primeira delas é a dica fundamental para quem quiser se ameaçar aventurar em assistir na sequência: é meio que esquecer que o filme original existe. O longa do ano passado é tratado até mesmo aqui no filme como uma chacota pelos produtores, então, você espectador pode pular completamente Ursinho Pooh: Sangue e Mel 1 se quiser se aventurar na sequência e tomar uns sustos aqui e ali. Afinal, Ursinho Pooh: Sangue e Mel 2 garante algumas puladinhas na cadeira, sim, apresenta cenas extremamente violentas e algumas reviravoltas aqui e ali.

E claro, talvez, a principal coisa que muda em Ursinho Pooh: Sangue e Mel 2, além do filme ganhar iluminação, claro, é que o ator que interpreta Christopher Robin também muda. Sai o britânico ucraniano Nikolai Leon e entra Scott Chambers (que atuou na produção do primeiro filme) e que aqui no filme assume a figura do ex-melhor amigo do Ursinho Pooh. E assim, a história da sequência continua a trama de onde parou (tá bom, se passou um 1 ano) com Christopher Robin (Chambers) como o sobrevivente do Massacre do Bosque 100 Acres e tentando viver sua vida depois de ter sobrevivido ao encontro com a figura macabra de Ursinho Pooh e seus amigos lá no primeiro filme.

Scott Chambers em cena de Ursinho Pooh: Sangue e Mel 2. Foto: Courtesy of ITN Distribution/Imagem Filmes. All Rights Reserved.

O roteiro continua pelas mãos do diretor do primeiro filme, Rhys Frake-Waterfield (baseado nos personagens de A.A. Milne que entraram em domínio público em 2022), onde Ursinho Pooh: Sangue e Mel 2 tem a presença também de Matt Leslie que trabalhou no longa Verão de 84 (2018) que talvez seja o grande responsável por dar um ar mais slasher para o filme e que brinca com referências para outros filmes de terror conhecidos. Ursinho Pooh: Sangue e Mel 2 continua trash? Sim. Mas melhora em relação ao primeiro? Também. Mas também não é nada para se empolgar e sair gritando CINEMA com a foto do Martin Scorsese nas redes sociais.

Aqui na sequência tanto Robin quanto Pooh deixam de ser os personagens unidimensionais e opacos que vimos no primeiro e ganham novas camadas que ajudam a contar essa história. Claro, não é nada “Oscar material”, como falamos, tudo ainda continua bem tosco, com algumas frases de efeito pavorosas e cenas violentas por apenas serem, mas Ursinho Pooh: Sangue e Mel 2 se molda como um filme, filme, em vez de ser apenas um amontoado de cenas grotescas aqui e ali. E realmente temos uma história com começo, meio e fim, na medida que Pooh se recupera fisicamente (e ganha uma nova máscara!), escondido em uma caverna no meio do bosque, ao lado de Tigrão, Leitão e uma Coruja, e Robin segue sua vida com sua família (seus pais e irmã mais nova), vai para a terapia, e tenta trabalhar como médico no Hospital da cidade de Ashdown que realmente não acredita na história que ele foi atacado por seres na floresta.

Assim, na medida que Robin sofre com essa rejeição dos vizinhos, Pooh planeja sua vingança e começa a atacar novamente os moradores da cidade. E para isso, Ursinho Pooh: Sangue e Mel 2 parece que usa o seu novo orçamento para entregar cenas das mais violentas e sem pé nem cabeça (onde muitos pés, e muitas cabeças voam por ai). Seja novamente colocar um grupo de mulheres sendo perseguidas pelas criaturas da floresta (uma das poucas boas cenas do primeiro longa que é repetida na sequência), ou as criaturas perseguindo um bando de jovens por uma festa rave no meio de um lugar abandonado, ou ainda, toda a perseguição de Pooh para a jovem Lexy (Tallulah Evans) que serve de babá para o jovem Freddie (Flynn Gray).

Pooh em cena de Ursinho Pooh: Sangue e Mel 2. Foto: Courtesy of ITN Distribution/Imagem Filmes. All Rights Reserved.

É aí que Ursinho Pooh: Sangue e Mel 2 esbanja referências para os clássicos, desde de Pooh perseguindo a babá, em uma homenagem para Halloween, até mesmo para a máscara que Freddie usa de Freddie Kruger, para o balão vermelho de It – A Coisa. É divertido, é trash. E ainda no meio do caos, das cenas de corpos mutilados e muito sangue, Ursinho Pooh: Sangue e Mel 2 então apresenta uma história de mistério que acaba por conectar todos os pontos da infância de Robin e sua relação com Pooh. Sem spoilers, aqui, o roteiro ainda abre espaço para o futuro da franquia, o chamado Poohverse.

É simples, é extremamente fácil de adivinhar, mas pelo menos dá para a trama alguma coisa para os personagens fazerem quanto Pooh (com uma motosserra que pega fogo!) e companhia perseguem a cidade toda e acabam com os colegas de Robin, com os policiais, e até sobre para a Sra. Robin numa das cenas mais angustiantes da sequência.

No final, Ursinho Pooh: Sangue e Mel 2 é ruim? Sim, é ruim, é bem ruim, mas pelo menos diverte e chega a entregar uma trama que melhora tanto em relação ao filme original que já pode ser considerado uma vitória para a franquia que sofre com um soft-reboot. Agora tem que ver se o trem do hype vai continuar ou se Ursinho Pooh: Sangue e Mel foi uma moda passageira, um meme, uma trend que ficou em 2023 ou se tem alguma coisa aí. O primeiro fez dinheiro então…. Vocês vão assistir?

Nota:

Ursinho Pooh: Sangue e Mel 2 chega em 25 de abril nos cinemas nacionais.

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