Homem-Formiga e a Vespa: Quantumania | Crítica: Início da Fase 5 entrega maior aventura do pequeno herói

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Fica claro que a escolha de Quantumania para ser o subtítulo de Homem-Formiga e a Vespa: Quantumania (Ant-Man and the Wasp: Quantumania, 2023) foi uma grande escolha. Afinal, o terceiro longa desse herói que encolhe (e, às vezes, aumenta de tamanho) não só abre a Fase 5 da Marvel Studios nos cinemas, como também entrega a maior aventura para Scott Lang e companhia até então.

homem-formiga e a vespa
Paul Rudd, Kathryn Newton e Evangeline Lilly em cena de Homem-Formiga e a Vespa: Quantumania
Foto: Courtesy of Marvel Studios. © 2022 MARVEL.

De olho no carinha pequeno. Mais uma vez. E quão maluco é essa questão de que esse novo filme do personagem se passe no Reino Quântico, onde tudo é reduzido para um tamanho de partículas subatômicas, mas que as ameaças apresentadas aqui, enfim, são ameaças para se equipar com as outras ameaças que os outros Vingadores já passaram né?

E Homem-Formiga e a Vespa: Quantumania chega para finalizar a trilogia Homem-Formiga, e faz isso em grande estilo e entrega um longa que realmente empolga e diverte. Para um filme do personagem, sinto que o longa cumpre seu papel no vasto catálogo do MCU. Nem tudo precisa ser sério e ultra realista com são os longas de Pantera Negra, ou colorido e pirado como Thor após Ragnarok. O canto do MCU que temos o Homem-Formiga, mostra que ele sempre foi aquele super herói, mais humano e menos herói, com histórias mais mundanas, com vilões ameaçadores dentro do contexto que eram apresentados naquelas histórias, e isso sempre bastou de uma forma ou de outra para os momentos que passamos com Scott, Hope e tudo mais.

Mas aqui, no terceiro filme, Homem-Formiga e a Vespa: Quantumania ganha ares mais cinematográficos, afinal, é o que agora é necessário para o público diferenciar você assistir Marvel Studios na sua TV, no Disney+, ou ir ao cinema. E para isso, Homem-Formiga 3 não só apresenta sua aventura mais ambiciosa até o momento, como nos introduz para novos elementos que não só fazem parte da trama desse filme que assistimos, como terão repercussões importantes para o MCU daqui para frente.

E mesmo assim, o longa não perde seu DNA, sua essência, onde junto com tudo isso que falamos, Homem-Formiga e a Vespa: Quantumania continua com aquele clima simpático e galhofa dos outros filmes. 

Desde que Scott (Paul Rudd) foi responsável por introduzir a questão do Reino Quântico e de viagem no tempo e espaço, ficaria claro que uma hora ou outra iríamos embarcar rumo ao local. E apertem os cintos que você partirá para uma viagem em família para um local que pode não parecer ameaçador, mas que tem seus segredos no meio do vasto grande Universo que se apresenta na hora que a família Pym-Lang desembarca no local, depois que Cassie (Kathryn Newton), já adolescente, cria um raio comunicador para investigar e mapear o lugar. Só que da Terra.

As coisas mudam quando eles são sugados por alguma coisa (ou alguém?) que responde o sinal. E isso está nos trailers, então, sem reclamar de spoilers, por que é isso que apenas dá início para essa aventura. O mais interessante é que Homem-Formiga e a Vespa: Quantumania parece entregar um trabalho de formiguinha (desculpa o trocadilho) para nos apresentar diversas novas variáveis que vão servir tanto como ameaças, quanto de aliados para o grupo de heróis.

Para alguns é um mundo estranho, desértico ah lá Duna, ou para manter dentro da casa do Mickey, Star Wars, completamente novo. E é bacana conhecer essas novas figuras como um ser telepata (William Jackson Harper), uma guerreira ferroz (Katy O’Brian), um robô e uma gosma falante.

Já para Janet Van Dyne (Michelle Pfeiffer) é o retorno para um local que ela chamou de lar durante 30 anos e não queria voltar de jeito nenhum e isso tem algumas questões que são exploradas ao longo do filme logo de cara, e que dá a chance para o MCU finalmente usar a presença de Pfeiffer que realmente se garante nos momentos mais dramáticos.

É tudo sobre família! Quase como um videogame, onde temos etapas e momentos para desvendarmos os mistérios do local, Homem-Formiga e a Vespa: Quantumania estabelece os parâmetros na medida que o grupo se separa e as dinâmicas familiares são impostas.

Muito do filme se apoia na relação perdida que esse grupo deixou de ter por diversos motivos, seja Hope (Evangeline Lily) com Janet, Janet com o Dr. Hank Pym (Michael Douglas), por conta dela ter ficado presa no local durante uma missão no passado, e também Cassie com Scott por conta do Blip. Isso dá uma camada maior para o longa que não se apoia nas tradicionais piadocas que marcaram os outros filmes e se mostra um roteiro mais maduro para a franquia na medida que eles exploram essas relações e também o lugar marcado por efeitos especiais pesados, horas incômodo, mas muito melhores do que os de Thor: Amor & Trovão (2022), por exemplo.

Paul Rudd continua ótimo com um carisma gigantesco e realmente é a personificação do tipo de humor que marca o personagem já por quase 10 anos. Mas é nos novos personagens, que são um pequeno sopro de revitalização na franquia, que deixam Homem-Formiga e a Vespa: Quantumania com um ar muito mais interessante. São com as presenças de Kathryn Newton e Jonathan Majors que fica claro quem comanda o longa.

Newton está ótima é a nova adição para os “Jovens Vingadores” que vem se formando há diversos projetos no MCU e que realmente tem um arco narrativo bem interessante sobre o que fazer com as suas habilidades, como isso afeta sua vida pessoal e o que ela quer fazer com isso. A personagem tem um paralelo com Kate Bishop muito interessante e espero que no futuro Newton e Hailee Steinfeld tenham cenas juntas em algum outro projeto.

Já Majors não só se mostra uma das melhores descobertas de Hollywood dos últimos tempos, mas aqui ele comanda uma presença cativante em tela que você sente a ameaça e o nível de perigo transbordar em tela. Se a estreia no MCU em Loki foi mais teatral, em Homem-Formiga e a Vespa: Quantumania Majors nos apresenta um personagem complexo e cheio de motivações e que dá para o ator a possibilidade de impressionar com sua atuação certeira.

Jonathan Majors em cena de Homem-Formiga e a Vespa: Quantumania
Foto: Courtesy of Marvel Studios. © 2022 MARVEL.

Todos os caminhos levam para Kang. Como falamos, Homem-Formiga e a Vespa: Quantumania primeiro leva um tempo para situar o espectador no que é, e como funciona, o Reino Quântico, para depois mostrar a figura que dominou, conquistou, e que reina o lugar. Kang, O Conquistador entrega uma vilão estratégico, que está diversos passos a frente dos heróis, com poderes visualmente interessantes e que realmente se mostra uma ameaça interessante de se acompanhar ao longo do filme para vermos como esses heróis vão o derrotar e se vão.

Fica claro que colocar o Homem-Formiga contra essa figura, eleva as ameaças que Scott, sozinho enfrentou. O que deixa Homem-Formiga e a Vespa: Quantumania com um sentimento de que as apostas estão maiores, e que a história parece ir para uma conclusão mais definitiva e perigosa do que parecia ser.

No final, Homem-Formiga e a Vespa: Quantumania consegue mesclar alguns questionamentos super sérios e complexos, com alguns momentos totalmente non-sense, como todas as cenas que envolvem M.O.D.O.K., uma cabeça flutuante armada que persegue os heróis ao longo do filme, mas que não foge da essência do que é, e do que é esperado para um filme do super-herói.

Kang entende isso, sobre quem é Scott, como humano e super-herói e por isso que o faz uma ameaça tão maior do as outras que o personagem já enfrentou. E acho que no final essa é a grande sacada de Homem-Formiga e a Vespa: Quantumania: entregar uma aventura do tamanho do Homem-Formiga, uma hora é grandiosa outra hora é pequenininha, mas que agrada com certeza. 

Avaliação: 3.5 de 5.

Homem-Formiga e a Vespa: Quantumania chega nos cinemas em 16 de fevereiro.

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