Ursinho Pooh: Sangue e Mel | Crítica: Nada funciona em tenebroso terror

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Ursinho Pooh: Sangue e Mel (Winnie-the-Pooh: Blood and Honey, 2023) viralizou algum tempo atrás pela premissa até que curiosa e depois pelas primeiras imagens. Mas é isso, só isso, afinal, hype nenhum consegue mudar que realmente o filme é, um bem ruinzinho.

E estaria tudo bem se pelo menos fosse um ruim-divertido e galhofa, mas o longa tá bem longe de ser isso. Se é que alguém esperava que esse filme fosse bom. Ursinho Pooh: Sangue e Mel é apenas tenebrosamente ruim, apelativo nas cenas slasher, bem mal escrito nas cenas de drama, e realmente pobre e precariamente mal desenvolvido em sua premissa.

Ursinho Pooh em cena de Ursinho Pooh: Sangue e Mel.
Foto: California Filmes.

Como falamos, o conceito e a ideia que o diretor Rhys Frake-Waterfield e também roteirista, coloca em Ursinho Pooh: Sangue e Mel até chega ser interessante e curiosa: Christopher Robin que frequentava o lugar quando criança cresce e deixa de visitar seus amigos. Assim, vimos que depois desse abandono, Pooh, Leitão, o burrinho Ió e os famosos personagens tem um tipo de ataque psicótico e começam a matar uns aos outros e todos que passam perto desse parque inglês. 

E claro que transformar esses seres amados dos contos de fadas em assassinos seriais poderia ser uma boa sacada se fosse feita da maneira certa. Coisa que Ursinho Pooh: Sangue e Mel não faz. Mesmo com uma ambientação visualmente escura e bastante atmosférica, fica claro que Ursinho Pooh: Sangue e Mel depende dos seus visuais para ser moderadamente assistível.

Afinal, o elenco não sustenta a trama, os personagens dos animaizinhos em fúria são pavorosos no sentido de suas escolhas visuais, e claramente são pessoas dentro de vestimentas que os deixam parecer mais como Michael Myers (sem ofensa para a lenda do terror) que ficam se espreitando pelos cantos. 

Assim, na medida que um adulto Christopher Robin (Nikolai Leon) retorna para casa com sua noiva (Paula Coiz), a situação que já não estava boa, piora. Principalmente quando um grupo de jovens garotas no melhor estilo Morte, Morte, Morte chega para passar uns dias em uma casa alugada perto do local onde os bichos ainda vivem surtados.

Tirando a “protagonista” Maria (Maria Taylor), uma jovem que precisava de um tempo afastada do agito da cidade grande depois de sofrer com um stalker que a perseguia e invadiu sua casa, esse grupo de mulheres que se reúnem para passar um final de semana das garotas, não tem personalidade nenhuma e só estão ali para aumentar a quantidade de corpos que o filme acumula quando elas cruzam e se envolvem na vingança de Pooh contra Robin. 

Natasha Tosini em cena de Ursinho Pooh: Sangue e Mel.
Foto: California Filmes.

Assim, o longa usa as mortes desses personagens para entregar grotescas cenas, que estão ali graficamente apenas por estarem ali, onde realmente chocam apenas por chocar. Nem mesmo uma das poucas cenas boas do filme, uma quando vemos a mais estereotipada das garotas, a loira (Natasha Tosini), cheia de maquiagens e caras e bocas, que não aceita ficar longe dos celulares no final de semana, entrar em uma banheira de hidromassagem, e depois vemos que ela é atacada pelo Ursinho Pooh, empolga. Afinal, é uma coisa positiva dentro de um mar de coisas ruins. Talvez se fosse um curta no YouTube, uma esquete em um programa de humor, ou até mesmo um TikTok daria mais certo.

E mesmo que Ursinho Pooh: Sangue e Mel se debruce na mitologia dos personagens do autor A.A. Milne que agora são obra pública, ou seja, os personagens e a história podem ser usados livremente sem a liberação dos direitos autorais, e até consiga, brincar com esse lado mais macabro e slasher, como falamos, é tudo mal feito, com uma qualidade narrativa tão pobre que fica difícil achar qualquer coisa positiva para falar quando estamos sentados no cinema vendo o longa.

No final, Ursinho Pooh: Sangue e Mel parecia que ia ser um slasher ruim que deveria nos fazer rir, mas que nem isso faz. O longa faz tudo ao contrário, se leva a sério demais, e não sabe surfar no hype que ganhou. Os minutinhos de fama on-line comprovam apenas que Hollywood ainda não soube a diferença entre o público da internet rir de, de rir com, tal como esse projeto acaba por ser mais um exemplo. Claramente esse projeto experimental, deveria ter ficado escondido em alguma árvore do Bosque dos 100 acres junto com a ideia de uma sequência que é fomentada pelo longa nos minutos finais. 

Onde assistir Ursinho Pooh: Sangue e Mel?

Avaliação: 1 de 5.

Ursinho Pooh: Sangue e Mel chega nos cinemas nacionais em 10 de agosto.

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