O Véu | Primeiras Impressões: Homeland, só que com Elisabeth Moss

A minissérie O Véu é tipo Homeland, só que com Elisabeth Moss. Nossa crítica da atração do Star+.

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É curioso notar que os projetos que a atriz Elisabeth Moss atua (e produz) têm sempre a mesma pegada, o mesmo tópico de discussão e órbita no mesmo tema, onde no caso do seriado O Véu (The Veil, 2024) não é diferente. 

Na TV, seja com The Handmaid’s Tale ou Iluminadas, ou no cinema com O Homem Invisível, os projetos de Moss sempre tem um toque feminista, onde a atriz personifica personagens de mulheres contra o patriarcado, ou mulheres que sofreram e viveram relações abusivas com homens e isso tudo acaba por fazer parte da narrativa de uma forma ou de outra. E mesmo que em alguns, essa questão possa não ser o que representa o projeto em sua totalidade, fica claro que esses temas estão lá presentes de qualquer forma.

Elisabeth Moss e Yumna Marwan em cena de O Véu. Foto: © 2024, FX. All Rights Reserved.

E O Véu tem isso em sua história e com essa personagem que Moss apresenta aqui. E talvez, o seriado que mais se aproxima do que O Véu apresenta nesses primeiros episódios, seja o drama Homeland, estrelado por Claire Danes, que durou 8 temporadas, e que marcou época por ser uma atração que colocava uma agente governamental à frente de diversas missões de espionagem. 

Claro, no começo isso, não foi assim, mas começo de O Véu segue com a mesma narrativa, onde aqui o que temos são duas personagens, mulheres, num jogo de gato e rato, igual foi com Homeland no seu começo. Quem fala a verdade? E é esse o sentimento que essa nova série me passou nesse começo, nesses 2 primeiros episódios.

O Véu é tipo Homeland, só que com Elisabeth Moss. Afinal, a vencedora do Emmy aqui interpreta uma espiã que assume vários nomes e identidades (no começo ela é Portia) e que aqui vamos chamar de Imogen Salter. E num mundo globalizado, super tecnológico, cheio de drones, e dispositivos que só vemos em filmes de Bond, O Véu coloca essa espiã interpretada por Moss para fazer um trabalho que depende extremamente do contato humano. Nada de algoritmos, nada de informações vinda de softwares, análises de redes sociais. A agente Salter precisa descobrir, munida de sua intuição e seu felling da situação, se a refugiada Adilah El Idrissi (Yumna Marwan, muito boa) é apenas uma mãe separada da sua filha que vive na França ou se ela é a número 2 de uma organização terrorista que planeja um grande atentado no Ocidente nos próximos meses. 

Assim, O Véu trabalha nesse jogo de ambiguidade, de mentiras e traições, enquanto Salter ajuda El Idrissi a sair de um campo de refugiados rumo à Turquia. Mas é claro que a agência governamental de espionagem francesa está de olho nelas, a agência de inteligência britânica também, e é claro que a CIA americana também, onde depois que chegam em Istambul o destino final dessas duas mulheres é a França. 

O seriado então se preocupa em mostrar os diversos lados da comunidade de inteligência tentando reunir provas sobre a identidade da fugitiva. Do agente francês Malik Amar (Dali Benssalah) que tem um envolvimento pessoal com Salter, até mesmo o agente americano Max Peterson (Josh Charles) que está ali para assumir a operação, todos eles estão do outro lado do mundo, enquanto Salter atravessa as regiões mais perigosas do mundo ao lado de El Idrissi, e no final toma para si as rédeas da missão. 

Josh Charles e Dali Benssalah em cena de O Véu. Foto: © 2024, FX. All Rights Reserved.

O mais interessante desse começo é ver o intrincado jogo de gato e rato que as duas jogam, na medida que o roteiro da atração coloca essas personagens contradizendo tudo que nós os espectadores sabemos delas. Em um dos momentos, Salter diz para El Idrissi que não tem filhos, mas vemos nos flashbacks que a personagem teve uma filha. Assim, a atração costura essa história dessas duas mulheres de uma forma que empolga e intriga para saber quem diz a verdade, e o quão verdadeira é essa verdade que elas dizem.

E tanto Moss quanto Marvan estão tão bem aqui, afinal, as duas balanceam qual das duas personagem está no controle da situação em determinado momento e quando um novo pedaço de informação chega (às vezes descobrimos as coisas antes das personagens) você começa a questionar tudo que já viu na tentativa de solucionar esse mistério antes que a série. 

Será que o passado de Salter, com os flashbacks sobre um homem mais velho, uma criança, e uma propriedade rural, vão eclipsar seu julgamento? Será que ela vai conseguir respostas? Será que Yuman diz a verdade? Ou existe alguma coisa maior por trás e envolvida? A série dá pistas, e também, sempre surge com novas perguntas, e nos deixa com a pulga atrás da orelha sempre que alguma coisa nova é introduzida. 

E na medida que tentamos descobrir e saber o que está acontecendo, ajuda quando temos as paisagens das cidades como Paris e Istambul de plano de fundo. O único perigo de O Véu é na hora que o pano for levantado, as perguntas terem sido mais interessantes do que as respostas. Vamos saber nos próximos capítulos.

Serão, no total, 6 episódios para o seriado. O Véu exibe nos episódios toda terça-feira.

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