Um Amor, Mil Casamentos | Crítica

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Nem mesmo nomes conhecidos do elenco, ou uma trama moderadamente original, conseguem salvar Um Amor, Mil Casamentos (Love Wedding Repeat, 2020) de ser uma comédia romântica fraca, e por oras cansativa com uma trama de zigzag. 

Um Amor, Mil Casamentos | Crítica | Foto: Netflix

O trailer da produção, lançado no começo do mês, deixou um gostinho de quero mais ao vermos a confusão que iria se formar durante o casamento, na Itália, entre Hayley (Eleanor Tomlinson) e Roberto (Tiziano Caputo), e ao juntar os diversos personagens com suas personalidades opostas e conflitos pré-existentes. Os votos de uma promessa de uma comédia gostosinha para o período de quarentena foram quebrados iguais os pratos são destruídos nos casamentos da cultura grega: de uma forma forte e sem aviso nenhum.

O grande problema de Um Amor, Mil Casamentos fique, talvez, com seu roteiro, escrito por Dean Craig que também dirige o longa, e que entrega uma comédia exagerada feito a ópera italiana que toca de fundo no meio do casamento no castelo bucólico em Roma, onde os pombinhos reúnem seus principais amigos, familiares, e claro, algumas presenças não desejadas.

E assim, antes do padre conseguir dizer suas palavras, Um Amor, Mil Casamentos coloca os integrantes da fatídica mesa no final do corredor numa marcha nupcial gigante, e marcada por momentos de pura vergonha alheia. E, no longa nem tudo são flores caindo de um buquê, a proposta em contar, e de formas diferentes as histórias envolvendo os convidados que são unidos pelo poder do destino acaba por muito interessante, e até, consegue dar um certo gás na trama, e fazer o espectador rir com algumas das piadas mostradas no filme.

Mas o tom de Um Amor, Mil Casamentos se perde completamente no meio da festa de casamento, as tramas se embolam, os personagens ganham ares e camadas completamente estereotipadas e exageradas e o filme demora para conseguir concluir todas elas.

A indecisão dos personagens de Sam Clafin, esforçado para garantir um tom cômico como Jack, o irmão controlador da noiva neurótica, e Olivia Munn, que tenta sair do lugar comum como Dina, são irritantes, e os outros personagens parecem rodopiar em seus próprios conflitos, assim como, as crianças que ficam ao redor da mesa quando mudam os crachás de identificação de lugares antes da festa começar.

Em Um Amor, Mil Casamentos é esperar o pior acontecer, afinal, temos os personagens se revezando em como seria a realidade em que são eles que tomam o sonífero destinado ao penetrada da festa, um ex-namorado da noiva (Jack Farthing).

Assim, a comédia força suas piadas e recria cenas das formas mais embaraçosas possíveis, seja a tentativa do padrinho de honra (Joel Fry, hilário) em conhecer um diretor de cinema prestigiado, a indecisão de um dos convidados com sua vestimenta mais ousada (Tim Key), ou até mesmo o grande segredo que a noiva esconde e que movimenta as horas finais do filme.

Um Amor, Mil Casamentos | Crítica | Foto: Netflix

Um Amor, Mil Casamentos parece navegar sua história em tentar fazer um jogo de roleta com a vida, e o destino dos personagens, mas apenas esquece de criar um clima de romance que faz boa parte dos personagens do filme ficarem juntos no final.

Em plena quarentena, o nível de exigência não está lá em cima, mas Um Amor, Mil Casamentos não completa bodas nenhuma, e parece ser aquele docinho de coco que você come na festa achando que era de chocolate, e que deixa um gosto ruim na boca. Uma pena, pois esta comédia tinha tudo para dar certo, e entrar para a lista de produções memoráveis da Netflix. 

Nota:

Um Amor, Mil Casamentos disponível na Netflix.

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