The Witcher: A Origem | Crítica: Minissérie prequel é corrida, mas chega a empolgar

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A expansão do universo The Witcher chegou em aquecimento para o lançamento da terceira temporada da série principal. É a última com Henry Cavill no papel do bruxão, depois, o seriado segue com outro ator no papel de Geralt de Rivia. Mas aqui The Witcher: A Origem (The Witcher: Blood Origin) não é sobre ele, e sim, sobre contar uma história que se passa em outra época, uma que se apoia em personagens carismáticos e que foca em um evento isolado que se conecta com a atração que retorna só em 2023.

Mas o quão The Witcher: A Origem se conecta com The Witcher? É preciso estar em dia com The Witcher, ou ter visto, para assistir The Witcher: A Origem? Não necessariamente. Eu particularmente só assisti a primeira temporada da série de Henry Cavill, então se você souber o básico da mitologia desse universo já tá de bom tamanho.

Inclusive parece que a intenção da minissérie prequel, com apenas 4 episódios, é essa. Entregar um aperitivo para os fãs ávidos pela estreia da nova temporada, mas também tentar conquistar novos fãs que por ventura não se aventuraram no mundo de homens, bruxos e monstros que a série de Henry Cavill apresenta.

Mas aqui em The Witcher: A Origem, ainda não temos isso.

Michelle Yeoh em cena de The Witcher: A Origem
Foto: Susie Allnutt/Netflix.

Afinal, a atração se passa mais de 1000 anos antes dos eventos retratados na série principal, e talvez, seja por isso que tenha seu charme próprio e empolgue um pouco mais que a série principal. Mesmo com uma introdução de personagens, situações, e tribos, bem corrida, afinal, temos a lenda dos Sete contada, e boa parte deles não são introduzidos nem no primeiro episódio, a atração garante que o espectador esteja bem ambientado no Continente antes das Conjunções das Esferas, ou seja, o evento que uniu todos os universos e trouxe para o mundo dos Elfos, Anões e Magos, os humanos, e monstros.

E num ano com Senhor dos Anéis: Os Anéis de Poder, fica claro que The Witcher: A Origem precisava mesmo apresentar personagens carismáticos para desviar um pouco de efeitos visuais precários. Em vários momentos é claro que os personagens não estão juntos em tela, e algumas das ameaças (que foram retiradas de outros universos por um Mago) também não empolgam visualmente, principalmente, num ano que tivemos Dragões adoidados em A Casa do Dragão. É um dos pontos fracos da atração.

Mas como falamos The Witcher: A Origem tem uma das atrizes mais talentosas de Hollywood, num papel chave, mesmo que pequeno, Michelle Yeoh que é realmente o “name talent” para chamar atenção para a atração. Aqui, Yeoh é Scían, a última guerreira da Tribo Fantasma que serve de conexão para os outros personagens, principalmente da dupla principal formada pela a cantora/guerreira/símbolo de esperança Éile (Sophia Brown) e o guerreiro Fjall (Laurence O’Fuarain) que precisam colocar suas diferenças, e seus passados em tribos rivais, de lado na medida que os planos do Reino de Xin’trean se tornam muito ambiciosos quando vemos que a Princesa Élfa Merwyn (Mirren Mack) assume o poder e se transforma na Imperatriz Merwyn com a missão de conquistar novos Universos, ao lado do chefe do exército, Eredin (Jacob Collins-Levy) e do Conselheiro Real Mago, o ardiloso Balor (Lenny Henry, muito bem) que comanda os Portais que conectam os Universos e tem um plano secreto que envolve uma nuvem de fumaça falante e mega evil.

Brown e O’Fuarain estão muito bem e tem uma relação bem desenvolvida, talvez, a única realmente que tem um tempo para ser construída nos episódios, mesmo que se comparada com outras produções é uma muita rápida. E os dois realmente dão conta de trabalhar ao lado de Yeoh que eleva todas as cenas que está.

Laurence O’Fuarain e Sophia Brown em cena de The Witcher: A Origem
Foto: Lilja Jonsdottir/ Netflix.

Assim, The Witcher: A Origem é uma história prequel que é contada por uma élfa chamada Seanchaí (Minnie Driver, numa participação especial) para o contador de histórias da série The Witcher, o favorito dos fãs da atração, Jaskier (Joey Batey). Como o conhecimento de Jaskier sobre os eventos que aconteceram há tantos anos vai afetar o terceiro ano da atração não sabemos. Mas durante os 4 episódios, temos a formação desse grupo de 7 “heróis” que planejam uma forma de atacar o palácio Xin’trean e impedir os planos da Imperatriz e seus aliados. A série é muito pá, bum, como falamos. As viagens não demoram uma eternidade ou vários episódios, os personagens são apresentados e já inclusos na trama principal, com um destaque para a anã Meldof (Francesca Mills) e seu martelo companheiro, e as ameaças não entregam um senso de perigo muito grande, afinal fica claro que os personagens vão cumprir sua missão, mesmo que as cenas de luta são bem ensaiadas e algumas até um pouco violentas.

Assim, The Witcher: A Origem vai direto ao ponto, mesmo que em algumas horas corre até demais e se apoia em conveniências gigantes, mas tudo para fazer o grupo de heróis estarem no lugar certo, na hora certa, para o grande evento cósmico que se apresenta e que conecta essa minissérie com a série principal.

No final, The Witcher: A Origem é o que um dos personagens mais teme e brada em um dos episódios: uma nota de rodapé na história de outra pessoa. Mas não deixa de ser uma boa história, mesmo que de rodapé, para assistir.

The Witcher: A Origem chega em 25 de Dezembro.

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