The Twilight Zone | Crítica da 1ª Temporada

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O escritor, diretor e produtor Jordan Peele ganhou bastante notoriedade nos últimos anos com seus filmes, e veio com uma missão bastante ousada em trazer novamente uma das séries mais famosas da TV americana para uma nova roupagem, a produção The Twilight Zone que veio aqui no Brasil com o título de Além da imaginação.

The Twilight Zone | Crítica da 1ª temporada
Foto: CBS All Access

Os pequenos contos de terror e suspense sempre foram marcados por contar uma história fechada que tinham uma reviravolta na trama de alguma forma, e estavam ligadas com a zona do crepúsculo onde o dia e a noite se unem. Assim, com 10 episódios para o primeiro ano, o novo The Twilight Zone segue a mesma cartilha, onde a versão de 2019, conta histórias que se passam no nosso mundo, mas navegam com uma pitada de imaginação e fantasia para passar uma mensagem ao longo de seus episódios. 

O novo The Twilight Zone se apoia em temas que estão em alta nas discussões para dar uma roupagem característica da série cheia de suspense e uma dose instigante de onde a trama pode ir, e para isso, Peele e os outros produtores como Simon Kinberg, e Marco Ramirez juntaram nomes de peso em Hollywood para darem vozes para esses personagens e suas aventuras. Mas por mais que The Twilight Zone seja recheado de bons atores, e ótimas participações especiais, será que consegue contar boas histórias? 

A temporada parece oscilar entre seus episódios, alguns têm ótimas ideias e conceitos, mas acabam por falhar em sua execução, já outros são extremamente cansativos de se acompanhar, seguram seus segredos e reviravoltas até os últimos minutos, que nos faz olhar para o relógio para ver quanto tempo falta para terminar. Por conta de ser uma série com tramas isoladas, os episódios não precisam ser vistos em ordem, onde basicamente o espectador pode ler a sinopse, ver quais atores estão em determinado capítulo, e assim, decidir se assiste ou não aquela determinada história.

The Twilight Zone | Crítica da 1ª temporada
Foto: CBS All Access

A grande pressão de The Twilight Zone é conseguir conquistar a atenção do espectador a cada episódio, a cada semana, e ainda o fazer voltar para assistir os outros. Se um episódio não foi bom, quem sabe o próximo, ou se um episódio foi incrível, quem garante que o próximo será igual? E aí que fica também um dos maiores problemas da série, a expectativa que todos os episódios estejam no mesmo nível um dos outros, o que claramente não acontece.

O episódio Nightmare at 30,000 Feet, em que um jornalista encontra um aparelho de mp3 com um podcast que detalha como o avião que ele está irá desaparecer, foi votado como melhor da temporada nos sites especializados, mas para nós não chega no Top 3 da temporada. Claro, o ator Adam Scott está muito bem, mas a história parece não casar muito bem e soa um pouco confusa em sua proposta e a mensagem que quer passar.

Ao contrário dos ótimos Point of Origin e Not All Men que tratam de assuntos como imigração e assédios sexuais e tem boas atuações de Ginnifer Goodwin e Taissa Farmiga. O primeiro conta a história de uma dona de casa dos subúrbios que descobre da onde ela realmente veio quando o governo americano a prende em um centro de detenção para imigrantes. Já o segundo, faz uma paralelo super interessante sobre o movimento Me Too que se desenrola quando uma chuva de meteoros cai na Terra e os habitantes de uma cidade começam a se comportar de forma violenta.

Já o segundo episódio mais bem avaliado é intenso The Blue Scorpion que realmente é muito bom e entrega uma trama completamente alucinada sobre uma arma mágica que ajuda as pessoas de uma forma completamente bizarra e movimenta a vida de um professor universitário (Chris O’Dowd) que passa por um divórcio e é surpreendido pela morte do pai. Outros destaques ficam para The Comedian, o único episódio que teve reconhecimento nas premiações por conta da atuação do ator Kumail Nanjiani onde um comediante começa a colocar detalhes sobre a rotina de seus conhecidos nas suas apresentações de stand-up até descobrir que cada piada pode apagar a pessoa da realidade. E para Replay, onde uma mãe (Sanaa Lathan) tenta prevenir a morte de seu filho pelas mãos de um policial branco usando o poder de uma câmera de vídeo que a faz voltar no tempo. Um episódio poderoso para os tempos atuais.

Sanaa Lathan and Damson Idris in The Twilight Zone (2019)
The Twilight Zone | Crítica da 1ª temporada
Foto: CBS All Access

The Twilight Zone, como falamos, pega esses assuntos que estão sempre nos jornais, e nas realidades de diversas pessoas, e coloca uma camada mais sobrenatural e fantasiosa para como as tramas irão se resolver, onde algumas acabam bem para os personagens outras não, mas no fundo depende das nossas conexões para aqueles personagens que conhecemos e passamos entre 40 e 50 minutos para a história funcionar.

E algumas funcionam e outras não, onde, no final, The Twilight entrega uma temporada que varia muito seu ritmo e qualidade independente dos grandes nomes envolvidos no elenco. 

The Twilight Zone está disponível na Amazon Prime Video.

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