Only Murders in the Building – 3ª temporada | Crítica: Reviravoltas adoidadas e Meryl Streep

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Não dá para negar que Only Murders in the Building é uma série que conseguiu se reinventar a cada temporada mesmo com uma premissa que poderia ter sido concluída em uma única história, fechadinha. Afinal, qual a possibilidade de um novo crime acontecer e sempre termos três pessoas que moram no mesmo prédio estarem envolvidas nele?

E depois do time de produção ter precisado tirar um coelho da cartola, tentar uma coisa um pouco mais mirabolante do que no primeiro ano, e dar uma patinada ao fazer isso, Only Murders in the Building retorna com novos episódios, mais uma vez com a promessa de novos começos. E aqui, como a magia do teatro e de apresentações ao vivo, tudo dá certo.

Selena Gomez, Martin Short, e Steven Martin em cena da terceira temporada de Only Murders in the Building.
Foto: Credit: Patrick Harbron/ HULU – © 2023 Hulu

Afinal, estamos no terceiro ano e a série tem a pressão de mais uma vez de entregar um novo e descolado “murder mystery”, onde aqui Only Murders In Building se reinventa mais uma vez. O que não muda é o carisma do trio de protagonistas que realmente continua o ponto alto da atração, onde a dinâmica entre os personagens de Steve Martin e Martin Short com a de Selena Gomez nunca cai num lugar comum, ou caricato, e é realmente o que move a atração desde do começo.

Mas claro que temos um novo ano e os produtores decidiram ir “Go big or go Home (no Arconia)” e não só ampliam a narrativa para entregarem um novo mistério, mas também introduzem novos personagens muito mais carismáticos do que no segundo ano.

Acho que na temporada anterior o caso demorou um pouco para engrenar e nos apresentar todas as peças, afinal, o mistério parecia alguma coisa um pouco mais distante dos protagonistas para eles investigarem no podcast, e consequentemente termos na trama da série. Mas aqui, nesse terceiro ano, Only Murders in the Building já coloca mais uma vez Mabel (Gomez), Charles (Martin) e Oliver (Short) na boca do tubarão, onde, como vimos nos últimos momentos da temporada anterior, um dos atores da peça cai no meio do palco na noite de estreia.

E então Only Murders in the Building tira a cena do crime do prédio e coloca o caso da morte de Ben Glenroy (Paul Rudd) no meio da competitiva Broadway e promete se debruçar nos bastidores desse mundo. Mas é Only Murders in the Building e sabemos que as reviravoltas são as melhores partes do texto que esse time de roteiristas fazem para a atração e aqui, até mesmo essa premissa inicial, mudará um pouco (Sem spoilers nesse texto).

Meryl Streep em cena da terceira temporada de Only Murders in the Building.
Foto: Credit: Patrick Harbron/ HULU – © 2023 Hulu

E olha como Only Murders In The Building já começa a terceira temporada cheio dessas reviravoltas. Afinal, a atração se passa meses depois que o trio do prédio conclui a investigação do caso anterior e onde vimos que Oliver se dedicaria mais para a peça que marcaria o seu retorno triunfal para a Broadway depois de anos na geladeira.

E com Short cada vez mais fora da coleira e realmente dando um show de atuação a cada cena na medida que Oliver ganha um pouco mais de protagonismo, a atração só se beneficia disso. Se o retorno de Brazos para a TV deu para Martin uma trama paralela interessante na temporada anterior, o mesmo vale para Short e Oliver com o seu espectáculo aqui no terceiro ano.

Então do momento que a peça começa a sair, com a escolha do elenco, a mesa de leitura e os ensaios até a noite de abertura, muita coisa aconteceu, onde fica claro que aos poucos, o seriado vai nos ajudar a montar o quebra cabeça para formarmos a lista de suspeitos da vez.

E com a equipe de teatro como os principais suspeitos, cada frase, cada interação é uma para se prestar atenção, na medida que a cada informação nova que a série nos dá uma nova série de possibilidades para sabermos realmente o que aconteceu se abre. E Only Murders in the Building trabalha de uma forma muito interessante para não só capitalizar com a presença desses novos personagens, mas também em os fazer interagir com os personagens antigos. 

A presença de Rudd como um ator arrogante e conhecido por interpretar um zelador de um zoológico que vira uma cobra gigante para proteger a cidade em uma franquia bilionária é muito bem vinda e realmente faz uma boa piada separada a parte por conta de Rudd estar na Marvel e seu personagem e tudo mais.

E o mesmo vale com a genial ideia dos produtores de escalarem Meryl Streep, uma lenda do cinema e sempre ótima em tudo que se propõe e aqui não é diferente, como Loretta Durkin uma atriz inexperiente (pra não dizermos ruim) e com problemas para entregar uma boa atuação.

Assim, todos eles estão nesse musical sem pé nem cabeça, onde um crime acontece em um farol e um bebê é o principalmente suspeito.

Only Murders In The Building acerta em nos fazer esquecer um pouco da trama apresentada na temporada anterior e continua a história de uma forma muito mais empolgante e interessante de se assistir e tentar reunir as pistas juntos com esses personagens para desvendarmos esse quebra cabeça que se passa nos bastidores de uma peça. Como falamos, a trama do terceiro ano tem mais coisa nessa história (mas, novamente, sem spoilers aqui), as reviravoltas são maiores e mais curiosas de se acompanhar e o sentimento de : “Ah é claro que eles fizeram isso/não acredito que eles fizeram isso” ecoa pelo dois primeiros episódios. 

O novo ano parece que aprendeu com os problemas estruturais e de ritmo do segundo ano, e aqui, não perde tempo em ser pá, bum, já apresentar o caso, a reviravolta dentro do caso, os suspeitos e as ameaças logo no começo, e que nos faz indagar de como será o terceiro ano ao longo dos próximos episódios?

Assim, o trio só se beneficia com os aliados de peso que a série trouxe para contarem essa nova história, onde não só Streep e Rudd estão excelentes, mas também Michael Cyril Creighton que no terceiro ano tem mais espaço em cena. Entre as outras novidades, a atração tem nomes conhecidos do grande público como Ashley Park e Jesse Williams com personagens que devem se mais utilizados ao longo da temporada. 

No final, o novo ano de Only Murders in the Building parece ser um dos mais complexos, e ao mesmo tempo mais pessoal, para esse trio. Onde, segundo a vizinha enxerida de Jackie Hoffman, eles finalmente conseguiram deixar o crime fora do prédio… Mas será que o prédio vai conseguir ficar sem um crime por muito tempo? É o que os dois primeiros episódios respondem logo de cara e nos aguçam a curiosidade para sabermos o que John Hoffman e Steve Martin (os criadores da atração) prepararam para o terceiro e mais robusto ano da atração até agora.

Only Murders in the Building chega em 2 episódios no dia 8 e exibe um novo capítulo toda terça-feira.

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