Jungle Cruise | Crítica: Uma buddy-comedy grandiosa e aventuresca com carismáticos Emily Blunt e The Rock

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Particularmente, Jungle Cruise (2021) era um dos filmes que menos me empolgava dentro do catálogo da Disney nos últimos tempos. Talvez por ser baseado em uma atração dos parques do estúdio que eu nunca fui, então, para mim zero apelo emocional sabe? Mas por outro lado tinha Dwayne Johnson, The Rock, o queridinho de Hollywood, um fazedor de franquias, e que até entrega bons números de bilheteria, e encantadora Emily Blunt, vindo de um mega sucesso ao lado do marido. É um combo que eu nunca tinha pensado antes, mas depois que o filme foi anunciado, eu fiquei no mínimo intrigado, confesso, e bastante curioso para o que isso ia dar.

Jungle Cruise – Crítica
Foto: Disney

E mesmo cético com os materiais promocionais, eu já estava: tíquete para um, por favor. Pronto para embarcar no barco e me aventurar com The Rock e Blunt. E não é que a viagem foi digamos prazerosa? Claro, ela não deixa de ser longa, extremamente longa, são mais de 2 horas que poderiam ser cortadas na ilha de edição facilmente, mas ei, já que você está no barco, aproveite, sente na janelinha e curta a vista. Jungle Cruise entrega uma história aventuresca encantadora e bastante empolgante em sua execução e por conta de seus personagens consegue nos entregar um filme divertido, com a cara de outras produções sobre o tema que tínhamos nos anos 80 e 90.

 Jungle Cruise mantém aquela espontaneidade e agradabilidade de se assistir um longa de aventura assim como foi Indiana Jones e o Templo da Perdição (1984), A Princesa Prometida (1987), Hook – A Volta do Capitão Gancho (1990) e também de certa forma o primeiro Piratas do Caribe (2003). Jungle Cruise é a Disney zarpando, e partindo para produções em live-action fora o eixo sequência ou live-action dos seus próprios contos de fada.  É o trabalho de sinergia que os filmes têm feito com os parques onde um ajuda o outro e que não deu muito certo com outras atrações no passado, estamos falando com você Tomorrowland – Um Lugar Onde Nada é Impossível (2015).

O carisma de Blunt e a sagacidade de The Rock ajudam e muito a contar essa história e nos fazer embarcar nessa viagem com a dupla juntamente com o comediante Jack Whitehall que aqui fica mais de lado, mas mesmo assim serve para dar um gás que a atração precisa nos momentos ainda mais cômicos que o filme oferece. E um parênteses sobre a “polêmica” envolvendo o personagem e sua sexualidade, particularmente acho que o filme ri com o personagem e não dele. Afinal, não é sempre que o longa consegue se manter única e exclusivamente pelas piadas de tiozão que o Capitão Frank (Johnson, ótimo) faz ao longo do filme. Piadas que eu particularmente adorei e peguei ao vento todas elas basicamente. 

E assim, ao unir as personalidades opostas dos dois protagonistas, o roteiro do trio Michael Green, Glenn Ficarra, John Requa consegue criar esse longa que funciona bem como um pontapé de uma nova franquia, uma coisa buddy-comedy em que Blunt e Rock nos fazem mergulhar de cabeça nesse mundo visto no filme. As piadas, as piscadelas, e o roteiro bem mais robusto do que parece ser num primeiro momento, com um terceiro ato bem agitado e grandioso fazem do filme um que atinge boas notas.

Na busca por uma árvore mágica com poderes curativos, as Lágrimas da Lua, é cada homem (e mulher!) por si próprio, coisa que o diretor Jaume Collet-Serra consegue conduzir e amplificar os dons de The Rock para ação, e também para a comédia. Coisa que talvez tenha garantido para o diretor a vaga em Adão Negro e a dobradinha de trabalho. Ainda no começo do filme, estamos em Londres, em época de Guerra, onde a Dra. Lily Houghton (Blunt, radiante) e seu irmão MacGregor (Whitehall) depois de tentarem enganar uma associação de ciência em busca de um mapa e uma das chaves para o plano, partem para a região amazônica em busca desse lugar encantado para tentar provar se o mito é real ou não (é Disney, sabemos que ele é real né).

E Jungle Cruise talvez seja tão grandiosa e amplia o escopo em ser uma grande aventura que acaba por ser mais (lembrem que o filme tem mais de 2h) em termos de desenvolvimento de história e de vilões a serem enfrentados. Jungle Cruise tem duas grandes ameaças, uma sobrenatural representada pelo conquistador espanhol Aguirre (Édgar Ramirez, num ótimo trabalho corporal mesmo coberto de efeitos visuais) que ficou preso nas entranhas da floresta durante anos, e a mais real, lideradas pelo Príncipe alemão Joaquichim (Jesse Plemons vivendo seu momento) seu sotaque estranho, seu bigode mais estranho ainda e claro, o submarino que ele leva para os rios da floresta. Por mais que os vilões se unem com um propósito em comum, como um bom filme da Disney, eles são vilões e cada um acaba por seguir seu caminho, não é mesmo?

 Jungle Cruise é um filme que você precisa embarcar nele para funcionar e ter uma boa viagem. Assim, sinto que Jungle Cruise perde muito tempo em contar essa história, e colocar obstáculos, para ir direto ao ponto.  Claro, no meio da viagem temos as interações entre os personagens de Blunt e The Rock, a Dra. Calça e Guia Meia Boca, de Whitehall e a onça Proxima , e claro, um mistério que envolve o Capitão da embarcação e sua presença na expedição. Jungle Cruise faz um recomeço interessante para a busca da Disney para novas franquias e o estúdio parece que soube escolher bem todos os quadrantes que o filme toca e parece que serve para agradar os diversos públicos que cobiça, tanto aqueles que assistiram o longa nos cinemas quanto aqueles que deva assista no Disney+.

No final, Blunt e The Rock fazem a aventura a bordo do Jungle Cruise, uma que vale a pena.

Avaliação: 3 de 5.

Jungle Cruise chega nos cinemas em 29 de julho e no Disney+ com Premier Access no dia 30.

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