Judy: Muito Além do Arco-Íris | Crítica

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O Mágico de Oz talvez seja um dos filmes mais conhecidos e admirados de todos os tempos. E sua atriz principal, Judy Garland marcou seu nome na industria do cinema e é considerada um ícone mundial. Mas o que acontece quando vemos Judy anos depois, e como diz o subtítulo nacional do longa, depois do Arco-íris? Temos um drama intenso sobre más escolhas, os altos e baixos de ser uma estrela, e claro, uma voz que não quer se calar mesmo com diversas dificuldades.

Renée Zellweger, Bella Ramsey, and Lewin Lloyd in Judy (2019)
Judy: Muito Além do Arco-Íris | Crítica | Foto: Paris Filmes

Judy: Muito Além do Arco-íris (Judy, 2019) poderia ser um filme para se passar em algum serviço de streaming ou na TV, o roteiro da dupla Tom Edge e Peter Quilter convenhamos quase retrata Judy e o mundo que ela vive mais de 30 anos depois que gravou O Mágico de Oz de uma forma unidimensional, e assim, digamos quase caricata. São as tomadas, os personagens de apoio, e algumas decisões para ajudar a contar a história que deixam o filme com um ar de cansado.

Mas tudo ganha uma graça, e uma elegância, quando vemos Renée Zellweger em tela como Judy. Aqui, o diretor Rupert Goold consegue capturar as nuances que a atriz entrega em cena, e faz questão que a performance de Zellweger abrace e convide o espectador para dentro do filme.

Em Judy: Muito Além do Arco-íris parece que existe apenas você e Zellweger, e ninguém mais na sala, seja do cinema, ou do teatro que a atriz se apresenta. Zellweger, principalmente nas cenas finais, olha, canta, e envolve o coração do espectador numa atuação minuciosa, intensa, e apaixonante.

Renné Zellweger incrivelmente dá vida para uma abatida Judy Garland de uma forma expressiva e magnética, onde a atriz bate seus sapatinhos rumo ao Oscar de Melhor Atriz como a grande favorita do ano. Com Judy: Muito Além do Arco-íris, Zellweger mereceu todos os prêmios que já levou até agora (do Globo de Ouro até o prêmio da crítica americana).

Judy: Muito Além do Arco-íris se apoia única e exclusivamente na figura da atriz e no talento que Zellweger emana em tela ao nos mostrar um trecho da vida de Judy Garland em turnê em Londres. Como produção cinematográfica, Judy: Muito Além do Arco-íris tem diversos problemas, mas ao cantar Zellweger consegue nos afastar de todos eles. Seja ao mostrar a relação com os filhos, os problemas com bebidas e remédios, a necessidade de atenção e os diversos casamentos, Judy: Muito Além do Arco-íris faz um filme que flerta por diversos caminhos e situações que moldaram o caráter e a estabilidade mental da atriz.

Renée Zellweger in Judy (2019)
Judy: Muito Além do Arco-Íris | Crítica | Foto: Paris Filmes

O longa consegue fazer em sua trama um olhar intenso que tenta entender como Garland passou de queridinha da América para cair num certo ostracismo e não conseguir mais trabalho. Assim, vemos Judy passar por diversas situações ao longo de sua carreira até chegar na famosa turnê que foi cercada por aplausos dos fãs, críticas dos jornalistas, e um certo choque de realidade sobre sua condição.

Judy: Muito Além do Arco-íris caminha a passos largos por diversas questões envolvendo a personalidade da atriz, e meio que abusa da empatia do espectador para as peripécias que Judy fez e se esconde por trás de seu gênio forte, mas para compensar tudo isso, Zellweger nos entrega poderosos vinte minutos finais, que deverá ser difícil encontrar um olho seco na sessão que você estiver.

No final, Judy: Muito Além do Arco-íris é a volta de Zellweger para o cinema, com um grande J de Já Ganhou no Oscar 2020.

Nota:

Judy: Muito Além do Arco-íris chega nos cinemas em 30 de janeiro.

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