Desencantada | Crítica: Amy Adams salva este retorno longo e agridoce a Andalasia

Bem-vindo de volta à Andalasia! Ou melhor, Monrolasia!

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Depois de 15 anos, a Disney nos entrega a continuação de seu conto de fadas estrelado por Amy Adams e Patrick Dempsey, Encantada (2007). Baseando muito no carisma e graça de Adams, Desencantada (2022) vem mostrar várias questões de seus personagens através de metáforas e muitas músicas.

Com roteiro de Brigitte Hales e direção de Adam Shankman, o longa retoma a história de Giselle e a coloca em uma situação em que o seu “felizes para sempre” não é tão feliz, e ela fica se questionando isso a todo instante, mesmo com todo o suporte de Robert e o sarcasmo da agora adolescente Morgan (Gabriella Baldacchino), além de cuidar de casa e da filha pequena do casal, Sofia.

Desencantada é uma busca constante por felicidade, onde nada realmente é o que parece, e o longa se baseia muito nessa trama de que “você tem que estar o tempo todo feliz e cantando“, e aqui as canções de Giselle já não empolgam todos ao seu redor, como uma magia que foi embora, e infelizmente, os excessos da narrativa em cima disso acaba levando nosso ânimo junto.

A ida para Monroeville, no subúrbio, coloca os clichês de filmes adolescentes em cima de Morgan e para Giselle me fez lembrar um pouco do filme Mulheres Perfeitas e outros com o mesmo tema de dona de casa nos anos 1960. A cidade é simples, a casa de Giselle e Robert quase saída de um conto de fadas, mas aos pedaços, e Morgan ranzinza deixa tudo ainda mais intenso para a jovem sonhadora.

A virada de Desencantada chega com Edward e Nancy, e aqui James Marsden e Idina Menzel entregam tudo. Estão caricatos e sua canção é a melhor do longa, que mesmo assim não tem o toque de “That’s How You Know” que gruda na cabeça. Mas não dá para falar de Marsden e Menzel e não mencionar Maya Rudolph, Yvette Nicole Brown e Jayma Mays, que entregam um trio de vilãs delicioso, cheio de trapalhadas e no melhor estilo Madrasta e as irmãs Drizella e Anastasia de Cinderella.

desencantada
Crédito: Disney

O longa entrega várias metáforas, como a busca do homem por um propósito ao chegar a uma certa idade e com filhos já se criando, a mulher em busca de independência, a adolescente que busca se encontrar em um mundo de novidades, e tudo isso cheio de cores, ainda mais com a magia de Andalasia vindo para o mundo real, graças a um erro de Giselle.

Se ver como a madrasta má, a faz se questionar as coisas, pois suas atitudes mais atrapalham do que ajudam a jovem Morgan, e Pip ainda a alerta sobre várias coisas, mas o desenrolar do roteiro acaba se perdendo muito ao colocar todos os personagens e alguns não se desenvolvendo tanto.

Desencantada entrega um romance, um sonho de princesa e muita música, e o elenco ainda se mostra afiado como em 2007, e nos faz ficar apegados a Adams e tudo ao seu redor por conta do seu brilho no olho, mas até mesmo a animação em estilo clássico de Andalasia parece ter pequenos problemas em algumas partes, como em uma cena de Morgan e Nancy no 3º ato.

A Disney sabe entregar um conto de amor, e nos envolver em suas histórias, aqui há muito disso, mesmo que com pequenos deslizes em seu andamento, Desencantada é um encanto, e nos mostra lembranças e amor são fundamentais para seguir em frente.

O longa novamente contou com canções de Alan Menken (A Pequena Sereia, A Bela e a Fera) e Stephen Schwartz.

Desencantada está disponível no Disney+.

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