Chamas da Vingança | Crítica: Zac Efron chora sangue e espectador também em filme ruim de se ver

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Bem, se tinha alguém que esperava que iria sair alguma coisa boa em um filme como Chamas da Vingança (Firestarter, 2022), tinha que ser alguém bem esperançoso. O combo reboot que ninguém pediu, uma história não das melhores de Stephen King, aliado com um elenco não muito conhecido para segurar o rojão e um lançamento um pouco fora de época para produções de terror… a receita era para desastre na certa.

O novo Chamas da Vingança parece que foi um descarte do estúdio depois que alguém se arrependeu de aprovar o projeto. A produção que leva o selo Blumhouse (ali apenas para disfarçar) é liderado pelo conhecido ator de produções teen, Zac Efron que continua na sua empreitada em fazer filmes mais adultos, onde, depois de mudar radicalmente para interpretar o serial killer Ted Bundy, aqui assume o papel de um pai de família com uma garotinha com poderes sobrenaturais.

chamas da vingança
Zac Efron em cena de Chamas da Vingança
Foto: © 2022 UNIVERSAL STUDIOS. All Rights Reserved.

E se Efron chora sangue ao utilizar seus próprios poderes para defender sua família, o mesmo vale para espectador que também deverá soltar algumas lágrimas ao assistir o filme, onde mesmo que curto, Chamas da Vingança parece levar uma eternidade entregar essa história, apresentar os personagens e tudo mais.

Fica claro que o novo Chamas da Vingança resolve pegar carona da febrícula que ainda ronda a cultura pop com a série Stranger Things com a história de uma menina revoltada com poderes telecinéticos, uma organização que a caça e a busca por conta deles. Definitivamente, Stranger Things não inventou a roda, apenas a moldou para um novo tempo, e aqui fica claro que o novo Chamas da Vingança parece se espelhar para tentar agradar o espectador comum na medida que uma nova safra de filmes ainda demora a retornar nos cinemas na mesma frequência de antes por conta da pandemia.

A atriz mirim Ryan Kiera Armstrong ​​consegue até se sair bem com o que é lhe dado, mas não há caras e bocas que salvem, quando existe a necessidade de se entregar uma carga mais dramática em certas cenas. Principalmente na medida que vemos Charlie em sua tentativa de descobrir como lidar com seus poderes, habilidades que fazem as coisas esquentarem na medida que ela fica nervosa. É como se a nova versão mirasse numa mistura de Eleven de Stranger Things com MeiLin de Red – Crescer É uma Fera e errasse colossalmente nas duas. Nem mesmo a trilha sonora e os efeitos sonoros que tentam criar um sentimento nostálgico, como se estivéssemos por assistir o filme antigo (lá da década de 80) conseguissem acertar o tom aqui no novo filme.

Alguns dos momentos dramáticos que comentamos aqui, até chegam a movimentar a trama, na medida que vemos Charlie e seu pai Andy (Efron, super esforçado aqui) estarem em fuga depois que os poderes da garotinha são revelados e expostos para outras pessoas fora do círculo familiar. Mas Armstrong parece não acompanhar as necessidades que sua personagem precisa entregar para gerar algum tipo de conexão com o espectador. E junto com Efron, os dois nunca parecem fazer com que seus personagens cheguem emocionalmente onde deveriam chegar.

É tudo muito simples, é tudo muito mal desenvolvido, onde Chamas da Vingança nem se segura como drama e nem como filme de terror. Tem no máximo dois jumpscare (e olha que to sendo generoso) e umas cenas um pouco mais gráficas que envolvem animais e um ataque de raiva e olhe lá… Nem a presença do capanga responsável pela missão de ter que ir atrás de Charlie, o assassino de aluguel Rainbird (Michael Greyeyes) ou da presença misteriosa da chefona da organização que quer a jovem para pesquisas, a Capitã Hollister (Gloria Reuben), ajudam o longa a criar um sentimento de perigo para pai e filha e muito menos uma ameaça efetivamente real para a dupla que apenas andam por aí na tentativa de fugirem desses personagens.

Zac Efron e Ryan Kiera Armstrong em cena de Chamas da Vingança
Foto: © 2022 UNIVERSAL STUDIOS. All Rights Reserved.

Um encontro com um senhor de idade (John Beasley) com uma esposa com problemas por conta de um acidente, ou até mesmo todo o arco que envolve a professora (Tina Jung) e as cenas no colégio, apenas são obstáculos pífios que o longa coloca para aumentar um pouco o nível de suspense que o roteiro tenta oferecer. 

Não que o Chamas da Vingança com Drew Barrymore fosse o supra sumo do terror mas aqui, com a versão de 2022, fica claro que a única chama que Chamas da Vingança oferece é o CHAMAdo para o espectador querer que o filme termine logo, afinal, não esperávamos nada, mas também pela amor nós fomos surpreendidos com alguma coisa bem abaixo da média.

Avaliação: 2 de 5.

Chamas da Vingança em cartaz nos cinemas nacionais.

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