A Cratera | Crítica: Adolescentes irritantes em viagem pela Lua, onde tudo pode acontecer

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Um coming of age no espaço, especificamente na Lua, é um filme onde tudo pode acontecer, certo? Correto. E essa é basicamente a premissa de A Cratera (Crater, 2023) que chegou diretamente no Disney+.

Aqui, esse longa original Disney nos apresenta para um grupo de adolescentes que vivem em uma estação no espaço, lá pelo ano de 2257, onde cada um vem de um contexto social, nessa colônia espacial populada para servir de base para os sortudos que vão conseguir ir para a Nova Terra, a Omega, um local descrito como o novo, e idílico, planeta onde a humanidade vai viver e prosperar.

Elenco em cena de A Cratera.
Foto: The Walt Disney Company/Disney DTC. All Rights Reserved.

E esse é o destino de Caleb Channing (Isaiah Russell-Bailey), um jovem que recebe a notícia de que vai embarcar na próxima nave para lá, depois da morte do seu pai (Scott Mescudi, o Kid Cudi, em participação especial). Mas para Caleb, ir para o cobiçado novo planeta, não é uma coisa que está sendo fácil de processar, ainda mais com a informação que ele ficaria preso em uma câmara de Criogenia por mais de 70 anos, mas sim, por chegar num lugar desconhecido, sozinho, sem família, ou amigos.

Assim, com a ajuda de seus melhores amigos, Dylan (Billy Barratt), Borney (Orson Hong) e Marcus (Thomas Boyce), eles tem um plano para passarem alguns últimos momentos juntos. Fugir pelo desconhecido, fora da estação que vivem, em busca de uma cratera específica na superfície da Lua em viagem para realizar o último pedido do seu pai.

ALGUÉM FALOU ROAD TRIP!?

Mas claro que esse grupo vai precisar da ajuda da jovem novata do lugar, vindo da Terra, chamada Addison (Mckenna Grace) para as coisas darem certo. Basta apenas uma conversa rápida na cafeteria e vamos lá, anote esses códigos, e vamos burlam o Lock-down imposto no lugar. Adolescentes rebeldes unidos. Assim, A Cratera entrega um filme de coming of age bem tradicional no seu conceito, e fica claro que a história não se preocupa muito nos porquês, e mas, e se, e sim, em colocar esse grupo de jovens dentro de uma espécie de jipe espacial para dar uma voltinha na Lua. Por que não, certo?

E todos os jovens mirins parecem entrosados entre si, mesmo que completamente irritantes tanto juntos, quanto separados, o filme todo. Eu sai com esse sentimento do filme, talvez, por ser mais velho que o público alvo que o filme quer mirar? Talvez. Mas eu rolei meus olhos diversas vezes ao longo do filme, com esses personagens. Mas isso, também, não quer dizer que eles não estão bem aqui no filme.

Isaiah Russell-Bailey, Mckenna Grace, Thomas Boyce, Orson Hong e Billy Barratt em cena de A Cratera.
Foto: The Walt Disney Company/Disney DTC. All Rights Reserved.

É como se tivéssemos o grupinho dos jovens na primeira temporada de Stranger Things (curiosamente o filme é dos mesmos produtores da atração da Netflix, a 21 Laps de Shawn Levy) , só que menos nerds e carismáticos. Em A Cratera, cada um tem sua personalidade própria, que se destaca, e com a adição de uma garota espirituosa no grupo, as coisas mudam um pouco entre eles, e na dinâmica entre esses jovens. 

Entre os atores, Grace se destaca por ser a mais experiente do grupo, claro, mas também está super no automático e longe de entregar uma atuação como a vimos no novo Caça-Fantasmas ou até mesmo em The Handmaid ‘s Tale. E em A Cratera acho que seus colegas, Hong e Barratt também estão muito bem, são os verdadeiros destaques do filme e devem ter sucesso em próximas produções que participarem.

E como um bom coming of age, não é o destino final que conta, e sim o percurso, e aqui, por mais azucrinante que esses jovens sejam, garantem algumas boas passagens. E a direção de Kyle Patrick Alvarez, que por mais que não entregue nada de especial, aproveita esses jovens atores para entregar um bom uso de efeitos especiais para contar essa história que garante algumas reviravoltas aqui e ali. Quem diria que uma viagem na Lua não poderia ter diversas imprevisibilidades para acontecer né?

Assim, seja nas discussões sobre o funcionamento do jipe, nas revelações de algumas questões dos passados desses jovens, e até quando o filme se aprofunda um pouco mais na mitologia criada aqui, ou até mesmo quando vemos eles encontrar uma estação modelo que servia como mostruário para a venda da “Vida na Lua” e que garante a melhor passagem do longa, quando eles encontram alimentos dos mais variados guardados há anos e que eles não precisam economizar e podem se esbaldar, o longa tem seus momentos.

No final, mesmo com uma premissa interessante, e que talvez se daria melhor como uma série no próprio Disney+, A Cratera acaba por ser um tipo de projeto entregue da forma mais simples possível ao apresentar essa história de amadurecimento para esses jovens rebeldes. Mas, também, para uma produção no streaming, como essa, até que as coisas acabam não sendo tão ruins assim.

Avaliação: 2.5 de 5.

Onde assistir A Cratera?

A Cratera está disponível no Disney+.

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