Transformers: O Despertar das Feras | Crítica: O velho e habitual espetáculo Transformers de sempre

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Em uma das cenas de Transformers: O Despertar das Feras (Transformers: The Rise Of The Beasts, 2023) um dos personagens comenta sobre uma situação que eles vivem parecer muito com uma que Indiana Jones viveria. E tudo certo aqui, para o contexto em que a trama do filme se passa, afinal, esse novo capítulo da franquia Transformers se passa nos anos 90, então a febre dos personagens com o longa estaria justificado.

Particularmente eu achei curiosa essa inserção no roteiro, talvez pelo fato, que daqui umas 2 semanas, teremos um novo filme do personagem… mas também por que é isso mesmo que Transformers: O Despertar das Feras passa: o sentimento de uma aventura no melhor estilo Indy de Harrison Ford que sim, é gigante aqui.

Talvez, seja pelo fato que no meio de robôs que viram carros, robôs debochados e agora animais robôs, o longa realmente abraça esse lado mais de investigação arqueológica para contar essa história.

Transformers
Anthony Ramos em cena de Transformers: O Despertar das Feras
Foto: Paramount Pictures. All Rights Reserved.

Seja por que temos a ótima Dominique Fishback em Transformers: O Despertar das Feras que interpreta uma assistente de um museu que recebe uns artefatos antigos e que parte em busca de respostas sobre alguns símbolos que ela encontra gravado em um deles, uma espécie de coruja de pedra. Essa investigação em laboratório a leva para uma viagem ao Peru, em que temos em uma das partes, a Dra. Elena de Fishback e o ex-soldado Noah (Anthony Ramos) presos em uma ruína inca, depois de precisarem resolver um enigma para entrarem no local.

Assim, Transformers: O Despertar das Feras tem esse jeitão de aventura dos anos 80 muito interessante e que realmente empolga quando foca nesses momentos. Mas claro que no meio disso tudo, precisamos ter o velho e habitual espectáculo, grandioso, gigantesco e automobilístico que todo filme de Transformers tem, e que foi o legado que Michael Bay deixou para a franquia nos outros longas. 

E sim, Transformers: O Despertar das Feras não foge das perseguições dos autobots pelas ruas, as ameaças de robôs do mal vs os robôs do bem liderados por Optimus Prime, e tudo mais. Mas sinto que o roteiro de Joby Harold, Darnell Metayer, Josh Peters tenta dar uma contextualização maior para esses personagens humanos no mesmo nível que tivemos com Bumblebee (2018), mas não na mesma intensidade.

Transformers: O Despertar das Feras é cercado de peripécias das mais estapafúrdias possíveis, mas é com os personagens humanos que a direção de Steven Caple Jr. sobressai no longa. Não faz um film ruim, mas fica claro que Transformers: O Despertar das Feras se beneficiaria muito mais se tivesse mais desses momentos, assim como tivemos em Bumblebee, e continuar a focar mais nas relações humanos em vez das relações máquinas que foram trabalhadas nos longas de Michael Bay por anos.

É trabalhar mais na figura de Noah de Ramos que tem lidar com a doença do irmão Kris (Dean Scott Vazquez) e a mãe (Luna Lauren Velez) que trabalha o tempo todo. Vemos o personagem em busca de uma nova oportunidade de trabalho em uma Nova York que é literalmente a selva de pedras, até que um dia, durante um assalto, ele encontra com a figura de um autobots desbocado chamado Mirage que o introduz para esse mundo de carros falantes, ameaças alienígenas, e tudo mais.

É um dos momentos que o filme mais diverte e realmente deveria focar mais. É também introduzir a figura de Elena que dá duro no museu em que trabalha, pesquisa e investiga tudo para ver a chefe roubar suas ideias, e os créditos pelas suas descobertas, e tudo mais.

Anthony Ramos e Dominique Fishback em cena de Transformers: O Despertar das Feras
Foto: Paramount Pictures. All Rights Reserved.

Assim, fica claro que o lado humano desse novo Transformers, particularmente, é infinitamente melhor e mais interessante do que o lado máquina. E isso se dá pelo talento gigante que Ramos e Fishback entregam, e os dois estão muito, muito, muito bem no longa. Eles transbordam presença em tela, e realmente são quem fazem o filme acontecer em termos de carisma. São as novas promessas de Hollywood, atores que trazem uma diversidade gigante para a franquia e para o conceito de representatividade que temos visto aflorar nos últimos tempos nas megas produções.

O mesmo vale para Peter Davidson, e para Douglas Silva na versão dublada, que fazem a voz de Mirage um dos melhores, e mais divertidos, autobots que já passaram na franquia. O roteiro quando foca nesse personagem é extremamente divertido, e aproveita Mirage para quebrar um pouco a seriedade da missão do grupo em busca de um cajado mágico que é super importante para os autobots.

Assim, de maneira geral Transformers: O Despertar das Feras entrega um texto bem humorado, e ao dar para os personagens várias e espirituosas passagens, o longa realmente sabe usar a estética e a temática dos anos 90 muito bem. E também o uso da trilha sonora acaba por ser um acerto e tanto do time de produção.

Mas, nem tudo reluz na boa lataria em Transformers: O Despertar das Feras, fica claro, que temos muita coisa rolando, assim como os robôs rolam quando viram de carro para robôs humanoides e ficam de pé. São os arcos dos personagens humanos, é trazer de volta Optimus Prime, Bumblebee, Mirage, e Arcee e ainda apresentar a ameaça intergaláctica do comedor de planetas Unicron e ainda os seres autobots que se misturam com animais antigos, onde temos o gorila, a coruja sábia… é a viagem pelo Peru em busca de aliados para essa batalha contra os capangas robôs do vilão, é a luta homérica que o longa se encaminha nos momentos finais.

Ufa é muita coisa. Mesmo que seja incrível ver Ramos com uma roupa no melhor estilo de Homem de Ferro nesse momento.Assim, para 2 horas e pouco, Transformers: O Despertar das Feras tem muito personagem, muita trama, e pouco tempo.

Claro, Caple Jr. consegue entregar cenas de ação bem feitas, ágeis, e que mantém a adrenalina ali correndo, mas como falamos é muito coisa para apresentar e desenvolver. Tem começo, meio e fim? Sim, mas ao mesmo tempo, o longa soa realmente como um início de uma nova trilogia Transformers. Pelo menos é o que fica claro nos momentos finais do filme depois que o espectáculo de pirotecnia que acontece a cada 15 minutos termina. 

Fica claro, pela importância da franquia para o estúdio, que Transformers: O Despertar das Feras é a máxima que o show deve continuar. Só que agora precisa ver quem vai liderar essa banda de robôs carros que falam e que precisam ajudar os humanos a salvarem o mundo.

Avaliação: 3 de 5.

Onde assistir Transformers: O Despertar das Feras?

Transformers: O Despertar das Feras chega nos cinemas em 8 de junho nos cinemas nacionais.

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