Planeta dos Macacos: O Reinado | Crítica: Um retorno empolgante para a franquia

Planeta dos Macacos: O Reinado entrega um retorno empolgante, seja visual ou narrativo, para a franquia. Nossa crítica.

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Quando The Walt Disney Company comprou a 20th Century FOX muito se falou, e focou, na parte do acordo que devolveria os direitos da Marvel, que estavam com estúdio, e nos personagens dos quadrinhos que iriam estar disponíveis para a Marvel Studios finalmente introduzir suas versões no multimilionário MCU. Mas por conta do acordo diversas outras franquias, ou propriedades intelectuais como chamamos, também ficaram disponíveis para a Disney utilizar no pós-acordo e desenvolver novos projetos do guarda-chuva de entretenimento que se ampliou quando a finada Fox foi incorporada para o Império do Mickey Mouse.

De Esqueceram de Mim, para Alien, para Predador, e principalmente, Avatar de James Cameron, todas essas franquias estavam disponíveis para termos novos projetos, seja na TV, no streaming, ou nos cinemas. E entre eles, estava também Planeta dos Macacos que já tinha vindo de uma série de três filmes que tinham feito muito sucesso na época da FOX e ainda era uma franquia importante dentre as outras que ficaram disponíveis.

E agora, mais de 5 anos depois da fusão, uma greve de roteiristas e atores em Hollywood e uma pandemia, um novo filme de Planeta dos Macacos chega aos cinemas. E num é que Planeta dos Macacos: O Reinado (Kingdom of the Planet of the Apes, 2024) faz um retorno empolgante para a franquia? E não só empolgante, digno para ser um dos pilares na divisão da 20th Century Studios dentro da Disney.

Peter Macon e Owen Teague como os macacos Raka e Noa, respectivamente, em captura de movimentos e Freya Allan em cena de Planeta dos Macacos: O Reinado. Foto: Photo courtesy of 20th Century Studios. © 2024 20th Century Studios. All Rights Reserved.

Dirigido por Wes Ball, que veio da franquia Maze Runner, na mesma época que a trilogia anterior de Planeta dos Macacos dominava na Fox, mas sem o mesmo brilho, esse novo longa longa toma a decisão acertada de continuar a história depois daqueles filmes que ainda tem uma legião de fãs por conta do envolvimento de Andy Serkis (como o macaco Cesar) e Matt Reeves (que foi fazer os filmes do Batman).

E se aqui no novo filme demora um pouco para deixarmos o macaco César de Serkis de lado e embarcar nessa história com o foco agora no macaco Noa (interpretado pelo ator Owen Teague em um uniforme de captura de movimentos), Planeta dos Macacos: O Reinado quando engrena, decola demais. 

Afinal é bebe da fonte da jornada de herói, apresenta um coming of age clássico, só que focado no macaco, e todas as conexões com a trilogia anterior que fazem de Planeta dos Macacos: O Reinado um bom filme. O novo longa não se apoia totalmente no passado, não tenta repetir o que já foi contado, apenas acerta em retornar para o Universo dos filmes anteriores para contar uma boa história que se passe naquele mundo, mesmo que já conhecido, novo. E muito se dá talvez pelo roteiro de Josh Friedman (que trabalhou na série Fundação da Apple e no último filme Avatar, O Caminho da Água com James Cameron) que é excelente na construção e ambientação desse novo mundo. Afinal, o mundo que o macaco Noa vive, a comunidade que cria aves, é fechado, menor, do que o vasto mundo que está fora lá, anos depois que César governou, e que agora temos os humanos desprovidos de falar (por conta de um vírus que assolou a humanidade) e os macacos em posição superior, tanto em inteligência, quanto força.  

E é um admirável mundo novo para Noa, de fato, afinal, quando os macacos guerreiros invadem o território onde o animal e sua família vivem, fica claro que sua vida vai ser mudada para sempre e a aventura de Planeta dos Macacos: O Reinado realmente começa. É como se estivéssemos vendo Luke Sklywalker em Star Wars, Harry em Harry Potter, ou Keanu Reeves em Matrix. Afinal, o Noa precisará seguir sua jornada ao lado da humana Nova (Freya Allan da série The Witcher da Netflix) e do sábio macaco Raka (captura de movimento de Peter Macon), uma versão de Rafiki de O Rei Leão que mantém os ensinamentos de César vivos, onde eles precisam tentar encontrar o acampamento do macaco que se intitula líder do grupo, o ameaçador Proximus Caesar (o ator Kevin Durand com capturas de movimento) onde os animais que sobrevivam do Clã das Águias estão já que foram sequestrados pelo exército do vilão.

E isso só faz maravilhas para o filme, onde Planeta dos Macacos: O Reinado realmente ganha uma outra dinâmica, um outro ritmo, quando todos os personagens estão no mesmo arco narrativo. O texto de Friedman sabe trabalhar em apresentar os personagens, suas motivações, e claro, algumas reviravoltas, que acontecem em doses pequenas ao decorrer da trama, e que são fundamentais para o longa dar certo. 

Kevin Durand em captura de movimentos em cena de Planeta dos Macacos: O Reinado. Foto: Photo courtesy of 20th Century Studios. © 2024 20th Century Studios. All Rights Reserved.

Afinal, não seria Planeta dos Macacos sem reviravoltas né? Vide o longa original dos anos 60. Assim, Planeta dos Macacos: O Reinado então segue bastante a linha da série Fallout, de manter o mistério de tudo que tá rolando lá em cima, criar um tipo de suspense, e ainda colocar esses personagens nesse ambiente pós-apocalíptico, nessa batalha contra os ideias de Proximus Caesar e os planos que o macaco líder planeja para garantir que a supremacia dos animais sobre os humanos continue.

E na medida que as coisas se complicam no acampamento, tanto Noa quanto Nova precisam refletir sobre o momento que estão vivendo, seja sobre a mitologia dos ensinamentos de César, sobre como eles vão fugir do lugar e ainda se podem ou não confiar no outro humano no lugar, um pesquisador (William H. Macy numa participação especial bem bacana) que vive para contar, e ler, histórias para o vilão.

E se a história caminha bem, claro, que Planeta dos Macacos: O Reinado se beneficia das paisagens e da tecnologia. Acho que o diretor Wes Ball usa o melhor que pode dos vastos campos, florestas, e na praia onde o acampamento do vilão Proximus se concentra, para contar essa história da forma mais bonita possível, onde Planeta dos Macacos: O Reinado entrega um filme cheio de cenários e tomadas de tirar o fôlego. E também dos recursos visuais de captura dos movimentos dos atores que fazem parte dos animais, da perda de inocência que Teague imprime para Noa ao longo do filme, para o sentimento ameaçador e imprevisível que Durand transmite quando o vilão do filme quando está em cena.

Os efeitos visuais do filme realmente chamam a atenção. Como pode a diferença de pouco mais de 5 anos de um filme para o outro ser basicamente tão gritante? Das expressões dos animais, dos pelos, dos cenários grandiosos que o longa usa para contar essa história e tudo mais.

Assim, entre as reviravoltas nos momentos finais do filme, para cenas de combate um pouco mais pesadas, sangrentas e chocantes, Planeta dos Macacos: O Reinado garante que o espectador entre novamente nesse Universo da melhor forma possível. No final, esse novo capítulo dentro da franquia Planeta dos Macacos, entrega um filme que impressiona, tanto visualmente e com em contar uma história que sabe usar da melhor forma possível os elementos que fizeram os filmes anteriores serem um sucesso, com comentários sociais, só que aqui numa sociedade onde os macacos que estão a frente de tudo e dominam o mundo.

Nota:

Planeta Dos Macacos: O Reinado chega em 9 de maio nos cinemas nacionais.

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