O Mundo Sombrio de Sabrina | Crítica da 3ª Temporada

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Bem-vindo ao Inferno.

E com isso, O Mundo Sombrio de Sabrina abre sua parte 3 ao levar a bruxinha Sabrina (Kiernan Shipka) para o Inferno para resgatar seu namorado Nick (Gavin Leatherwood) que ficou preso por lá, e ainda mais, dividindo o corpo com o astuto Senhor das Trevas (Luke Cook).

Kiernan Shipka and Jaz Sinclair in Chilling Adventures of Sabrina (2018)
O Mundo Sombrio de Sabrina | Crítica da 3ª temporada | Foto: Netflix

E O Mundo Sombrio de Sabrina continua a abraçar seu lado teen, mesmo que entregue uma história mais madura nesses novos episódios. O mais interessante dessa terceira temporada da série é como os roteiristas conseguiram ao mesmo tempo diminuir a barriga que o seriado tinha nas primeiras temporadas e conseguir correr com a trama, e mesmo assim, fazer episódios arrastados e até mesmo cansativos.

Na parte 3, agora só com 8 episódios, os arcos narrativos que Sabrina e seu grupo de amigos, familiares, e até mesmo inimigos são desenvolvidos de uma forma completamente mais rápida que ágil do que já se viu nas outras temporadas.

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O Mundo Sombrio de Sabrina | Crítica da 3ª temporada | Foto: Netflix

No novo ano, os acontecimentos e os conflitos são anunciados, e a trama já parte para o espectador ver as várias consequências que eles trarão para a história que mesmo assim se desenvolve lentamente, seja com as provas para a disputa de Sabrina contra o Príncipe do Inferno, Calaban (Sam Corlett) para definir quem assumirá o trono do local, a busca do Coven para tentar recuperar seus poderes, e claro, a facilidade que a bruxinha tem para resgatar seu namorado descamisado do Inferno.

O novo ano de O Mundo Sombrio de Sabrina fala sobre consequências, e os roteiristas parecem que notaram as fragilidades de desenvolvimento de suas histórias, onde a equipe deu um gás nessa terceira parte que começa de uma forma completamente diferente do que termina. A temporada é construída de uma forma que tudo se culmina nos intensos e frenéticos episódios finais, onde Sabrina luta para tentar conciliar seus dois mundos e realidades que estão ameaçados por forças antigas de deuses do passado.

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O Mundo Sombrio de Sabrina | Crítica da 3ª temporada | Foto: Netflix

Parece também que os roteiristas conseguiram dar pequenos arcos interessantes, que ficam fora de orbitar em torno da protagonista, para quase todos os coadjuvantes, seja com Hilda (Lucy Davis, hilária) e seu relacionamento com o Dr. Cee (Alessandro Juliani), Zelda (Miranda Otto, ótima) com a liderança do Coven, ou até mesmo os amigos mortais que parecem já estarem mais acostumados com as loucuras e peripécias que Sabrina leva para suas vidas. O mesmo vale para os bruxos Ambrose (Chance Perdomo) e Prudence (Tati Gabrielle) em sua missão de localizar o Padre Blackwood (Richard Coyle), que tem uma obsessão por ovos estranhos e assumir o poder novamente. 

Quem ganha destaque também são os relacionamentos, seja Theo (Lachlan Watson) que ganha um parceiro amoroso, o misterioso Robin (Jonathan Whitesell), e a dupla Harvey (Ross Lynch) e Ross (Jaz Sinclair) que dão um passo a mais no relacionamento dos dois, mesmo que ainda a trama insista em colocar a amizade com Sabrina em cheque. Até mesmo Lilith (Michelle Gomez) parece encontrar um destino certo para a temporada em termos de relacionamentos, mesmo que fique em segundo plano na trama.

E assim, Sabrina parece optar ficar no Inferno e conquistar o lugar, e como falamos os roteiristas mostram que suas ações tem consequências e nos entrega um episódio 7 – The Judas Kiss com cara de final de temporada, onde tudo que poderia dar errado deu, numa aposta arriscada de O Mundo Sombrio de Sabrina em jogar tudo para o alto e mudar o status quo da série como um todo.

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O Mundo Sombrio de Sabrina | Crítica da 3ª temporada | Foto: Netflix

Mas ao chegar no verdadeiro final da temporada com episódio 8 – Sabrina is Legend, a equipe de roteiristas não nos dá tempo de respirar e processar tudo aquilo. Será que eles iriam manter tudo aquilo, todas aquelas mortes e a destruição completa de Greendele e da própria Terra? A resposta vem e vem em dose dupla, numa aposta completamente arriscada, e ao mesmo tempo, perigosa para o futuro da série.

Sabrina tentar burlar as Leis da Física e do Espaço-tempo, onde temos a criação de um complexo atemporal, em que vemos os eventos do final da temporada acontecerem de uma maneira simultânea dentro do Inferno, o que dá a chance para bruxinha se aproveitar disso, encontrar com suas diversas “eus” diferentes, e voltar no tempo para salvar todo mundo.

Como tia Zelda diz durante um dos episódios, “Você tem um complexo de salvadora, Sabrina”. E isso que a bruxinha faz, se divide em duas, em três se você contar a Sabrina presa no barro, para resolver toda a trama que deu errado no passado, e ainda, uma assumir seu lugar na Terra, e outra no Inferno.

O único problema que o tempo não é tão piedoso assim, nem mesmo as novas entidades que os bruxos começam a adorar, e muito menos o ser místico que saiu do ovo com poderes especiais que Padre Blackwood conseguiu chocar parecem que serão nos próximos episódios.

Agora, nosso único problema é o mesmo que de Sabrina, o tempo, de espera para a temporada 4 estrear na Netflix. 

As três temporadas de O Mundo Sombrio de Sabrina estão na Netflix.

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