Missão: Impossível – Acerto De Contas Parte 1  | Crítica: Tom Cruise se firma como um dos últimos superastros de Hollywood

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Ver Tom Cruise pular de uma montanha gigante para tentar atingir um trem em movimento nos Alpes não é uma coisa que vemos todos os dias nos blockbusters que Hollywood tem apostado nos últimos tempos, principalmente nesse pós-pandemia. E por mais que não seja uma coisa tão inédita assim, Vin Diesel faz, a franquia Transformers faz, Chris Hemsworth faz na Netflix, vários atores fazem, mas ninguém faz igual Tom Cruise.

E com Missão: Impossível – Acerto De Contas Parte 1 (Mission: Impossible – Dead Reckoning Part One, 2023) fica claro que Cruise é um dos poucos, e senão o último, superastro de Hollywood. Sabe, aquele que você sai de casa para ir assistir, pelo nome, e pelo o que promete? Pois então.

E depois de Top Gun: Maverick, que sim teve um apelo nostálgico muito grande que influenciou bastante a recepção do longa, o ator mostra que ainda tem borogodó para liderar e ser a cara de um filme de ação, não um filme de ação como os vários que inundam os cinemas e o streaming todo ano, um filme de ação classudo, igual esse novo Missão: Impossível. 

Tom Cruise em cena de Missão: Impossível – Acerto De Contas Parte 1
Foto: Paramount Pictures and Skydance.All Rights Reserved.

E aqui, com a ajuda do diretor Christopher McQuarrie, Cruise mostra que ainda tem gás para atuar como Ethan Hunt por mais alguns filmes. E Missão: Impossível – Acerto De Contas Parte 1 checa todos os boxes para um longa da franquia. Tem: ação desenfreada, conspirações governamentais, traições, Cruise fazendo piruetas, máscaras hiper realistas, mas aqui McQuarrie e o ator parecem ir além. Entregam uma história robusta, uma missão extremamente mais perigosa, e que enfim parece ser impossível de ser resolvida rapidamente como pareceu nos filmes anteriores da franquia.

E esse sentimento de não urgência, mesmo que de uma perigosidade gigante, e bastante mais mortal, é tão sentido que faz o novo longa carregar um Parte 1, no título, uma coisa ousada e que fazia tempo que não víamos em um blockbuster de Hollywood fazer. Afinal, um Parte 1 no título significa a certeza que o estúdio vai bancar, ou pelo menos está quase 100% que vai, de que teremos uma Parte 2 o mais rápido possível (tá marcado já para 2024). 

E com o selo Tom Cruise envolvido, essa certeza, faz parte da apólice de seguro, na medida que o ator ainda é um dos poucos tem apelo e consegue levar pessoas aos cinemas. E Missão: Impossível – Acerto De Contas Parte 1 faz um senhor blockbuster de levar pessoas a rodo para os cinemas sim… se não fosse essa competitiva data de estreia antes de dois dos filmes mais falados e comentados dos últimos anos, poderia ir bem melhor. Mas são as regras do novo jogo em Hollywood, e com certeza, Cruise vai conseguir que essa missão seja completada com sucesso, certo? Claro!

E não só Cruise é o grande chamariz aqui. O ator novamente se cercou de nomes para os papéis coadjuvantes que conseguissem acompanhar o star power do ator. E se lá em Efeito Fallout tínhamos Henry Cavill, em Acerto De Contas – Parte 1, é o com um trio feminino que Cruise joga, e passa a bola. E as três atrizes principais do longa, Rebecca Ferguson, Vanessa Kirby e Hayley Atwell, quatro se contarmos com Pom Klementieff, realmente aproveitam o momento, e realmente, são o momento de Missão: Impossível – Acerto De Contas Parte 1.

Mas ninguém brilha mais que Hayley Atwell que finalmente tem a chance de se destacar em uma grande franquia depois de anos no banco de reserva na Marvel Studios que nunca soube aproveitar a personagem, até um pouco tempo atrás, com escassos minutos de Atwell como Capitã América em Doutor Estranho No Multiverso da Loucura.

Tom Cruise e Hayley Atwell em cena de Missão: Impossível – Acerto De Contas Parte 1
Foto: Paramount Pictures and Skydance.All Rights Reserved.

Em Missão: Impossível – Acerto De Contas Parte 1, a personagem de atriz, a golpista Grace é que acende o fio da bomba prestes a explodir que dá a ignição para a trama começar e vermos os cards com o título Missão: Impossível e a música tema rolar.

Grace é o ponto que liga Ethan à sua nova missão recebida de Kittridge (Henry Czerny de volta dos primeiros filmes da franquia) e que envolve uma inteligência artificial que ganha vida própria e consegue se infiltrar nos serviços bancários, de inteligência, internet sem deixar vestígios e principalmente sem rastros.

Claro, que a trama é um pouco mais complexa que isso, mas o texto de Missão: Impossível – Acerto De Contas Parte 1 escrito por McQuarrie junto com Erik Jendresen consegue diluir isso, e as explicações dessa ameaça tecnológica aos poucos e entre as cenas de ação desenfreadas que o longa oferece. Seja em uma perseguição pelas ruas de Itália em um carro minúsculo amarelo, ou em um aeroporto (o de Abu Dhabi) em uma perseguição super tensa com a ajuda de aparatos de inteligência de fazer James Bond ficar com inveja, ou em uma festa descolada, uma perseguição em Veneza, ou ainda em um trem de movimento. 

Missão: Impossível – Acerto De Contas Parte 1 acerta em balancear os dois lados, o da história e das consequências para o que essa missão representa, com as peripécias e acrobacias que o Cruise, Atwell, e o time do mega espião formado por Simon Pegg, Ving Rhames e Rebecca Ferguson enfrentam ao longo do filme, na medida que o acesso para a tal tecnologia envolve duas chaves que se combinam, e claro estão perdidas em diferentes cantos do mundo. 

A trama dá suas voltas pelo globo, até chegarmos na figura da mortal, Alanna, a Viúva Branca (Vanessa Kirby, ótima) apresentada no longa anterior, e na figura misteriosa do passado de Ethan, o ardiloso e perigoso Gabriel (Esai Morales) e sua capanga Paris (Pom Klementieff). O grupo dos vilões vai dar trabalho para Cruise mais uma vez e aqui são adversários à altura para o nível de ameaça que Missão: Impossível – Acerto De Contas Parte 1 apresenta.

Com essa ameaça, queremos dizer, A Entidade que parece estar sempre à frente de Ethan, e conhecer suas fraquezas, como ele pensa, onde esse Acerto de Contas parece ser bastante pessoal, mas ao mesmo tempo mega grandioso e épico de ser resolvido. A ideia desse agente do caos digital que se apossa de tudo que é on-line e cheio de zeros e uns é interessante, mesmo que talvez seja um pouco cabeçudo demais para a franquia e para o público que definitivamente está mais interessado em ver Cruise saltando de moto de montanhas, lutando em cima de trens, e tudo mais do que conectar os pontos de uma grande ameaça. 


Mas essa é a Missão que Cruise e McQuarrie dão para o espectador, onde por mais que Missão: Impossível – Acerto De Contas Parte 1 tenha começo, meio e fim, termina essa parte da história, em aberto, como um primeiro capítulo mesmo, a primeira parte de alguma coisa que promete ser muito maior do que isso que foi entregue. Se isso for possível. Mas nunca diga nunca, certo? Ainda mais quando temos Cruise envolvido na jogada.

Avaliação: 3.5 de 5.

Onde assistir Missão: Impossível – Acerto De Contas Parte 1?

Missão: Impossível – Acerto De Contas Parte 1 chega nos cinemas com sessões antecipadas em 12 de julho e depois em todo o circuito nacional em 13 de julho.

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