Mafia Mamma | Crítica: Toni Collette dá uma de Emily In Paris, só que na Itália, em comédia

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O timing cômico de Toni Collette é um que Hollywood já vem aproveitado ao longo do tempo e em diversas produções nos últimos anos. E foi lá em Entre Facas e Segredos (2019), que a união de um bom roteiro e as habilidades da atriz, chamaram realmente a atenção, principalmente depois que Collette ganhou uma maior popularidade por conta de seu trabalho no longa, de outro gênero, o terror Hereditário. Versatilidade né?

E agora com Máfia Mamma: De Repente Criminosa (Máfia Mamma, 2023) a atriz tem a possibilidade de liderar uma comédia que mostra o que acontece quando uma típica mãe do subúrbio americano, com a autoestima lá em baixo, vira de uma hora para outra, a nova chefe do crime do sul da Itália.

Mafia Mamma
Toni Collette e Mônica Bellucci em cena de Máfia Mamma: De Repente Criminosa.
Foto: bleeckerstreetmedia. All Rights Reserved.

E Collette acerta esse papel como ninguém! Não sei se muita coisa estava no roteiro de Mafia Mamma, se a atriz improvisou boa parte das cenas, mas enfim, o que fica claro, depois de assistir as quase 2 horas do longa, é que aqui Collette dá o tom, e segura as pontas, do longa como ninguém.

E em boa parte é o trabalho da atriz que carrega a produção, e nos garante, entre uma taça de vinho aqui, um gelatto ali, que o filme tenha bons momentos. Afinal, o texto (do trio Amanda Sthers, J. Michael Feldman, Debbie Jhoon) não é aquelas mil maravilhas, tem seus problemas e joga muito seguro em algumas passagens, claro, mas Colette consegue elevar a produção e até deixa seus colegas ficarem melhor em cena. É tudo trabalho dela, e, aqui, é o que chama atenção, que a fazer ser o destaque de Mafia Mamma.

E na medida que Kristen (Colette), uma executiva de uma empresa de remédios, resolve finalmente ir para a Itália, viver seu comer, rezar e amar, ela usa como desculpa o funeral do avô (Alessandro Bressanello) que mal conhecia para deixar sua vidinha comum de lado. E principalmente seus problemas de lado, como o fato que o marido Paul (Tim Daish), um músico encostado acabou de a trair com uma jovem, e o filho Dominick (Tommy Rodger) acabou de ir para a faculdade e deixou a casa vazia, onde ela então, resolve, enfim, partir para o ensolarado país europeu.

É aqui que Máfia Mamma assume seu lado Emily In Paris quando vemos esse choque de cultura entre essa típica mãe americana chegar no meio da máfia italiana que está em disputa entre si, depois que uma família rival foi a causa da morte de seu avô, o líder de uma outra família criminosa.

E são as piadas que o texto coloca, que compensam algumas passagens mais truncadas,  aliados com a naturalidade que Collette entrega seu papel, que definem o ar mais galhofa do filme.

Em uma das passagens, por exemplo, a personagem diz que “Nada está claro para mim” e um dos capangas acende a luz de um abajur. Não tem como não rir. É espirituoso, é bobinho, mas os atores vendem suas cenas muito bem. São esses momentos comicamente bem colocados que ditam o longa, e que só aumentam ao longo do filme, na medida que Kristen assume os negócios da família (os legais e os ilegais), juntamente com a assistente do seu avô, a sedutora Bianca (uma robótica Monica Bellucci dando uma de Jennifer Coolidge), e elas começam a arrumar a casa juntamente com os seguranças Aldo e Dante, onde Alfonso Perugini e Francesco Mastroianni, respectivamente, também divertem como os dois mafiosos atrapalhados que ajudam Kristen nessa sua jornada pela Itália.

Claro que existem aqueles que não nada felizes com isso, seja Fabrizio (Eduardo Scarpetta), o primo de Kristen que adoraria assumir os negócios da família, mas aceita a trégua que Kristen impõe com a família rival e que dá um pouco de paz na região. Ou até mesmo os outros líderes das famílias criminosas, onde um deles até garante a melhor cena do longa, quando convida nossa Kristen In Italy para comer nhoque, tomar vinho, e depois tomar um tira gosto de limão em um quarto luxuoso para algo a mais.

Mafia Mamma
Francesco Mastroianni, Toni Collette e Alfonso Perugini em cena de Máfia Mamma: De Repente Criminosa.
Foto: bleeckerstreetmedia. All Rights Reserved.

Assim, na medida que a personagem precisa recuperar sua autoestima, conhecer mais do sedutor Lorenzo (Giulio Corso), um jovem que ela cruzou no aeroporto, e faz a parte do amar de “comer, rezar, e amar”, e boa parte do foco dessa viagem, ela precisa também descobrir mais sobre os negócios da família, e ainda tentar sobreviver todos os encontros com os líderes da máfia. E claro, preparar muffins para todos eles nas reuniões.

No final, a direção de Catherine Hardwicke com Mafia Mamma é honesta, não ofende, é entregue sem muito fru fru ou inovação e que apenas aproveita do tom cômico de Collette, algumas reviravoltas na trama, e das paisagens sedutoras da Itália para contar essa divertida história feita para garantir bons momentos.

Ao sair da sessão ficou claro que Mafia Mamma definitivamente é um daqueles filmes para se ver com os amigos numa sala lotada, rir, e deixar os problemas de lado por algumas horas.

Avaliação: 3 de 5.

Onde assistir Mafia Mamma: De Repente Criminosa?

Mafia Mamma: De Repente Criminosa está em cartaz nos cinemas nacionais pela Paris Filmes.

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