Lift: Roubo nas Alturas | Crítica: Attenzione Pickpocket de aviões!

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O acordo de parceria da Netflix com o ator Kevin Hart, anunciado lá em 2021, parece que agora, enfim, começa a colher frutos. E é claro que no projeto de desenvolver vir filmes juntos, a dupla bolaria de criar um longa de ação de aventura internacional. Vale tudo nesse jogo de Hollywood feito para alimentar a máquina faminta por conteúdo e algoritmo que não deixa de ser base, e a fundação, da plataforma.  

E Lift: Roubo nas Alturas (Lift, 2023) parece ser realmente veículo ideal para ambos os lados, afinal, é um mega filme para gerar Buzz na plataforma, e um que coloca o ator e produtor em destaque e à frente de um projeto. E num é Hart até que se sai muito bem e o longa é divertido?

Em outros projetos, sempre o ator era pareado com algum outro colega um pouco mais famoso em Hollywood. Seja todas as vezes que trabalhou com The Rock nos cinemas ou até mesmo na própria Netflix com Mark Wahlberg, aqui com Lift: Roubo Nas Alturas fica claro que o filme é de Hart e ele é o protagonista. Claro, temos a presença de Gugu Mbatha-Raw que até diríamos dividir o protagonismo com o ator no longa, mas Lift: Roubo nas Alturas é, sem dúvidas, o filme onde o ator está no banco da frente, guiando esse time de golpistas que se aventuram no mundo das artes.

Kevin Hart, Vincent D’Onofrio, Úrsula Corberó, Billy Magnussen, Yun Jee Kim, Viveik Kalra, Gugu Mbatha-Raw em cena de Lift: Roubo nas Alturas. Cr. Matt Towers/Netflix © 2023

Hart interpreta Cyrus, o líder dessa quadrilha daquelas bem tradicionais de filmes de assalto internacionais que têm inundado o streaming nos últimos anos (inclusive na própria Netflix). O que temos em Lift: Roubo Nas Alturas é mais uma daquelas equipes onde todo mundo tem um tipo de habilidade, uma skill única e que é fundamental para o assalto da vez do grupo dar certo, onde por mais que sabemos que eles vão passar por poucas e boas ao longo do filme, mas também sabemos que eles são tão bons no que fazem que tudo vai dar no certo no final.

Lift: Roubo nas Alturas, como num bom filme do gênero, os personagens são introduzidos de uma forma divertidinha e com cards explicativos logo no começo dessa história: temos Camila (Úrsula Corberó) uma pilota experiente, Magnus (Billy Magnussen), um cara doidão que invade qualquer cofre, e a galera de TI, a hacker Mi-Sun (Yun Jee Kim)Luke (Viveik Kalra)

E todos eles estão em Veneza, na Itália, para um leilão mega exclusivo e competitivo de não só obras de artes, mas também de NFT (os tempos modernos não é mesmo?) e claro que a agente da Interpol Abby (Mbatha-Raw) está lá os monitorando e pronta para gritar: Attenzione, Pickpocket!! (não ela não fala isso, mas poderia!)

O texto de Daniel Kunka (o segundo da carreira do roteirista, segundo seu perfil no IMDB, depois de 12 Rounds lá de 2009) é bem estruturadinho para apresentar os personagens e a história e sempre deixar uma revelação uma carta na manga para ser introduzida em outra cena e em outro momento do filme. 

Afinal, não é um bom filme de assalto se não tivermos algumas reviravoltas, não é mesmo? E Lift: Roubo nas Alturas tem de monte, afinal, a agente Abby consegue convencer o colega de Interpol, o Agente Huxley (Sam Worthington) que Cyrus e seu time são os únicos que podem ajudar a polícia internacional a capturar um mafioso (Jean Reno) que quer faturar bilhões de dólares com uma série de tragédias em diversos países da Europa.

Para isso, a Interpol quer impedir que ele receba um carregamento de barras de ouro (avaliado em 500 milhões de dólares) que farão o percurso Londres, na Inglaterra, até Zurique na Suíça em uma linha comercial. 

O plano então? Eles em vez de roubarem a carga com o ouro, eles vão roubar o próprio avião com a carga dentro. Como eles vão fazer isso? É só ver o filme, pois essa sequência dura uns bons 10, 15 minutos e como é divertido ver esses personagens bolando o plano para fazerem a aeronave desaparecer no espaço aéreo europeu.

Kevin Hart, Gugu Mbatha-Raw e Billy Magnussen em cena de Lift: Roubo nas Alturas. Cr. Matt Towers/Netflix © 2023

Hart tem carisma de sobra e avança para essa posição de protagonista muito bem, mas também fica claro que Lift: Roubo Nas Alturas é um filme de equipe sem dúvidas, pois todo mundo tem a chance de se destacar em algum momento.

A relação dos personagem de Hart e Mbatha-Raw é uma extremamente divertida de se acompanhar, o famoso será que eles vão ficar juntos ou não e o quão desconfortável eles ficam em todas as cenas por estarem nessa situação. O queridinho dos fãs da Marvel Studios, o ator Vincent D’Onofrio aqui interpreta um golpista mestre de disfarces, e que assume várias caras, rostos e nomes (igual o Cara de Barro na série animada de Harley Quinn) e é um show a parte de se assistir em Lift: Roubo Nas Alturas.

O mesmo vale para o sempre hilário Magnussen que realmente achou um tipo de personagem (amalucado e excêntrico) e parte com tudo com ele e garante bons, e divertidos momentos, principalmente um em que seu personagem está em apuros no meio dos Alpes suíços na mira de um bandido.

E basicamente todos os personagens estão bem e combinam com essa história, do grupo dos golpistas, até mesmo para David Proud como o controlador de voo Harry, um 171 mas peça fundamental para fazer com que os dois aviões (o que tem  as barras de ouro e o avião do time de Cyrus ) ocupem o mesmo espaço e consiga não levantar suspeitas de seus superiores na organização que comanda o tráfico aéreo europeu. 

E o diretor F. Gary Gary se esbalda aqui no filme. Afinal, ele já é figurinha habitual nesse tipo de longa, comandou o MIB: Homens de Preto Internacional lá de 2019 e um dos Velozes e Furiosos (o 8 de 2017) e aqui garante que tenhamos boas cenas principalmente já que boa parte de Lift: Roubo Nas Alturas se passa em aviões, no ar, e em situações de extrema periculosidade.

Isso dá para o filme uma certa agilidade, afinal, temos pouco menos de 2 horas, e um grande roubo para fazer. Claro, as coisas não dão muito certo para o time de golpistas e eles acabam por ficar cara a cara com o mafioso que eles queriam evitar, mas o tom mais cômico, e algumas piruetas, explosões e cenas de ação garantem que o filme passe tão rápido quanto pegar uma ponte aérea.

No final, fica claro que Lift: Roubo nas Alturas é sustentado pelo carisma do elenco bem mais do que pela história que quer ser contada aqui. Mas faz isso na melhor das intenções de um filme lançado no streaming nesse começo de ano, uma época sempre parada em termos de novos conteúdos. Assim, o filme acerta em não cansar o espectador e garante que passemos bons momentos com esses personagens, se eles vão fazer escala e criar uma nova franquia na Netflix não sabemos, mas que devem pousam tranquilamente na lista de mais vistos nas próximas semana sem turbulência alguma, afinal, garantem uma boa diversão, isso por si só já é o bastante.

Nota:

Lift: Roubo nas Alturas chega na Netflix no dia 12 de janeiro.

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