Jogos Mortais X | Crítica: Entrega tudo aquilo que os fãs gostam: brutalidade, reviravoltas e JigSaw

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Não é fácil uma franquia durar 10 filmes, mas olha aí, Jogos Mortais conseguiu! E não só isso, o grande acerto de Jogos Mortais X (Saw X, 20223) é fazer um longa que não só entrega tudo aquilo que os fãs gostam, como também abre as portas para, possivelmente, fazer reiniciar a franquia.

Afinal, com a trama desse 10º filme acontecendo entre os os eventos de Jogos Mortais (2004) e Jogos Mortais 2 (2005), tudo é possível nessa franquia que aqui traz de volta o lendário e enraizado na cultura pop John Kramer (Tobin Bell). Jogos Mortais X acerta nisso, em colocar o personagem como a cara, e não o boneco com cara de doido, desse novo filme que foca em contar uma história centrada nesse engenheiro maluco que bola diversas armadilhas e jogos pesadíssimos de assistirmos.

Tobin Bell em cena de Jogos Mortais X.
Foto: Courtesy Of Lionsgate. Paris Filmes

O roteiro de Pete Goldfinger & Josh Stolberg se aprofunda na mitologia, no que deu certo, na figura de Kramer e não só ser mais um filme com desafios sanguinários, brutalidade, e reviravoltas. Claro, tudo isso está presente e dá para o fã momentos cruciais para Jogos Mortais X se destacar e entregar um bom filme da franquia. 

É um bom filme de maneira geral? Mais ou menos. Tem alguns problemas de roteiro, de atuações, e tudo mais, mas de maneira geral e para um longa da franquia não é o dos piores não. Pelo contrário, Jogos Mortais X me deixou entretido com a história, com as armadilhas e, em nenhum momento, não me senti ofendido com a reviravolta que foi construída e trabalhada, e tudo para mim, foi construído junto com o espectador sem subjugar a inteligência e a paciência de ninguém.

 focar a história no drama de Kramer e o combate ao câncer, Jogos Mortais X tenta humanizar a figura do personagem e dar para Bell a chance de vermos mais do personagem como uma pessoa do que um mestre de engenheira e controlador da situação com o boneco da pele branca e marcas vermelhas. 

E mais uma vez Bell está muito bem, na medida que Jogos Mortais X se torna um jogo muito mais pessoal aqui para Kramer na medida que os participantes que são colocados na berlinda fazem parte de uma organização que aplicava golpes em pessoas em estado terminal e prometiam uma cura milagrosa. 

É interessante vermos a forma como os eventos se desenrolam e quem é quem na história, desde do cara (Michael Beach) que se infiltra no grupo de apoio de Kramer se passando por alguém na mesma situação e depois surge curado, para a médica Dra. Cecilia (Synnøve Macody Lund) que promete a cura milagrosa e joga diversos dados técnicos e médicos para cima do espectador.

E já no México (por conta da perseguição das grandes empresas farmacêuticas), Jogos Mortais X também não espera para correr com a trama e nos apresenta para a clínica que opera esses pacientes, e nos mostra mais diversos outros personagens que casualmente estão ali, mas que fazem parte dessa gangue: o motorista (Octavio Hinojosa) do táxi que o debilitado Kramer pega do aeroporto para o local, passando pela jovem Gabriela (Renata Vaca) que mora no local, e até mesmo uma enfermeira (Paulette Hernandez) e outro paciente (Steven Brand) do projeto que simpatiza com o personagem.

Paulette Hernandez em cena de Jogos Mortais X.
Photo Credit: Alexandro Bolaños Escamilla/Courtesy Of Lionsgate.

Assim, quando achamos que a doença iria afetar o julgamento de Kremer e que ele iria deixar de lado seu hobby, Jogos Mortais X mostra que é por isso que estamos em um filme de Jogos Mortais. A narrativa, que demora um pouco para contextualizar todos os motivos que levaram Kramer a bolar esse jogo em especial, e com essas pessoas em especial, então se desenrola e somos jogos nesse jogo de gato e rato que é tão clássico da franquia.

As regras, a discussões de por que Kramer e também Amanda (Shawnee Smith) fazem isso, e claro, a quantidade enorme de sangue e momentos de virar a cara ditam o tom de Jogos Mortais X. 

Todos os personagens apresentados tem um espaço para ganharem um certo destaque na medida que Kramer bola as provas de acordo com suas funções na mesa de operação. Um deles tem que abrir o cérebro, o outro cortar uma perna, e até mesmo um raio gigante é usado em um dos personagens. Tudo é mostrado em cena com uma brutalidade gigante e talvez faça da décima entrada um das mais sanguinárias. 

No final, Jogos Mortais X mostra fôlego em revitalizar a franquia, apelar com um toque de nostalgia para os longas mais fortes como os primeiros e mostram que as armadilhas e as ideias por trás delas são secundárias para essa história. Fica claro então o longa se preocupa em criar uma narrativa e não apenas se apoiar nesses momentos mais brutais, e talvez por isso que Jogos Mortais X dê certo tantos anos depois. E você quer jogar um jogo?

Nota:

Onde assistir Jogos Mortais X

Jogos Mortais X chega nos cinemas nacionais em 28 de setembro.

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