Hotel Transilvânia: Transformostrão | Crítica: Novo filme coloca família de monstros em aventura no estilo Sexta-Feira Muito Louca

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    A franquia Hotel Transilvânia sempre foi muito importante para a Sony Pictures, afinal, ajudou a deslanchar a ala de animação do estúdio num mercado onde temos a hegemonia de um outro grande estúdio com seu castelo brilhante. E com uma trilogia feita entregue, e a busca por continuar os famosos IPs (as propriedades intelectuais) fez essa simpática franquia ganhar esse quarto filme, afinal, para a Sony Pictures Hotel Transilvânia sempre foi um check-in para dinheiro. Mas claro, a pandemia chegou, afetou o mundo e o que seria uma aposta certa para garantir um bom retorno nos cinemas, se tornou um grande ponto de interrogação dentro da grade do estúdio.

    Até que chega uma empresa de tech que vai as compras e leva alguns dos filmes que o estúdio não achava que seria interessante lançar nos cinemas em 2020. E agora o quarto filme Hotel Transilvânia, o Transformostrão – aliás, uma ótima escolha de tradução do original com Hotel Transylvania: Transformania (2022) – chega diretamente no Prime Video, numa nova etapa da pandemia, onde os filmes para esse público tem sofrido para acharem seu espaço nos cinemas e realmente parece que o streaming funciona melhor para esse tipo de produção. 

    Hotel Transilvânia: Transformostrão
    Foto: Amazon Studios/Sony Animation

    E num é que Hotel Transilvânia: Transformostrão deve fazer maravilhas para o Prime Video na chamada Guerra do Streaming? É o quarto filme de uma franquia conhecida, onde os outros 3 estão disponíveis no catálogo para gerar aquele buzz, e é uma aposta segura, afinal, são personagens já conhecidos do público e com um apelo enorme de gerar muitas horas vistas na plataforma. Repetição é a palavra num mundo de métricas no streaming.

    E aqui, Hotel Transilvânia: Transformostrão é aquilo que oferece: uma animação divertida, com o retorno de personagens carismáticos, num filme colorido e que coloca a família em uma nova aventura, e com uma trama que é fácil de se entender e conectar, e principalmente uma que já é conhecida de outros carnavais: o famoso troca de corpos. Ou quase isso. Em Hotel Transilvânia: Transformostrão o que temos é uma mistura de Sexta-Feira Muito Louca (2003) com Jungle Cruise (2021) e que combina muito bem com a franquia, e com o desenvolvimento dos personagens que foram trabalhados já tem 4 filmes.

    Hotel Transilvânia: Transformostrão é um bem-vindo e engraçado novo capítulo para esses moradores deste hotel amalucado com hóspedes ainda mais malucos. Na comemoração dos 125 anos do Hotel Transilvânia, o todo poderoso Drácula (voz agora de Brian Hull e não mais Adam Sandler no original) quer comemorar com estilo, mas sente que Johnny (voz de Andy Samberg no original) e Mavie (voz de Selena Gomez no original) tem outros planos, o que deixa o Vovó vampiro mais uma vez ser dominado por suas pirações e paranoias de sempre. Blah Blah Blah, ainda bem que temos a ex-caçadora Erica (voz de Kathryn Hahn no original) para controlar as asinhas de morcego dele. 

    As coisas mudam e se animam quando um raio transformador é achado nos cantos mais escuros do hotel e “transformonstram” os hóspedes em seres humanos. E claro, Johnny em um monstro. A trama batida já vista milhares de vezes em outras produções aqui ganha um ar completamente divertido aqui em Hotel Transilvânia: Transformostrão quando inserida no contexto da franquia e com esses personagens. O trio de roteiristas formado por Amos Vernon, Nunzio Randazzo e Genndy Tartakovsky (em suas primeiras empreitadas com os personagens) consegue fazer de Hotel Transilvânia: Transformostrão um filme ágil e que não perde seu ritmo em nenhum momento.

    Hotel Transilvânia: Transformostrão
    Foto: Amazon Studios/Sony Animation

    Os acontecimentos na trama se desenvolvem sem muita enrolação, a única coisa enrolada que temos aqui são as faixas da Múmia que caem quando o personagem assume sua forma humana, e a busca para o grupo consertar o tal dispositivo já é introduzida na história sem muita cerimônia. Assim, a família monstruosa e seus amigos assustadores (nem tanto!) partem em viagem pela floresta na busca de uma forma de todos afetados voltarem suas formas originais. Dentro das mudanças de humor de Johnny como um grande lagarto/dragão e de Dracula tendo que se adaptar a sua forma humana e muito mais, Hotel Transilvânia: Transformostrão consegue colocar a sua mensagem de sempre sobre respeitarmos as diferenças um dos outros, não importa se você é humano ou monstro. E aqui, o roteiro garante que o quarto filme entregue boas passagens e interações seja com Johnny e Drac, Mavie e Erica, ou ainda os outros monstros coadjuvantes como Homem Invisível (que agora é visível), o Lobisomem que agora só é um homem com muito pelos, e o Frankstein que agora é um homem bonitão e viciado em sua aparência.

    No final, Hotel Transilvânia: Transformostrão faz uma aposta segura em provocar boas risadas e trazer de volta esses personagens adoráveis e bons de se passar algumas horinhas juntos. A finalização deste capítulo e dessa etapa da história desses personagens deixa a franquia aberta para quando, onde e como o estúdio resolver voltar com eles daqui sei lá, uns 2, 3 anos. As portas do Hotel devem ficar abertas lá na Sony, eles não iam perder a chance de trazer novas pessoas para novos check-ins no futuro, ainda mais se o filme for bem no Prime Video, ou em qualquer outro streaming que o estúdio tenha um relacionamento.

    Avaliação: 3 de 5.

    Hotel Transilvânia: Transformostrão chega em 14 de janeiro.

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