Freaky – No Corpo de um Assassino | Crítica: Une comédia com terror em filme assustadoramente bom

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Freaky – No Corpo de Um Assassino (Freaky, 2020) é um filme sobre duas pessoas que mudam de corpo e ainda com uma temática de terror? Pois contem comigo sim. Desde o primeiro momento que o projeto foi anunciado, eu já sabia que queria muito ver esse filme. E quando o primeiro trailer saiu, alguns meses atrás, eu fiquei completamente rendido e louco para assistir.

E Freaky – No Corpo de Um Assassino agora chega ao Brasil no final do ano de 2020. E que ano freak, não é mesmo?

Freaky – No Corpo de um Assassino | Crítica
Foto: Universal Pictures

E eu fico surpreso que Freaky – No Corpo de Um Assassino seja um filme assustadoramente bom. E isso se dá pelo fato do filme ter A) um roteiro aparentemente simples em que duas pessoas com personalidades completamente opostas trocam de corpos, B) que eles conseguiram escalar dois ótimos atores para fazer isso e C) que o longa consiga unir comédia com terror de uma forma bem interessante.

E sim, Vince Vaughn e Kathryn Newton estão sensacionais em seus papéis e são os responsáveis para que esse filme dê muito certo. O roteiro de Freaky – No Corpo de Um Assassino, é assinado pela dupla Michael Kennedy e Christopher Landon, onde Landon, se vocês não lembram, é o diretor de A Morte Te Dá Parabéns, outra aventura de terror/comédia da produtora Blumhouse, que em vez de troca de corpos, lidou com uma personagem que fica presa no mesmo dia e precisa descobrir quem é o assassino mascarado que a persegue.

E assim, Freaky – No Corpo de Um Assassino é a Blumhouse acertando novamente, com um filme com um baixo orçamento, mas com um grande potencial, onde Landon pega mais um clichê, e um tema super batido, e une com um toque mais gore, onde o sangue voa por todo lado, e corpos são empilhados por aí, para contar a história do assassino em série conhecido como O Açougueiro de Blissfield (Vaughn, ótimo), que quando acha que a jovem tímida Millie (Newton) seria uma presa e uma morte fácil, eles acabam por trocarem de corpos por conta de uma faca misteriosa com poderes sobrenaturais.

E é aqui que Freaky – No Corpo de Um Assassino deve ganhar espectador, pois além de entregar um bom terror slasher, com o personagem de Vaughn sendo bastante sanguinário nas suas matanças como vemos na cena de abertura, o longa também se apoia nesse timing cômico do ator que realmente acerta a composição de uma garota de 16 anos como ninguém.

Em Freaky – No Corpo de Um Assassino é como ser transportado para o início dos anos 2000, e ver Rob Schneider em Garota Veneno (2002) ou Jack Black em Jumanji: Bem-vindo à Selva (2017), onde Vaughn está muito bem ao replicar os trejeitos da jovem Millie. É diversão pura, e Vaughn realmente acerta em cheio. A cena onde o ator precisa convencer os amigos de Millie que ela é a pessoa que está dentro daquele corpo, é sensacional e de longe um dos momentos mais divertidos que o longa oferece.

E Vaughn tem a ajuda dos atores Misha Osherovich, como Josh o amigo gay desbocado que acha que vai ser o primeiro a morrer, e Celeste O’Connor como a amiga inteligente Nyla que ajuda a colocar o grupo na realidade, para contar essa história e entregam boas atuações que se apoiam em um roteiro afiado e cheio de piadas que deverão tirar um sorriso do espectador no meio das matanças que o assassino promove ao longo do filme.

Newton também está muito bem, e seu trabalho corporal de criação da jovem Millie, que varia entre ser tímida e contida no começo, e depois que o assassino assume o seu corpo, se torna confiante e destemida também é muito interessante de se ver. A atriz consegue fazer isso de uma forma bem bacana, ao utilizar a jaqueta vermelha e um olhar frio e matador, Millie (como o assassino) ganha destaque em tela e realmente o longa consegue brincar com essa dualidade entre os personagens. E depois que apresenta os dois protagonistas e brinca com as tradicionais tramas de troca de corpos, o longa ganha uma certa urgência e corre com a história quando descobrimos que a jovem tem apenas 24 horas para conseguir trocar novamente de corpo com o assassino, antes que eles fiquem presos naqueles corpos para sempre.

Freaky – No Corpo de um Assassino | Crítica
Foto: Universal Pictures

E Freaky – No Corpo de Um Assassino fica ciente disso e agiliza a trama, aumenta a quantidade de mortes quando o grupo se encontra em um baile de formatura clandestino, mas também segue pelas suas próprias regras e mitologias criadas, assim como, foi em A Morte Te Dá Parabéns. Claro, Freaky – No Corpo de Um Assassino não foge da fórmula de um longa sobre o tema, mas faz isso de uma forma tão bacana de se assistir e entrega algumas passagens que são simplesmente incríveis, e principalmente em recursos narrativos e como o evento sobrenatural mudou a vida, principalmente de Millie, e a sua relação com a sua família. As cenas que a jovem (como o assassino) conversa com a mãe (Katie Finneran) e o crush do colégio (Uriah Shelton) mostram que Freaky – No Corpo de Um Assassino além disso tudo consegue fazer uma trama de amadurecimento que combina e muito com as loucuras que o longa oferece.

No final, Freaky – No Corpo de Um Assassino abraça o lado de terror ao mesmo tempo que coloca tons de comédia, e isso faz toda a diferença para essa divertida nova aposta da Blumhouse que parece ter entendido o terror como ninguém. Um acerto matador de todos os envolvidos.

Avaliação: 3 de 5.

Freaky – No Corpo de Um Assassino chega em 10 de dezembro nos cinemas pela Universal Pictures.

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