Fervo | Crítica: Comédia sobrenatural garante boas risadas

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Os fantasmas se divertem, e nos divertem, com Fervo (2023), uma comédia sobrenatural nacional que entrega mais do que aparenta ser.

E a premissa simples é uma  experiência  totalmente válida de se assistir por conta dos nomes envolvidos no projeto que coloca um casal em um casarão com 3 fantasmas presos numa espécie de limbo e que precisam descobrir uma forma de morarem juntos e ajudarem uns aos outros. 

Fervo
Rita Von Hunty, Renata Gaspar, Felipe Abib, Gabriel Godoy e Dudu Azevedo em cena da comédia Fervo
Foto: Cesar Alves/Star Original Productions. All Rights Reserved.

E eles nem precisam falar Beetlejuice 3 vezes para esses seres aparecerem, mas Fervo dá certo pelo fato que temos esse elenco bem entrosado para contar essa história. Do casal principal que compra o casarão, um bar antigo que estava para ser lançado na noite chamado também Fervo, interpretado pelos atores Felipe Abbib (com um timing cômico cada vez mais afiado) e Georgiana Góes, até mesmo pelo trio de fantasmas interpretados por Rita von Hunty, Gabriel Godoy (sempre hilário), e Renata Gaspar. E o longa ainda conta com as participações especiais que vão desde de Joana Fomm, Rosi Campos, Marcelo Adnet (numa participação mega curta mas que garante uma das melhores cenas do filme) e o engraçadíssimo Paulo Vieira.

É essa combinação de comediantes que causam um fervo e colocam Fervo para entrar em combustão e divertir.

O longa ganha força depois que o casal em crise se muda para uma nova casa e começam a desvendar os mistérios do local que ficou fechado por anos e nunca ninguém conseguiu morar lá por muito tempo. Assim descobrimos que Léo (Abbib) tem uma certa conexão com o paranormal e descobre que ele e sua esposa Marina (Góes) não estão sozinhos na isolada casa que eles compraram por um preço extremamente barato para reformarem.

O roteiro de Thiago Gadelha é bom em nos ambientar com a dinâmica do casal, nos ambientar com a relação deles, para depois colocar a dupla em situações sem pé nem cabeça no local, quando os fantasmas (que a gente só descobre serem fantasmas um pouco lá mais na frente na história, mas enfim, são fantasmas) começam a pregar peças neles. E a direção de Felipe Joffily se esbalda com essas passagens: É ligar e apagar as luzes, vultos passando pelos espelhos, uma transformação de Drag à noite. Mas o ápice fica com um karaokê que ganha vida do nada e uma apresentação de Kelly Key hilária e que dita o tom do filme desse momento para frente.

Como falamos, o texto, e o filme, cria seu tempo para ambientar o espectador com todos esses personagens, seus dilemas, seus problemas, e criar uma grande contextualização para a história e o motivo que todos eles estão ali. Assim, depois disso, Fervo consegue encaminhar para sua trama central: como fazer esses fantasmas seguirem em frente, ir para o caminho da luz, assim por dizer.

E para isso, o texto exigia atores talentosos e com um timing cômico bem afiado para entregar esse arco narrativo sobrenatural que envolve comunicação com os fantasmas, troca de corpos, e tudo mais, onde vemos os humanos por ajudarem os fantasmas a resolverem seus problemas deixados na Terra.

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Rita Von Hunty e Paulo Vieira em cena da comédia Fervo
Foto: Cesar Alves/Star Original Productions. All Rights Reserved.

A troca entre Paulo Vieira que aqui interpreta um influencier sobrenatural que é chamado para ajudar Léo a lidar com os fantasmas, com Rita Von Hunty é hilária, e muito bem feita. Um dos pontos altos do filme. Já Godoy como Diego e Gaspar como Lara também ganham destaques quando conhecemos mais de suas histórias. O mesmo vale para a veterana atriz Joana Fomm que aqui interpreta a Morte e que entrega um carisma gigante. Toda a construção desses personagens ganha força na história na medida que os fantasmas saem da casa e precisam se resolver com as pessoas que eles deixaram nesse mundo.

Claro, Fervo tem algumas pontas soltas que não conversam muito bem com a trama de maneira geral, seja o personagem de Dudu Azevedo (que mesmo que bem), ou até mesmo o destaque que os pais de Leo ganham, a dupla Hamiton Vaz e Rosi Campos, mas tudo no final serve para o filme ter um pouco mais de sustância e não ficar focado 100% no grupo principal. 

As cenas divertidas, algumas reviravoltas aqui e ali, mas nada muito assombroso, fazem que Fervo se garanta com boas risadas e bons momentos. Uma comédia que bebe na fonte de diversos outros filmes, sim, mas que entrega uma história com um toque brasileiro e que faz 2023 começar bem.

Avaliação: 3 de 5.

Onde assistir Fervo?

Fervo está em cartaz nos cinemas nacionais.

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