Gabriel Leone e Flávio Tolezani falam sobre as complexas relações entre pai e filho que são apresentadas na série Dom

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Dom é a nova série nacional do Prime Video que chegou hoje (4) à plataforma. São 8 episódios de uma hora de duração que acompanha uma história verídica que movimentou os noticiários da época que a trama se passa no final década de 90 e começo dos anos 2000.

A série, além de fazer uma abordagem de época super interessante, coloca os atores Gabriel Leone e Flávio Tolezani em papéis com uma carga dramática e de intensidade bem grandes. Em bate-papo com o ArrobaNerd, e outros jornalistas, a dupla falou sobre como foi para criar essas relações entre seus personagens, e de seus personagens com o mundo das drogas em um Rio de Janeiro que foi inundado pelo tráfico e sofreu profundas mudanças.

Tolezani, que interpreta o personagem Victor Dantas na série diz que “faz parte da narrativa construída pelo Breno [Silveira, o diretor e showrunner e da equipe de roteiristas]” de mostrar a culpa que seu personagem tem ao longo dos episódios. Afinal, Victor está do outro lado do combate ao tráfico, já seu filho, Pedro (Leone), que conhece as drogas na adolescência, acaba por assumir o comando de uma gangue alguns anos depois.

Foto: Amazon Studios

O ator diz: “além de ser uma frase que tá presente na série…a leva uma vida inteira para saber se acertou ou errou…é olhar para trás e falar olha o que aconteceu, relatei os fatos, e posso tirar uma conclusão ou não, a relação pai e filho, filho e pai, é sempre muito delicada e ela demanda sim esses momentos [mais intensos], ainda mais dramaturgicamente que é o que está sendo escolhido para ser exposto ali, então de fato vai ter essa profundidade, até por que a relação era assim na maior parte das vezes… acredito.”

Ele completa: “O momento que está sendo retratado é esse, é o esticar a corda, e o filho vai embora, e o filho volta, volta para o colo do pai, essa tentativa de resgate é pauta certa dentro da série toda.” 

Já Gabriel comentou um pouco também como foi construir esse personagem que começa a série como um garoto de classe média carioca viciado em drogas.  O ator diz: “uma das bases desse personagem é que além do vício dele na droga, ele era viciado em adrenalina né?, então é o que sempre motivou ele também para o lado do crime, para viver uma vida inconsequente sem limite, foi dessa relação com a dor, e não sentir tanta dor, proporcionou a vida que ele teve, e desde de início do trabalho, e a proposta que o Breno apresentou era pelo processo dele de edição, e por ter praticamente filmado tudo em ordem cronológica, o que é uma coisa muito rara, e como as cenas são muito densas, e muito viscerais, nossa ideia era ir vivendo, uma cena após a outra, um dia após o outro, essa gradação, desde do início dele se viciando…”

Ele completa também: “Mas do que uma preparação com viciados, a minha intenção era ir caminhando com esse personagem, até que ele chegasse nesses ápices, sabe? Por ter justamente feito em ordem cronológica, no momento que eu estava fazendo uma cena de um ápice emocional, ou enfim, alguma coisa relacionada [ao consumo dele com as drogas], eu tinha tudo de bagagem que eu tinha vivenciado, cenicamente falando…. No geral, a gente não tem isso.”

O ator finaliza: “Eu tava inserido naquela energia, naquele calor… o que eu fazia de preparação individual era que antes de todas as cenas, como ele tava praticamente sobre o efeito da droga, antes de filmar, eu sempre tentava me esquentar, e através de alguns exercícios, chegar numa energia que me levasse para onde a cena precisasse me levar…As cenas são muito pesadas já que foram gravadas em locações reais e ai vivenciar elas.” 

Foto: Amazon Studios

E ao mesmo tempo que Dom mostra esse pai e esse filho vivendo vidas e situações tão diferentes e opostas, a série também mostra a jornada de como Victor se tornou esse cara que luta no combate contra as drogas. Através de flashbacks lá no final dos anos 60, começo da década de 70 acompanhamos Victor mais jovem (e aqui interpretado pelo ator Filipe Bragança) que trabalha com mergulhador e acaba por encontrar no fundo do mar uma carregamento de drogas. 

Ao ser perguntado como foi seu trabalho de composição de personagem junto com Bragança, e como ele descobria o que tinha acontecido o Victor no passado, Tolezani comenta: “A gente descobriu tudo com antecedência e foi estudado tudo antes essa trajetória.. a série não vem em ordem cronológica, não é assim que acontece, mas a gente estudou ela desse jeito, até para gente entender qual que é essa trajetória, ainda mais quando tem mais de um ator fazendo.. e teve uma troca muito boa com o Filipe. de construção mesmo, de construir junto… eu, ele, o Breno, preparação, e os outros atores… cheguei a fazer em exercício cenas que seriam do Filipe, lá de trás do passado, só para gente entender qual é essa relação, até porque, em algum momento, ia render, ia reencontrar aquele personagem que fazia aquela cena… então foi muito cuidado isso…não dava para ser uma surpresa no set.”

E o ator comentou também sobre a trajetória do seu personagem… ele diz: “Ele tinha um outro olhar sobre o mundo, ele era mais solar e depois quando o bastão é passado para mim, o meu Vitor já tá em outro lugar, com uma descrença, e muita coisa já aconteceu né? Mas é a mesma pessoa… então esse trabalho de unidade e de construção foi muito importante. “

Dom disponível no Prime Video.

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