Black Is King | Crítica: Especial de Beyoncé faz celebração espectacular sobre encontrar raízes e ancestralidade negra.

0
315

Finalmente temos o novo álbum visual da cantora Beyoncé que chega ao Brasil junto com o Disney+ no país. E Black Is King (2020) nada mais é do que a interpretação visual de The Lion King: The Gift, o álbum lançado pela cantora em 2019 na mesma época que a adaptação fotorealística, comumente chamada de “o live-action”, de O Rei Leão chegou aos cinemas. Lembra dos cinemas? Bons momentos.

Imagem
Black Is King | Crítica
Foto: Disney+

E assim, Black Is King faz uma celebração das origens do povo negro, onde Beyoncé mescla a história do leão Simba com a jornada do seu próprio povo na busca por encontrarem suas raízes, ancestralidades africanas e honrarem da onde vierem.

Esse A film by Beyoncé nada mais é que isso, são diversos clipes colados uns nos outros que utilizam de uma narrativa única para contar a história da animação de uma forma lúdica, e cheia de vida, e cores, onde as músicas de The Lion King: The Gift servem para dar o tom para o especial. Tudo é visualmente incrível e grandioso, bem como tudo que a cantora coloca suas mãos, e aqui elas estão cheia de jóias e tintas, onde vemos roupas com estampas de animais, e penteados dos mais variados. Em Black Is King tudo é feito para causar o maior impacto em tela, e a forte presença visual de Beyoncé e seus convidados é o grande chamariz. Não espere uma história contatidinha e simples, em Black Is King temos uma narrativa quase como um sonho, cheio de interpretações, metáforas, e claro uma musicalidade incrível com as músicas tão características de Beyoncé. Black Is King faz uma espectacular jornada dentro da cabeça da cantora que não poupa esforços para entregar um especial lindo e cheio de simbolismos. 

E além de Beyoncé, que desfila figurinos dos maiores incríveis possíveis, temos também a presença da cativante Blue Ivy, filha da cantora com Jay-Z, a colega, e ex-Destiny Child, a cantora Kelly Rowland, o ator e cantor Donald Glover que deu voz para o Simba em O Rei Leão de 2019, o cantor Pharrell Williams, a modelo Naomi Campbell e a atriz Lupita Nyong’o. Todos eles ajudam a Beyoncé a contar a história de desse Príncipe que ao nascer encontra com um ser espiritual que diz para ele que ele ter um propósito em vida e que os seus ancestrais vão sempre o guiar. A história de Black Is King segue igual ao do filme, onde o jovem deixa seu reino após a morte de seu pai e sai em busca de viver no grande mundo até que ao reencontrar um amor antigo decidir regressar para seu local de nascimento e assumir seu papel com o verdadeiro rei.

Imagem
Black Is King | Crítica
Foto: Disney+

Black Is King usa de uma poderosa narrativa para contar essa história, onde vemos Beyoncé num papel de destaque, onde a cada passagem vemos um trecho narrado de O Rei Leão para nos situar na história entre uma música e outra. Meus trechos favoritos são a música de abertura Bigger que se passa quase toda em uma praia deserta, Mood 4 Eva onde vemos Beyoncé, Jay-Z e Blue Ivy em uma mansão gigantesca e cheia de serviçais, carros de luxos e obras de arte, numa referência ao tempo que o casal “alugou” um dos maiores museus do mundo para a gravação de um clipe lá em 2018.

Outra passagem que eu considero um dos pontos altos do especial é Brown Skin Girl onde temos as mulheres do longa com figurinos de época no que se parece um grande baile de debutantes. E claro que a passagem final, marcada pela música Spirit da trilha sonora do longa que foi interpretada pela cantora e que mostra a chegada de um novo Rei que dessa vez será criado dentro da cultura do seu povo e é o ápice do especial que termina numa nota alta. Beyoncé dirige tudo, mas ainda temos diversos outros nomes que ajudam a cantora a compôr esses clipes de forma isolada e que estão todos bem creditados ao final do longa.

Black is King é consagração de Beyoncé como um dos maiores nomes para a celebração da identidade negra e do orgulho negro que aos poucos se voltam nessa busca de terem esse resgate e contato com a cultura africana. Claro, longe de mim querer cravar que essa é a única interpretação do longa, afinal, não estou no meu local de fala, mas Black Is King me passa esse sentimento em que Beyoncé afirma que é a hora que povo negro precisa, cada vez mais, se conectar com suas heranças para sobreviverem juntos contra o racismo e a luta diária.

No final, Black Is King faz um marco cultural visual liderado pela talentosa Beyoncé que utiliza sua voz amplificada por sua popularidade para contar uma história, a sua história. 

Avaliação: 4 de 5.

Black Is King disponível no Disney+.

Try Apple TV