As Marvels | Crítica: O divertido Freaky Friday do MCU

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As Marvels (The Marvels, 2023) parecia ser finalmente o longa que amarraria as pontas soltas do plano arquitetado por Kevin Feige de unir as séries de TV da Marvel Studios no Disney+ com os filmes nos cinemas.

Anteriormente tratados como grandes eventos, aqueles imperdíveis e que o espectador tinha que ver na semana de estreia, os filmes do MCU, e a força que tinham, foram por ficar cada vez mais diluídos na conversa, no apelo popular, e experiência de ir ao cinema ver o novo da Marvel Studios que perdeu um pouco do brilho.

Principalmente após Vingadores: Ultimato (2019) que amarrou uma trama de mais de 20 filmes, da popularização da cultura de spoilers, e claro, de que qualquer um agora pode tirar um celular a qualquer momento, gravar a tela, e vazar qualquer informação vista ali e jogar nas redes sociais.

Brie Larson e Iman Vellani em cena de As Marvels.
Foto: Photo by Laura Radford. © 2023 MARVEL.

E depois do sucesso estrondoso das 4 primeiras fases, veio o Disney+, a Era da Pandemia e uma falta de um norte maior para o MCU de maneira geral. E alguns anos, e séries para a plataforma, depois, parecia que Doutor Estranho No Multiverso da Loucura (2022) seria a grande conexão de uma série de TV (WandaVision) com os filmes nos cinemas…. mas o que uma expectava enorme, pós Homem-Aranha: Sem Volta Para Casa, foi meio uma decepção, afinal, pareceu que alguém esqueceu de avisar o time de produção dessa ideia.

Então coube para As Marvels essa função aí de ser, o ponto de ligação entre TV & cinema. E particularmente, acho o longa faz uma união interessante de tudo que foi apresentado até então sobre esse canto do MCU e com personagens que me chamaram a atenção desde de sempre.

Afinal, na teoria parecia ser um bom projeto, teria o retorno de Capitã Marvel e de Brie Larson no papel, e teríamos também a estreia nas telonas da Capitã Monica Rambeau de Teyonah Parris e também de Kamala Khan de Iman Vellani. Assim, parecia que com As Marvels, realmente teríamos, não só essa equipe feminina dando as caras, mas também para quem acompanha o MCU, mas também o retorno desses rostinhos conhecidos. E na prática o longa até entrega isso. De certa forma.

Talvez, o grande acerto de As Marvels seja pelo fato que o roteiro de Nia DaCosta, Megan McDonnell e Elissa Karasik, não se tem o luxo de errar e consegue trabalhar com o fato de que além de ter que apresentar essas novas personagens para o público dos cinemas, ao mesmo tempo que precisa também continuar a história de onde paramos com elas, para o público que viu suas introduções nas séries, com Rombeau em WandaVision e Kamala Khan em sua própria série, Ms. Marvel, respectivamente.


A grande pergunta que fica com As Marvels é… é preciso ter visto as duas produções anteriormente? Não necessariamente, mas ter um contexto maior sobre essas personagens, e da onde elas surgiram na larga história do MCU, deixa As Marvels muito melhor. E combatendo toda a maré negativa, particularmente acho que As Marvels acerta e muito em apresentar essa história, nesse momento crucial do MCU e com essas personagens.

Afinal, é como se estivéssemos revendo essas amigas depois de um tempo, sabe? O grande triunfo de A Marvels é nos apresentar para uma divertida aventura MCU. Temos um retorno de Capitã Marvel que foi prometida, e prometida no últimos anos, mas que nunca efetivamente bem utilizada no MCU, de vermos mais de Monica Rombeau (uma das minhas personagens favoritas em WandaVision), e também da extremamente carismática Vellani como a super heroína adolescente fã da Capitã Marvel, Ms. Marvel.

E o filme é essa mescla toda, onde mesmo tempo que temos Danvers e Rombeau tem uma história familiar complicada, Khan oferece uma leveza que faz do trio uma combinação perfeita.

E claro, nisso junto com tudo isso temos também planetas musicais, gatos aparentemente inofensivos que viram monstros cheios de tentáculos, e uma trama de mudança de corpos e poderes que contribuem para deixar As Marvels ir para um caminho pouco fora do habitual e que faz Maravilhas para o MCU.

Teyonah Parris em cena de As Marvels.
Foto: Photo courtesy of Marvel Studios. © 2023 MARVEL.

Nia DaCosta se mostra uma das adições para o rol de diretores do MCU mais empolgante até então, depois da chegada de Ryan Coogler com Pantera Negra. Fica claro que DaCosta entende essas personagens, a forma como quer que essa história seja contada e como as colocar dentro da máquina do MCU.

Por mais maluca e cheia de palavras científicas difíceis que o longa apresenta, e uma trama marcada por uma história que se desenvolve aos poucos, e até mesmo de uma forma um pouco confusa, desde de apresentar o conceito da troca dos poderes até mesmo de como funcionam os buracos no espaço que são abertos, e claro, de apresentar as motivações das ameaças da caricata vilã Kree, Dar-Benn (mesmo que Zawe Ashton entregue uma personagem teatralmente condizente com a proposta do filme), DaCosta garante que pelo menos o espectador passa essa aventura com o trio principal da forma mas convidativa possível. 

No final, acho que todo mundo envolvido apareceu estar se divertindo muito nas gravações, do trio principal, para Samuel L. Jackson que retorna como Nick Fury, para a família Khan que também faz o upgrade da série para os filmes, para as cenas dos coadjuvantes interagindo com o gato Goose.

Mesmo com alguns rumores de problemas de bastidores, uma companhia negativa de trolls on-line, sinto que antes de mais nada, As Marvels parece querer contar, e trabalhar com personagens bacanas e interessantes, bem mais do que se encaixar numa fórmula pré-estabelecida por mais de 25 projetos.

Sem dúvidas, As Marvels faz o filme mais interessante da leva 2023 no MCU e que ajuda a construir um novo capítulo dessa fase, por mais frankenstein e que tenha atirado para todo lado possível que tenha sido nesses últimos anos.  

Ps: O filme tem uma cena pós-crédito.

Nota:

As Marvels chega nos cinemas nacionais em 9 de novembro.

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