After: Para Sempre | Crítica: A parte boa é que acaba

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Depois de cinco filmes, inúmeras cenas embaraçosas, brigas, cenas mais ousadas, viagens, e confusões, a franquia After parece que chega ao final com After: Para Sempre (After Everything, 2023).

Com uma história que foi mais espremida do limão em bar para fazer caipirinha, After: Para Sempre serve para fechar um ciclo, aparar algumas pontas, e finalizar um arco de história que no final parece nunca ter sido sobre Tessa de Josephine Langford, e sim sobre Hardin (Hero Fiennes Tiffin) e seu comportamento masculino tóxico, e em partes abusivo, em diversos momentos.

Hero Fiennes Tiffin em cena de After: Para Sempre.
Foto: Credit Diamond Films. All Rights Reserved.

A parte boa de After: Para Sempre, é que depois disso tudo, a franquia parece que realmente acaba. Claro, o novo filme entrega em 1h30 minutos o que parece ser últimas horas história da franquia, mas que aqui parecem durar eternos 3 horas de filme. Era como se estivéssemos vendo o longa de 3 horas de duração de Christopher Nolan sobre a bomba atômica, só que no caso aqui, a bomba é o próprio filme, mesmo.

E After: Para Sempre segue a história depois que Tessa termina pela 20ª vez com Hardin, o magrinho confiante que entra em uma nova espiral de más decisões, volta a beber, e claro assume novamente sua persona de bad boy revoltado. Mas agora dono de livro best-seller, e com um adiantamento de US$ 250 mil que sua empresária quer que ele devolva caso After 2 não se materialize, Hardin decide fazer uma auto-reflexão e arrumar as questões do passado.

Assim, na mesma velocidade que ele vira copos de uísque, o personagem agora assume a função de protagonista e compra uma passagem para Portugal (nem para ser Ibiza, na Espanha, ou outra cidade europeia mais fervida) e parte para sua versão de Comer, Rezar e Amar.

Para os fãs, já avisamos que esse filme é um filme de Hardin, sobre Hardin, e que a trama gira em torno de Hardin. É como se Edward da franquia de Crepúsculo assumisse a função de protagonista em de vez Bella Swan e tivesse um filme só dele. Acho que a autora até fez um livro sobre isso, mas claro que foi anos depois dos filmes terem saído e livrado Robert Pattinson dessa enrascada.

Afinal, aqui, em After: Para Sempre parece que Langford falou: eu não vou ficar minha vida toda fazendo essa personagem, no melhor estilo Meredith Grey em Grey’s Anatomy, e mandou a produção achar cenas dos outros filmes para colocar nesse, ficou plena em sua casa, e vida que segue. Se Tessa se aparece 10 minutos e After: Para Sempre é muito.

E quando aparece, Longford sempre está com a pior peruca possível, o pior figurino, a pior maquiagem. Parece que nem quem trabalhava no filme queria que a atriz estive bem e apresentável no último filme da franquia. Então, talvez, pensando friamente era melhor melhor que After: Para Sempre tivesse o foco em Hardin mesmo, na história dele e nessa jornada emocional que o personagem vive. 

 Mimi Keene em cena de After: Para Sempre.
Foto: Credit Diamond Films. All Rights Reserved.

Assim, o longa se desenvolve como uma lesma, entre diversas cenas do personagem (sem camisa, claro!) na frente do computador com bloqueio de autor e com um manuscrito para entregar. Com pelo menos o cenário das paisagens das praias portuguesas, conhecemos a jovem Natalie (Mimi Keene) que já cruzou com Hardin no passado. O que poderia ser um novo desvio na jornada para Tessa e Hardin ficarem juntos, serve mais como uma forma de dar uma certa complexidade para o já raso desenvolvimento que o personagem teve ao longo dos filmes, e por que ele é tão atormentado e tudo mais.

Pareceu um desvio gigante para mostrar o que o personagem fazia no período de tempo após o término com Tessa. Assim, Natalie serve mais como uma personagem para ajudar Hardin a se desculpar com as pessoas que ele machucou quando jovem e também mostrar como ele evoluiu como pessoa e então conseguir voltar a ter um relacionamento saudável seja com ele mesmo, ou com os outros.

Claro que nesse meio tempo, o personagem não deixa de participar de festas na praia com Natalie e suas amigas, que garantem a única boa piada do filme (que Harry Styles deveria interpretar Hardin na versão em filme baseado no livro dele), brigas com outros caras (também descamisados), e claro, conversas com o pai (Stephen Moyer ainda com contas para pagar) pelas ruas da cidade. 

Fiennes Tiffin melhorou muito ao longo dos anos se fomos comparar com o primeiro filme, e impressionantemente segura as pontas pelas 1 hora e pouco do filme. Langford entra apática e sai calada e realmente nem dá para falar que está no filme, mesmo que estampa o pôster que já dá dicas do futuro do casal. Já os diversos outros nomes que a franquia tinha, até conhecidos do público de produções teen, como Chance Perdomo (da série O Mundo Sombrio de Sabrina), Kiana Madeira (As Gatunas) também dão as caras, super rapidamente e beijo e tchau.

A direção de Castille Landon parece fazer milagres quando não precisa focar no casal se pegando, mas mesmo assim parece tão simplória que realmente não se destaca em nenhum momento.

Da febre nas redes sociais, para os fãs dos livros não abraçarem os longas nos cinemas, mas devorarem no streaming, no final, a franquia After mostra que realmente fazer algum dinheiro é melhor que fazer nenhum. E como falamos, a melhor parte de After: Para Sempre é quando os créditos sobem depois de vermos um trecho do que o futuro reservou para Tessa e Hardin.

Nota:

Onde assistir After: Para Sempre?

After: Para Sempre chega em sessões de pré-estreias pagas no dia 13 e depois no dia 14 nos cinemas nacionais.

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