A Casa Do Dragão | Review: 1×01 – Os Herdeiros do Dragão

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Bem vindos de volta para Westeros. Com A Casa do Dragão, a atração se passa aproximadamente 200 anos antes dos eventos vistos em Game Of Thrones. E aqui, a dinastia Targaryen domina o Trono de Ferro, com seus dragões, num período relativamente de paz depois de alguns anos de guerra. Mas a questão da sucessão ao trono é um dos problemas que vem por se repetir na medida que herdeiros homens são escassos na linhagem real. Tudo começa com a sucessão do Rei Jaehaerys Targaryen (Michael Carter) que vê o trono se passar da sua filha Rhaenys (Eve Best) para o primo dela Viserys (Paddy Considine). 

E assim que A Casa do Dragão nos apresenta alguns dos principais jogadores desse novo e elaborado jogo de xadrez medieval. A série ainda avança no tempo e mostra que também o próprio Rei Viserys sofre com a questão da sua sucessão. Os preteridos para o cargo agora? Sua filha Rhaenyra Targaryen (Milly Alcock, ótima) e o irmão do rei, o Príncipe Daemon Targaryen (Matt Smith, numa boa caracterização).

Matt Smith, Milly Alcock em cena de A Casa do Dragão
Foto: Foto: Ollie Upton / HBO

A questão da sucessão, um dos temas mais presentes em Game Of Thrones, por enquanto, fica confinado para alguns membros da família, mas é claro que em Westeros, até mesmo tanto tempo antes, outras pessoas e nobres sempre estão de olho para o afiado Trono para si.

E A Casa do Dragão consegue se estabelecer dentro do mundo da série antiga facilmente, logo nos primeiros minutos do 1×01: Os Herdeiros do Dragão parece que sim estamos de volta para um lugar que já visitamos anteriormente. Um pouco repaginado, mais escuro, e violento, sem dúvidas. Melhor? Somente o tempo dirá. Num primeiro momento, a resposta é não.

Afinal, A Casa do Dragão até que entrega um bom episódio, nada que pegue fogo ao som de Dracarys, mas é um que serve para introduzir o espectador de volta para o mundo do jogo do trono, as intrigas palacianas, a reunião do Conselho do Rei e apresentar quem são as figuras chaves do reinado do Rei Viserys e tudo mais.

E Considine, Smith e Alcock são os grandes destaques do episódio e entregam boas, e marcantes, atuações logo de cara com seus personagens. Mas também senti que o 1×01, se segura no óbvio e descarado apelo para se conectar com a série principal, colocar easter-eggs ali como se ninguém fosse perceber somente para deixar os fãs felizes, e realmente entrega cenas de uma violência tremenda e desnecessária, claro, perucas horríveis.

A forma que os roteiristas resolveram amarrar as coisas em relação a série principal, com insinuações para lá de escancaradas sobre os eventos que vimos nas temporadas de Game of Thrones, seja em relação a lenda do ataque dos mortos vivos do Rei do Norte, onde até um dos personagens diz que aquela história era conhecida como A Cantiga do Gelo e Fogo, onde só faltou ele olhar para a câmera, piscar e falar: isso é um easter-egg para vocês, acaba por soar bem forçada e colocada ali apenas como um fan service barato.

Paddy Considine, Rhys Ifans, Eve Best, Steve Toussaint, Milly Alcock, Emily Carey em cena de A Casa do Dragão
Foto: Ollie Upton / HBO

Game of Thrones sempre foi marcado por pessoas por andarem e falarem por aí, cenas de combate e claro de cenas de relações afetivas, mas sinto que A Casa Do Dragão quis pegar tudo isso e multiplicar sem muito critério e de forma gratuita, seja nas sangrentas cenas do combate entre os cavaleiros, onde Matt Smith como Daemon tem a chance de entregar boas passagens, ou até mesmo na brutal cena do parto da Rainha Aemma (Sian Brooke). Foi a necessidade do choque pelo choque e apenas para desviar a atenção dos problemas estruturais e narrativos que o primeiro episódio possui. Mas não dá para negar o incrível trabalho de produção visual, seja os figurinos, ou as ambientações criadas para fazer Westeros voltar a vida, mesmo com alguns efeitos visuais um pouco estranhos de se assistir em tela.

Com os dragões mais presentes nessa história, A Casa do Dragão começa com uma grande promessa, mas será o bastante para fazer os fãs, e principalmente os espectadores casuais, ligar e assinar a HBO Max para ver o espectáculo que vem sido prometido? A série tem chance de sair na frente alguns episódios antes que a competição fique mais acirrada, mas no jogo dos tronos, ou ganha ou você morre. E aqui parece que A Casa do Dragão deu uma tropeçada logo na partida. 


A Casa do Dragão exibe seus episódios todos os domingos na HBO e HBO Max, às 22h.

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