A Casa Do Dragão | Review: 1×04 – O Rei do Mar Estreito

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Temos que concordar que o episódio 4 de A Casa do Dragão foi um dos melhores da temporada até agora? Sim. E finalmente, um episódio razoavelmente bom para a atração. Demorou apenas 4 semanas, mas enfim. Milly Alcock neles e tudo certo.

E a atriz realmente tem se mostrado um dos destaques e basicamente garante, semana após semana, boa parte da sustentação da atração. Estou particularmente com um pouco de medo da mudança que a série fará no elenco, na medida que o tempo avançar em sua trama, e espero que a próxima atriz a interpretar Rhaenyra não só segure as pontas da mesma forma que a colega tem feito até agora, como também continue a entregar bons momentos para a Princesa nos próximos episódios.

E realmente o episódio 4 – O Rei do Mar Estreito foi marcado pelo destaque que Rhaenyra teve e pela atuação de Alcock. E claro, de Matt Smith como Daemon, mas isso é uma coisa que já esperávamos que o ator fosse entregar. 

ALERTA DE SPOILER!

Este artigo contém informações sobre os principais acontecimentos da série/filme.
Continue a ler por sua conta e risco.


E A Casa do Dragão nessa semana entregou intrigas políticas, cenas mais ousadas, e claro um tema bem polêmico e que sempre ronda Game Of Thrones: aquele que mostra o relacionamento entre pessoas da mesma família. A questão tabu é basicamente uma constante na série principal e aqui na série derivada foi mostrada, e usada como artificio, mais uma vez. E não chocou como deveria ter chocado por conta de todo o contexto que vimos em GOT né? Mas aqui a diferença em A Casa Do Dragão foi a forma como foi feita todo o desenrolar na trama e uma bela crítica social por trás dela.

Afinal, vemos Rhaenyra dar uma de Princesa Jasmine de Aladdin e fugir dos muros do palácio para ver como funciona a vida no reino. Se um Príncipe homem pode por que não uma Princesa, certo? E para isso acontecer, vemos primeiro a chegada do tio de Rhaenyra, Daemon, que retorna para a capital em busca de uma reconciliação com o irmão, o Rei Viserys (Paddy Considine). 

E tudo é tratado em ritmo de comemoração na medida que Daemon retorna para a corte de King’s Landing depois da grande batalha do episódio passado e por romper sua aliança com Corlys Velaryon, o Serpente Marinha (Steve Toussaint). E um tipo de conexão entre os parentes surge, com troca de olhares numa festa, e tudo mais, onde fica claro que essa aproximação de tio e sobrinha terá importância para trama e para quem vai assumir o Trono de Ferro que vive na corda bamba todo episódio na medida que o Rei é lembrado de sua escolha por basicamente todos os personagens. 

E a saidinha de Rhaenyra e Daemon, escondidos por uma passagem no quarto da Princesa, movimentou e bem o episódio. Pelo fato que as atitudes de Daemon soaram como um plano do muito bem planejado, até mesmo Viserys comenta sobre isso em um dos momentos do capítulo, na medida que lá no final do episódio o tio pede a mão da sobrinha em casamento. E Rhaenyra também coloca suas asinhas (de dragão) para fora na medida que mente descaradamente para a madrasta, e agora novamente amiga, Alicent (Emily Carey) sobre o que rolou durante a saída que foi regada a idas a bares, uma peça de teatro que incomodou a princesa, e claro, uma passadinha em um dos bordéis da cidade, onde a cena mais polêmica da atração aconteceu: o envolvimento de Rhaenyra e Daemon.

Paddy Considine e Rhys Ifans em cena do episódio 4 de A Casa Do Dragão
Foto: Ollie Upton / HBO

E tudo isso só foi possível pelo fato de que o Mão do Rei (Rhys Ifans) recebeu a informação e foi repassar para o Rei logo pela manhã. Fofocas! Mas isso também não acabou bem para o ardiloso personagem que recebeu sua carta de demissão logo ali, diretamente das mãos sem os dedos, e com os efeitos especiais corretos, do próprio Rei. Já no aguardo do tipo de vingança que Otto vai planejar para se manter no poder.

E mesmo sem cenas de batalha ou alguma coisa muito grandiosa, o 1×04 se segurou em intrigas, cenas picantes, e claro, todo mundo indo atrás daquilo que queria ou desejava. Seja Rhaenyra que foi atrás do soldado Sir Criston (Fabien Frankel) no momento “meu corpo eu que mando”, o Rei que finalmente percebeu as artimanhas de Otto e definiu de uma vez por todos o pretendente de Rhaenyra como Laenor Velaryon (John MacMillan), e Alicent que precisa tentar sair dessa confusão que se meteu e que vive por satisfazer o Rei a todo custo. 

O episódio novamente, e de forma nada sutil, mais uma vez fez conexões com Game Of Thrones. Agora foi a vez do Rei mostrar para a filha a adaga com o aço Valyriano que lá no futuro iria acabar com o reinado do Rei da Noite e a ameaça de um  reino congelado. Lembram? É a faca do Rei Aegon, O Conquistador que criou a profecia da Canção do Gelo e Fogo e que no final da série foi usada por Arya Stark para acabar com o Rei do Noite. Um easter-egg bacana mesmo que foi super jogado no episódio de qualquer forma, assim como foi a menção da tal história no episódio 1. 

No final, o 1×04 do seriado movimentou bem a trama e coloca esses personagens em novas posições nesse jogo de xadrez pelo controle do Trono de Ferro. A série tem errado mais do que acertado, mas tem por conseguir entregar nessas duas últimas semanas passagens realmente interessantes. Isso tudo graças ao carisma de Alcock e Smith que realmente seguram as pontas aqui.

A Casa do Dragão exibe seus episódios todos os domingos na HBO e HBO Max, às 22h.

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