Rainha Charlotte: Uma História Bridgerton | Crítica: Romance, glamour e tensão dão o tom da minissérie

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A parceria entre a Netflix, Shondaland e a escritora Julia Quinn trouxe mais uma série exuberante, e Rainha Charlotte: Uma História Bridgerton é isso, puro glamour e um drama que nos coloca ainda mas próximos a essa excêntrica rainha, e o desenvolvimento de alguns outros personagens.

Em Bridgerton vemos muito pouco da excêntrica Rainha Charlotte (Golda Rosheuvel), e menos ainda do Rei Jorge (James Fleet), mas sabemos que eles tiveram um relacionamento complicado e o rei não passa por seus melhores momentos, ao colocar o foco nesses dois personagens tão singular, a série consegue trazer mais humanidade e carisma para a rainha, que mostrasse em um jogo monárquico, mas também em um experimento do Parlamento, com apoio de Princesa Augusta de Wales (Michelle Fairley) e Lorde Bute.

A apresentação de Charlotte (India Amarteifio) é crucial para entendermos como essa jovem garota de 17 anos acaba entrando neste relacionamento com Rei Jorge (Corey Mylchreest). Ela vinda de uma família rica da Alemanha, acaba sendo entregue ao Reino Unido por seu irmão Adolphus (Tunji Kasim) para salvar a família, e também não criar problema com o império britânico.

Rainha Charlotte
Crédito: Shondaland / Netflix

O desenvolver de toda a trama nos episódios da série as vezes soam arrastados, pois são 6 episódios para fazer Charlotte se apaixonar por Jorge e até descobrir seus problemas mentais, e então criar toda a confusão com a corte, principalmente com Princesa Augusta, mãe de Jorge. O maior medo de todos é ele ser considerado incapaz de manter a coroa.

Gostei muito da química entre India e Corey, conseguiram colocar muita emoção e carinho na relação dos reis, o que torna os personagens de Fleet e Rosheuvel em Bridgerton ainda mais interessante. No desenrolar da trama vemos como os dois estão um pelo outro, como se fossem um, e não soa superficial.

Rainha Charlotte: Uma História Bridgerton ainda sabe falar sobre o racismo dentro do contexto de termos Charlotte chegando à corte e ela precisando representar mais o fato da rainha agora ser negra, e assim outros membros ganham títulos como Experimento, e gera desconforto na sociedade, mas Charlotte consegue contornar tudo.

Outro relacionamento que fica ainda mais profundo e dá um ar mais humano é o de Brimsley com a Rainha Charlotte, seja em 1761 com India e Sam Clemmett, ou em 1817 com Rosheuvel e Hugh Sachs. Brimsley é leal e nem mesmo seu relacionamento com Reynolds (Freddie Dennis), o secretário de Jorge, o faz duvidar de sua lealdade à Charlotte.

Rainha Charlotte
Crédito: Shondaland / Netflix

Jorge é excêntrico e sua doença mental o tira de si, levando-o a alguns devaneios que dificulta sua vida social, desde a ansiedade á algum nível de autismo. A forma como lidam com sua doença é triste, imaginamos o tanto de trabalhos foram feitos não só com ele, mas com todos durante a história.

Em 6 episódios, a minissérie estabelece muito bem a união dele e como o relacionamento de Charlotte e Jorge, acaba afetando o relacionamento dela com os filhos, deixando-os bem de lado para focar no marido. Em 1817 vemos como ela os pressiona para terem filhos e sucederem a coroa, sem pensar nos problemas deles.

Rainha Charlotte: Uma História Bridgerton ainda desenvolve os dramas de Lady Danbury (Arsema Thomas 1761 e Adjoa Andoh 1817) e seu marido, Lorde Danbury, com quem foi casada desde nova, e teve que aguentar o marido, e com a morte dele sem imaginar se manteria o próprio título, obrigando a correr atrás de soluções. Gosto como sempre é mostrada sua relação com Violet (Ruth Gemmel), a Viscondessa de Bridgerton, em 1817, mas tudo é evoluído a nos fazer temer o fim disso, com os segredos dela com o pai de Violet.

Rainha Charlotte
Crédito: Shondaland / Netflix

Completamente redondinha, a minissérie é muito bem desenvolvida, todos os personagens tem seu tempo de tela muito bem explorado, e acredito que tirando uma “barriga” aqui e ali, Rainha Charlotte: Uma História Bridgerton é mais um sucesso garantido.

Vale ressaltar um dos fatos históricos mostrados, já que a minissérie deixa claro logo na abertura que é baseada em fatos reais, e que mexem nas coisas em prol da narrativa e da história que querem contar. Em um episódio vemos a Rainha Charlotte brigando com seus filhos enquanto também briga com Brimsley, pois quer a sua árvore completamente exuberante, o que nos leva ao fato de que é a rainha quem leva o crédito na história por levar a Árvore de Natal e seus ornamentos para todo o Reino Unido e suas Colônias. Queria ver sobre o seu relacionamento com a Rainha Maria Antonieta, da França, daria mais excentricidade a ela na série.

Rainha Charlotte: Uma História Bridgerton tem seus 6 episódios disponíveis na Netflix.

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