Dia do Sim | Crítica: Diga sim para essa divertida e surtada comédia

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A trama do novo longa da Netflix, Dia do Sim (Yes Day, 2021) é bem simples, mas não deixa de entregar um bom filme em sua proposta. Aqui, a família Torres resolve fazer um dia do sim, um dia que as crianças (e adolescentes) podem fazer tudo que quiserem.

E assim, além de um dia de total diversão e pirações, vemos que esse dia diferente vai mudar bastante as relações deles, e, entre eles. Mas será que você dar uma chance para o filme?

Absolutamente. 

Dia do Sim - Crítica 
Foto: NETFLIX © 2021
Dia do Sim – Crítica
Foto: NETFLIX © 2021

Olha fazia muito tempo que não me divertia tanto assim com um filme desses de comédia familiar, sabe? Acho que desde que a Disney parou de lançar esses tipos de produções que marcam os anos 90 e 2000. E Dia do Sim é tão bom que parece até um filme da Disney. Portanto, a única coisa que posso dizer é Diga sim para esse filme, sim.

Dia do Sim faz uma comédia super descompromissada e que se garante no carisma de seus atores, tanto os veteranos, quanto as crianças e efetivamente entrega uma boa história. Como falamos, é um filme simples, com uma trama nada rebuscada, mas consegue cumprir seu papel em contar essa história da forma mais leve e divertida possível.

Dia do Sim entrega os momentos dos mais malucos possíveis quando Allison (Jennifer Garner, incrível) e Carlos (Edgar Ramírez) aceitam dar o tal do dia do sim para os filhos, a adolescente Katie (Jenna Ortega, trabalhando bastante em Hollywood), Nando (Julian Lerner) e a caçula Ellie (Everly Carganilla) depois que recebem um feedback da escola sobre os comportamento das crianças.

O interessante é que o filme consegue trabalhar a forma como tal dia afeta a família Torres como um todo, mas também de forma pontual e individual com cada um deles, e talvez, isso seja o maior trunfo do longa. O roteiro de Justin Malen (das comédias adultas Correndo Atrás de um Pai (2017) e A Última Ressaca do Ano (2016)) é baseado no livro da dupla Amy Krouse Rosenthal e Tom Lichtenheld, e tem a chance de conseguir contar essa história no seu tempo (mesmo que o filme tenha uma duração super curta) e sem enrolação.

Aqui, Dia do Sim faz muito mais do que apenas peripécias ao longo dessas 24 horas, e sim consegue mostrar uma história de amadurecimento tanto para as crianças quanto para os adultos e como a relação deles acaba por melhorar ao longo do dia em que eles desenvolvem uma relação maior de confiança uns com os outros.

Claro que não deixa de ser divertidíssimo e muito gostoso de ver, os Torres embarcarem nesse dia amalucado, com diversas e inusitadas tarefas para fazerem ao longo do dia, das mais surreais possíveis, como comer uma bacia de sorvete gigante em menos de 30 minutos (uma das minhas cenas preferidas!) ou ainda participarem de um rouba bandeira com um monte de gente que acha que vai ser escalada para um reality show duvidoso (que com certeza passaria na Netflix e seria nossa próxima obsessão).

E  são essas extravagâncias que Dia do Sim aproveita para ser uma comédia super gostosa de assistir, afinal, o diretor Miguel Arteta (que já trabalhou com Jennifer Garner em Alexandre e o Dia Terrivel, Horrível, Espantoso e Horroroso (2014)) consegue dar bem, e mostrar, esse contraste sobre como eles eram antes e como eles evoluem durante o Dia do Sim.

"Dia do Sim"
Dia do Sim – Crítica
Foto: MATT KENNEDY/NETFLIX © 2021

Dia do Sim é um típico family movie, e Garner parece viver essa nova realidade e tem abraçado o papel da mãezona  (como vimos em Com Amor, Simon (2018) e também na animação O Parque Dos Sonhos (2019) onde ela dá voz para Mãe da protagonista). No longa, Garner tem um bom destaque, está completamente solta, adorável (e temos uma referência incrível para De Repente 30 (2004), e realmente tem ótimas cenas principalmente com Jenna Ortega que tem emplacado trabalho após trabalho em Hollywood e realmente está também muito bem aqui.

Na medida que a Alison de Garner tenta ser uma pessoa, e uma mãe, mais “descolada”, o filme ganha algumas passagens que realmente me surpreenderam que eles fossem abordar. Principalmente algumas questões que mostram um pouco mais do relacionamento da personagem com o marido Carlos, e como eles se enxergam dentro da família e sobre serem um time e não um o “policial bom” e o outro o “policial malvado”.

Garner e Ramirez (no seu primeiro papel mais cômico) não têm a melhor química do mundo como um casal, mas dentro dessa família, e nas cenas que os atores estão cercados pelos filhos, e quando atuam em grupo, tudo combina, e acaba sim, casando.

Claro o roteiro de Malen, acaba por forçar diversas passagens para a trama dar certo, , seja por exemplo nas partes que envolve uma ambulância e a paramédica Jean (Fortune Feimster sempre hilária) e um festival de música e uma grande estrela pop (participação da cantora H.E.R.).

Mas tudo acaba por ser válido para o desenvolvimento da história e que ajuda a estrutura narrativa do filme de certa forma. Assim, ao assistir essas passagens, o espectador deve ficar tão absorvido e realmente quer saber o que vai acontecer, e qual será a próxima peripécia que os filhos Torres vão aprontar, coisa que acaba por deixar essas pequenas falhas, e certas conveniências de roteiro de lado.

Dia do Sim é sim um filme para se assistir de forma sem compromisso apenas para se divertir durante nem 2 horas, não há mal nisso, e todo mundo envolvido parece saber disso também e não tentam fazer com que o longa seja mais do que ele é. No final do dia, Dia do Sim entrega uma diversão sem tamanho e faz uma comédia tão gostosinha de se assistir como a muito tempo não via. Recomendo demais. 

Avaliação: 3 de 5.

Dia do Sim chega na Netflix em 12 de março.

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