Assassinato No Fim do Mundo | Primeiras Impressões: “Sherlock Holmes para a geração Z”

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Particularmente acho que tudo em Assassinato No Fim do Mundo me agrada com um seriado. E principalmente um para assistir, maratona e se destacar no meio de tanto conteúdo por aí, disponível em diversas plataformas, mídias, e tudo mais.

É um murder mystery (ou seja um mistério que envolve a morte de um personagem), tem um elenco de peso (Emma Corrin, Harris Dickinson, Brit Marling, Alice Braga, Clive Owen), é dos criadores de The OA (Zal Batmanglij, Brit Marling) e é de um canal que tem um histórico de aprovar e passar boas série, o canal FX. Mas também parece ser muito mais que isso, um crítica social, com comentários afiados sobre o que está rolando no mundo e na sociedade. Ou pelo menos em parte dela.

Emma Corrin em cena de Assassinato No Fim do Mundo. Foto: FX/Star+.All Rights Reserved.


E assim, não dá para negar que Assassinato No Fim do Mundo faz, logo de cara, uma boa série. Pelo menos no começo, nos primeiros 2 episódios  1×01 – Homem Fatal e 1×02 – A Corça Prateada, Assassinato No Fim Do Mundo faz um excelente murder mystery, um meio doido, meio tecnológico e cheio de personagens incríveis e sedutores de se acompanhar. Com a atração, nesse começo, Batmanglij e Marling fazem ótimo quebra-cabeça até agora e não devem decepcionar a legião de fãs que coletaram da finada série da Netflix.

E a premissa da série que pode parecer simples, e até mesmo batida, mas esconde nas entrelinhas, e nas complexidades dos personagens uma boa história. E faz uma história que leva o seu tempo para ser contada. Afinal, antes de mais nada, pelos episódios iniciais dá para ver Assassinato No Fim do Mundo não é sobre o crime em si, sobre o mistério em si, e sim um grande estudo de personagem sobre essa jovem interpretada por Corrin.

Aqui, elu está incrível de se acompanhar. Corrin dá vida para Darby, uma jovem detetive amadora transformada em escritora de sucesso que cai de paraquedas em um retiro de um bilionário (Owen) e depois à caminho do lugar, descobre que foi convidada a participar do evento junto com outras oito pessoas. Só que uma delas morre. 

O que será que aconteceu? Será que alguém será a próxima vítima? E principalmente, quem é o responsável? E é como um dos personagens, no voo, indo para o lugar, descreve Darby “Ela é Sherlock Holmes para a geração Z” e ele não está errado, mesmo que tanto a personagem, quanto a atração, esteja mais pendente para um Agatha Christie moderno.

Assassinato No Fim Do Mundo coloca esses personagens em um mundo moderno, em um hotel de última geração e um bilionário do ramo da tecnologia que está preocupado com o “futuro da humanidade” (todos eles estão, risos) e desenvolve uma inteligência artificial chamada Ray. Um jantar apresenta todos os convidados, que depois se reúnem na para um encontrinho nas águas termais da piscina do hotel, a madrugada chega e pah. Um corpo aparece.

Assim, com a ajuda do comando de voz, Darby começa a reunir as pistas do crime, na medida que ao longo de flashbacks vamos por conhecer mais sobre a personagem, sua vida, e seu relacionamento com Bill (Harris Dickinson), um outro detetive amador que a ajudou em um caso há 6 anos atrás e que agora está lá na hotel por ter se tornado um grande nome no mundo da arte.

E como falamos, o primeiro capítulo serve para introduzir Darby, e os convidados do retiro. Tem mais de 1 hora para isso e é bastante introdutório nessa questão, sem deixar de ser bastante interessante de se assistir. A lista formada pelo excêntrico Andy (Owen) e pela sua esposa Lee (Marling) é pequena, mas cheia de personalidades que chamam a atenção por seus feitos, por estarem reunidas no mesmo espaço, no mesmo hotel, nos confins do mundo, ou seja, na Islândia.

Alice Braga, Clive Owen, Jermaine Fowler em cena de Assassinato No Fim do Mundo. Foto: FX/Star+.All Rights Reserved.

E o tom do primeiro episódio é de “Apresentem os suspeitos”. Um cineasta em ascensão (Jermaine Fowler) com ideias que iriam fazer Hollywood voltar para a greve, uma empresária chinesa (Joan Chen), uma médica que virou astronauta (Alice Braga) com planos de colonizar a Lua, um nerd roboticista (Ryan J. Haddad), entre outros.

Com a trama extremamente contada do ponto de vista de Darby, Assassinato No Fim do Mundo se passa pelo olhar da personagem, e nós espectadores, temos a visão dela dos acontecimentos, ao mesmo tempo que recebemos as mesmas pistas que ela. E o trabalho de Corrin é fundamental para transmitir essa sensação. Afinal, a artista é primordial para fazer com que Darby seja uma das melhores personagens da TV no ano. E não só Corrin que está incrível, Owen, Marling e a brasileira Alice Braga também estão muito bem, tem seus momentos aqui no começo da atração de se destacarem.

Como falamos, o aspecto mais tecnológico, meio Black Mirror, fazem de Assassinato No Fim do Mundo uma atração extremamente empolgante, e convidativa. Afinal, é um bando de rico, doido, dentro de um casarão, onde alguém se dá mal. 

E pode ser também por conta da ambientação, ou da estética mais escura e pessimista que dá o tom da atração e que deixa os episódios muito interessantes de vermos, visualmente falando. Assim, na medida que Assassinato No Fim do Mundo apresenta sua vítima, também começa a mostrar um pouco que parece as coisas não são tão intencionais, e as coincidências, que colocaram esse grupo em especial lá, não pareciam meras considências.

Fica claro que o seriado parece querer apresentar suas pistas da forma mais doida, imprevisível possível, onde toda fala, toda dinâmica, e basicamente qualquer coisa mostrada em tela parece ser uma potencial pista sobre o que podemos esperar de respostas, que como foi em The OA, parece vir sempre com novas perguntas.

No final, Assassinato No Fim do Mundo se mostra um baita seriado, daqueles que vão se benificiar de um lançamento semanal para fazer os fãs da dupla de criadores, e do gênero de maneira em geral, se deliciarem com as pistas, as reviravoltas, e as alianças seja as esperadas, quanto as inesperadas.

Assassinato No Fim do Mundo chega com 2 episódios iniciais no dia 14 e depois episódios semanais toda terça-feira no Star+.

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