As Múmias e o Anel Perdido | Crítica: Animação diverte pelo tom aventuresco

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Para as crianças, totalmente o público alvo aqui, As Múmias e o Anel Perdido (Mummies, 2023) deveria ter o efeito de despertar a curiosidade sobre a cultura egípcia e a fascinante mitologia que a região tem e que é pouco explorada em Hollywood. E quando é sempre é pela visão do ocidente. Mas essa animação espanhola até que cumpre esse propósito, mesmo que no final, pouco faz o que uma produção do gênero é obrigada a fazer: divertir.

E aqui, mesmo com altos e baixos, As Múmias e o Anel Perdido chega a agradar pelo tom aventuresco mas parece que é só isso que o longa tem a oferecer, afinal, os traços animados não estão lá na grande coisa, a dublagem também não tem nada que se destaque, e a história por mais interessante que seja não chegue a oferecer nada de mais.

Não é que As Múmias e o Anel Perdido seja de todo ruim, não é, apenas que precisa ser mais para se destacar. Os personagens até que são divertidos, são interessantes e a trama até chega a empolgar quando o roteiro da dupla Jordi Gasull e Javier López Barreira brinca com as diferenças culturais dessas múmias no mundo real e na Londres Moderna. As Múmias e o Anel Perdido completa, e checa, todos os requisitos para fazer uma animação bacana, mas são nos pequenos detalhes que você vê que nem tudo que reluz é ouro dentro desse sarcófago de boas intenções.

Aqui, acompanhamos a jornada da múmia de um ex-competidor de corridas Thut, seu irmão Sekhem (com um crocodilo a tira colo. com a múmia da Princesa Nefer, onde As Múmias e o Anel Perdido garante que vamos partir em uma aventura pelo mundo atrás de um anel roubado por um vilanesco Lorde inglês. Na história, Lord Carnaby descobre o Reino das Múmias, um local onde todos os egípcios que foram mumificados vão viver suas novas vidas no pós-morte e planeja uma grande exibição em Londres. A ideia é super interessante e meio que serve, como falei, para apresentar para os pequenos um pouco mais da cultura egípcia, alguns dos costumes daquela época, e como boa parte do que sabemos hoje do Antigo Antigo está em museus da Europa.

No melhor estilo Aladdin, o longa estabelece alguns pontos, antes de vermos Thut, Sekhem e Nefer em sua jornada. Afinal, os dois estão conectados pela fênix casamenteira na medida que a Princesa precisa escolher seu marido seguindo as regras egípcias que seu pai, o grande Faraó quer seguir à risca.

As coisas não dão muito certo quando o tal anel do título é roubado e o trio precisa embarcar para fora do Reino das Múmias em busca dele. Afinal, o que parece uma brincadeira do destino ao unir esses dois jovens, se mostra uma um decisão que, aos poucos, tanto esses personagens, quando nós, o público, sabemos ser a mais acertada. E isso fica claro quando toca uma música da banda Nickelback em determinado momento, que ao mesmo tempo que fica completamente descolada do filme, garante uma das poucas realmente boas passagens que essa animação tem.

Foto: Warner Bros Pictures. All Rights Reserved

As Múmias e o Anel Perdido garante também que a Princesa Nefer ganhe seu destaque, e tenha um arco narrativo sólido a ser desenvolvido quando essas múmias chegam em Londres na medida que a jovem se torna uma sensação musical viral da noite para o dia. Assim, com essa história e com o conflito que isso gera para a personagem, As Múmias e o Anel Perdido dá para essa Jasmine múmia, e para o filme de certa forma, mais uma camada na medida que fica claro o quão interessante as coisas podem ficar quando esses personagens embarcam nessa jornada.

Tanto Nefer, quanto Thut vem essa ida para o mundo real como uma jornada de amadurecimento, e no meio de renderizações ruins, e personagens completamente opacos, como o vilão e seus capangas, ou até mesmo o produtor musical Ed que ajuda Nefer a capitalizar sua carreira, As Múmias e o Anel Perdido se garante para passar sua mensagem ao longo de suas 1h30 de duração.

Mesmo nada espectacular, nada no estilo de uma animação da Disney ou da DreamWorks, e anos luz de alguma coisa da Sony Animation, As Múmias e o Anel Perdido acaba por ser uma opção simpática, que flerta com algumas questões bacanas, e que no que se propõe não ofende, mesmo também que não se sobressaia ou seja memorável. Em menos de 1 mês vai voltar para as profundezas da pirâmide que saiu e ficará lá para sempre, como mantém a tradição egípcia.

Avaliação: 2 de 5.

As Múmias e o Anel Perdido chega nos cinemas em 23 de fevereiro.

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