Agente Stone | Crítica: Carisma de Gal Gadot faz maravilhas para genérico filme de ação

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Depois de se aventurar nas comédias românticas, a Netflix voltou atenção para outro tipo de produção que era um outro pilar da indústria cinematográfica: os filmes de ação. E isso, até agora, tem dado certo para a plataforma combater a assinatura sazonal e claro manter o espectador como assinante.

E nessa nova empreitada da plataforma no gênero, a atriz Gal Gadot é a cara de Agente Stone (Heart of Stone, 2023), um novo filme de ação, ah lá Missão: Impossível, que chega em uma semana meio parada depois de outros dois sucessos no ano e que tiveram ótimos desempenhos os charts de produções mais vistas da Netflix. E Gadot mesmo dona ainda do filme mais visto da plataforma, o Alerta Vermelho em que divide a tela com The Rock e Ryan Reynolds, aqui é a responsável por fazer Agente Stone ter um pouco de personalidade.

Gal Gadot em cena de Agente Stone.
Foto: Cr. Robert Viglasky/Netflix © 2023.

Afinal, Gadot e seu carisma fazem maravilhas para esse genérico filme de ação. É a fórmula de sempre, organizações de espionagem, traições, reviravoltas, uma máquina capaz de dominar todo o mundo e que todas as organizações de inteligência do mundo querem colocar as mãos, etc etc. 

E depois de Missão: Impossível – Acerto de Contas – Parte 1 entregar basicamente a mesma premissa nos cinemas algumas semanas atrás, Agente Stone vem aí para dar para o espectador, dentro de casa, a mesma sensação de deja vú que assombra os filmes do gênero já algum tempo.

É interessante a forma como os roteiristas (Greg Rucka, Allison Schroeder) criam essa organização de espionagem fora da alçada dos governos que tem como trunfo maior uma inteligência artificial chamada Coração que consegue penetrar em todas os sistemas do mundo, prever situações e possibilidades, e ainda dar para seus agentes porcentagens e números frios e objetivos de sucesso ou não em suas missões. E na mitologia criada por eles para Agente Stone, as coisas ganham uma sacadinha interessante, quando descobrimos que cada um dos agentes é designado para missões como uma carta no baralho.

E aqui entra Rachel Stone de Gadot, onde Agente Stone brinca em seu começo que ela é apenas uma analista de TI que nunca pode sair da van e que trabalha no MI6, a inteligência britânica. A cena inicial é divertida, afinal dá para Gadot a chance de trabalhar como se fosse Clark Kent quando bem sabemos que ela também é o Superman em uma das várias reviravoltas que o filme apresenta. Não são geniais, mas mantém a trama por acontecer e já esperadas para um filme do gênero.

E como falamos, o charme de Gadot guia o longa ao apresentar todo o contexto que esses personagens vivem, a missão que participam, o alvo, e o que eles buscam enquanto tem que invadir uma festa nos Alpes cercada de apostas, bebidas, e pessoas não tão bem intencionadas.

De Jamie Dornan (sempre carismático e com uma baita química com Gadot) como o colega Parker, passando pela agente Yang (Jing Lusi) e pelo cara do TI Bailey (Paul Ready), o time de espiões da organização britânica sempre está um passo atrás de Stone na medida que a personagem trabalha com o seu outro time na outra organização que faz parte, chamada Charter.

Jing Lusi, Paul Ready, Jamie Dornan e Gal Gadot em cena de Agente Stone.
Foto: Cr. Robert Viglasky/Netflix © 2023.

 E assim, Agente Stone apresenta para o espectador a agência paralela, e está aí a chance do filme apresentar uma nova franquia de espionagem para a Netflix. Tem potencial? Sim. Se vai dar certo? Somente os números de horas vistas daqui alguns dias vão dizer. 

Assim, a organização liderada por Nomad, a Rei de Copas (Sophie Okonedo, muito bem) junto com o analista chamado de Valete de Copas (Matthias Schweighofer) que conversa com a inteligência ao ampliar e movimentar as mãos e os efeitos especiais aparecem na tela (nada de novo aqui) precisam reunir as pistas quando a missão do MI6 dá errado e uma nova figura (Alia Bhatt, um dos destaques) surge no mundinho da espionagem mundial e parece que está dando ela as cartas.

Sem entrar muitos em spoilers sobre a trama em si, dá para dizer que Agente Stone segue a cartilha de outros longas como um mapa a ser seguido, ou definido por um algoritmo, se formos fazer um paralelo com a tal inteligência artificial apresentada no longa. E de Lisboa em Portugal, até o Deserto na África, o longa trabalha na busca de Stone por respostas enquanto ela decide se rebelar contra as previsões da máquina para impedir que o Coração caia nas mãos dos vilões.

E mesmo seguindo a risca, e por tabela entregando um formulaico longa de ação, Agente Stone tem seus momentos que empolgam sim, seja a agente de Gadot tendo aventuras com paraquedas, primeiro nos Alpes e depois no meio do deserto quando os mocinhos que se tornam vilões colocam seus planos em andamento, ou até mesmo as cenas de perseguição no meio de uma estrada no meio do nada na Islândia.

O diretor praticamente novato do gênero, Tom Harper consegue tirar proveito das habilidades de Gadot para garantir que Agente Stone pelo menos entregue boas cenas de ação. Que para um filme no streaming realmente não estão mal feitas, muito menos com efeitos visuais ruins. 

No final, Agente Stone entrega um pacote com tudo aquilo que é esperado que esse tipo de filme entregue e um bem mais superior que os dois filmes antecessores do gênero trouxeram para a mesa, tanto para a Netflix, quanto para as produções do gênero de maneira geral em 2023.

Memorável como um Operação Bourne ou Missão: Impossível? Não. É o filme da Gal Gadot de ação. Talvez isso já basta. Afinal, a atriz finalmente parece que conseguiu deixar o laço da verdade um pouco de lado e realmente tem se pavimentado nesse tipo de produção, onde aqui além de atuar em Agente Stone também produz o longa. Basta agora ver até quando tudo isso vai. 

Avaliação: 3 de 5.

Onde assistir Agente Stone?

Agente Stone está disponível na Netflix.

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