Os Cavaleiros do Zodíaco: o cosmo que nunca se apaga

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Os Cavaleiros do Zodíaco

Os Santos de Athena já enfrentaram um ao outro, combateram o alto escalão do Santuário e desafiaram os Deuses de Olimpo. Contudo, a maior vitória dos defensores da Deusa da Guerra foi contra o tempo. Criado em 1985 dentro da revista Weekly Shõnen Jump, os cavaleiros protegidos por constelações chegaram um ano após a TV japonesa e oito anos depois aos lares brasileiros. Depois disso, nunca mais saíram dos corações dos milhares de fãs espalhados pelo mundo todo.

Em 2016, a série animada completa 30 anos e várias comemorações estão acontecendo no planeta inteiro (e para o meu desespero, nenhum remake ainda foi anunciado). Houve uma exposição em Akihabara, no Japão e, no Brasil, o anime clássico – como é conhecido a primeira produção da franquia, volta à TV aberta no próximo dia 24 de outubro, às 20h, na Rede Brasil, em dobradinha com Dragon Ball Z.

A pergunta que fica é a seguinte: o que faz de Os Cavaleiros do Zodíaco um fenômeno mundial?

Antes que você comente aqui embaixo várias justificativas para ir contra a pergunta acima, eu digo: – sim, é um fenômeno mundial. A série conquistou fãs em boa parte da America Latina, Europa e Ásia, além dos inúmeros produtos licenciados anualmente, enchendo os bolsinhos da Bandai e da tia Toei.

Os Cavaleiros do Zodíaco

Massami Kurumada, criador da franquia, já disse em entrevista que a obra não é o seu projeto favorito, mas ele reconhece que foi o único a ganhar quase todos os continentes do mundo e é um dos produtos mercadológicos mais bem sucedidos do Japão.

Um fenômeno em nome de Athena

Os Cavaleiros do Zodíaco - Saintia ShôNão precisamos destrinchar a história. Todos já conhecem. Porém, alguns aspectos fizeram de Os Cavaleiros do Zodíaco um verdadeiro sucesso no Brasil. O enredo que envolve órfãos enviados a vários cantos do mundo para se tornarem guerreiros super poderosos chamou a atenção dos pequenos brasileiros. Temas como amizade, determinação, foco e fé também fizeram com que o anime fosse único – até a chegada de outros. Porém, o primeiro do gênero sempre tem um gostinho especial. Não que o anime tenha sido a primeira produção nipônica a chegar em terras tupiniquins, mas foi a primeira com um verdadeiro impacto cultural.

A primeira vista, Saint Seiya, para os mais íntimos, passa batido, principalmente pelos fãs mais recentes de animação japonesa. Com uma narrativa meio arrastada e ritmo datado é difícil dos otakus de hoje sentirem aproximação com a saga televisiva, contudo, vale a pena dar uma chance. A produção tem excelentes momentos e foi inovadora na hora de produzir o desenho, tanto que ganhou vários prêmios entre 1986 a 1989.

Quer dar uma chance à série? Então fique de olho na aposta da JBC para o fim do ano. A editora irá lançar o kanzenban de Os Cavaleiros do Zodíaco, uma edição definitiva do mangá, com páginas coloridas e conteúdos extras. Além disso, um universo compartilhado dos defensores de Athena, Saintia Sho, chega ao mercado brasileiro ainda este mês, também pelas mãos da empresa paulista.

A série possui cinco sagas (Clássica, Saga Hades, Lost Canvas, Ômega e Alma de Ouro); cinco filmes, sendo um em CG; além de vários mangás. O universo é rico e isso é ponto positivo para o Kurumada, que soube diversificar a sua obra, distribuindo sua história para roteiristas e mangakás de diferentes estilos. Isso significa que existem histórias para todos os gostos. Basta escolher a sua favorita.

Obra definitiva? Nem tanto…

Se você leu este artigo até aqui já deve ter percebido que sou um mega fã do universo que envolve a mitologia grega, contudo, a história possui vários furos de roteiro e não se trata de uma obra perfeita.

Os Cavaleiros do Zodíaco

Podemos começar apontando o traço do próprio Kurumada. Se você já leu ou pretende acompanhar o mangá clássico, a primeira impressão é que o design dos personagens se difere do já clássico visual acompanhado no anime. Até hoje Kurumada mantém um traço questionável quando se trata de proporção de corpos e feições. A história também é inconsistente e se tornou um dos poucos exemplos onde o desenho é melhor do que os quadrinhos.

A pergunta que fica é a seguinte: Os Cavaleiros do Zodíaco consegue passar batido na regra dos 30 anos? Acredito que se for levar em consideração o mangá, a resposta é não. Com narrativa datada, ela se arrasta as vezes, enquanto outras horas se desenvolve num ritmo frenético – marca do próprio Kurumada. Em Next Dimension, ele segue o mesmo padrão, fazendo com que os fãs fiquem literalmente afoitos.

Vale a pena?

Nesta vibe de comemoração, sugiro que você eleve o seu cosmo e visite as doze casas do zodíaco, Asgard, o santuário marina, o submundo e os Campos Elíseos com toda a nostalgia que o enredo proporciona. Mesmo um pouco ultrapassada, a história ainda continua interessante e serviu como fonte de inspiração para vários outros títulos que vieram a seguir.

Então meu conselho é o seguinte: vista sua armadura sagrada e descubra porque esta incrível obra permanece viva no coração e alma de milhares de pessoas.

Faça elevar o cosmo no seu coração. Todo o mal combater. Despertar o poder!

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