sábado, 05 outubro, 2024
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Cruel Summer | Primeiras Impressões: Um mistério tão complexo quanto a pergunta: por que gostamos tanto de séries teen farofa?

Logo de cara já digo, a premissa de Cruel Summer é muito boa. Boa até demais para uma série teen convenhamos. A série que chega no Prime Video no dia 6 vai acompanhar a história de duas jovens garotas em três anos diferentes na década de 90: 1993, 1994 e 1995 que vivem situações e momentos de vida bem diferentes uma das outras.

Uma delas é a jovem Kate Wallis (Olivia Holt), tida como a it girl de uma cidade no Texas e que desaparece de uma hora para outra durante um verão de 1993. O que teria acontecido com ela? O que teria acontecido com ela? E mais o que e como aconteceu isso? Ela fugiu ou foi sequestrada?

Já a outra é a tímida Jeanette Turner (Chiara Aurelia) que ao completar 15 anos ainda se sente rejeitada e quase invisível pelos colegas de classe, menos por seus melhores, e únicos amigos, a jovem Mallory (Harley Quinn Smith) e Vince (Allius Barnes).

E cada episódio de Cruel Summer (são 10 no total) vamos descobrir mais sobre essa história pelo ponto de vista de uma delas.

"Cruel Summer"
Cruel Summer
Foto: Freeform/Bill Matlock

E logo no primeiro episódio 1×01 – Happy Birthday, Jeanette Turner a série avança para o aniversário de Jeanette no próximo, de 16 anos,  onde agora é ela uma nova garota, não só na aparência que mudou radicalmente, mas também no comportamento. E novidades, ela namora Jamie (Froy Gutierrez), que era o antigo namorado de Kate e anda com as amigas dela (Shelby Surdam e Aaliyah Muhammad) e se vê como uma garota que podemos chamar de popular na cidade. E mesmo com o desaparecimento da jovem, tudo parece ir bem na vida de Jeanette.

E durante o mesmo episódio, a série avança para o próximo ano, no aniversário da garota de 17 anos, e tudo mudou novamente. Seu visual já não é mais o mesmo, seus pais Greg e Cindy (Michael Landes e Sarah Drew respectivamente) não a tratam mais igual, e olha só, Jeanette é a garota mais odiada de todos os EUA e vê seu nome nos noticiários nacionais. E o espectador fica com um grande ponto de interrogação na cabeça.

Cruel Summer acerta e muito ao brincar com essa narrativa fragmentada e mostrar como as coisas mudaram no curso de três verões para esses personagens, onde apenas vemos uma fragmento do que aconteceu com eles e pequenas pistas que nos são apresentadas ao longo dos episódios (vimos três antecipadamente).

Mesmo se passando inteiramente nos anos 90, e com uma trilha sonora de época muito bem escolhida com The Cranberries como uma das mais conhecidas, Cruel Summer tem um trabalho extremamente minucioso, seja de fotografia, seja de figurinos, ou até mesmo de trabalho de composição de personagens, para conseguir diferenciar qual ano, e qual momento da história estamos. 1993 é o sentimento de que esses jovens podem fazer tudo que eles quiserem nesse verão; 1994 é o ano mais colorido onde tudo parece ter dado certo para Jeanette; e 1995 é o ano da derrocada onde os produtores deixam o tom e a coloração dos episódios mais escuros e sem brilho.

O seriado nesse começo é mercado por diversas reviravoltas, algumas cenas chocantes (um dos personagens leva um socão na cara em um deles que eu não estava esperando) e as pistas são dadas com cuidado. Afinal, Kate retorna do seu desaparecimento e é amparada por sua mãe Joy (Andrea Anders) e pelo padrasto Rod (Ben Cain), ela diz ter sido sequestrada em uma entrevista de TV. Tudo parece que vai voltar a normalidade e a cidade vai seguir sua vida, mas logo no final do primeiro episódio, Kate diz que Jeanette a viu no seu cativeiro e não fez nada para alertar ninguém. Coisa que a jovem discorda mesmo que quase ninguém acredite nela, muito menos seu namorado que fica do lado de sua ex. 

Cruel Summer
Foto: Freeform/Bill Matlock

Assim Cruel Summer, além de mostrar essa narrativa fragmentada entre os anos, precisa ao mesmo tempo também revelar para o público qual das duas jovens realmente fala a verdade. Ou quem fala menos mentiras não é mesmo? E para isso o roteiro da série cria uma trama tão complexa, tão intrinsecamente embolada, que cabe ao espectador sentar e aguardar o desenrolar dessa história ao longo dos episódios.

E com isso, a série nos dá pequenas respostas (sem deixar  claro de nos entregar também mais perguntas) sobre o que aconteceu, e os motivos que levaram o vice-diretor da escola Martin (Blake Lee) a se envolver nessa história depois que tanto Kate quanto Jeanette se envolvem com ele e visitam sua casa logo no primeiro episódio. Assim, Cruel Summer nunca nos deixa ficar sem nos indagarmos sobre o que realmente aconteceu com essas meninas ao longo desses anos. E as duas atrizes principais realmente fazem um bom trabalho de atuação, em conseguirem mostrar o que suas personagens estão passando em diferentes momentos dessas jornadas.

Holt começa com uma garota desinibida e confiante de si mesma e depois passa a ser uma jovem tensa e nervosa quando está em casa após sair do cativeiro. Já Aurelia consegue fazer a transformação de patinho feio para garota popular um dos grandes destaques da série. A cena onde ela lá em 1995 se prepara com uma advogada para o processo é sensacional e a atriz se garante no monólogo. E a série parece jogar com essa ambiguidade que ambas as personagens têm como se realmente elas estivessem escondendo mais coisas que sabemos. E não só elas, todos os outros personagens, desde dos pais até os colegas. Segredos parecem que vão ser descobertos ao longo dos episódios o tempo todo, e nós, como espectadores só temos as fichas daquilo que vemos acontecer, onde Cruel Summer às vezes mostra alguns eventos pela perspectiva de algum personagem em específico e não realmente como aquilo aconteceu.

No final, o mistério sobre esses jovens parece ser tão misterioso que nos faz perguntar o por que essa produção é tão viciante sendo que realmente não é das melhores, afinal, em termos de produção, Cruel Summer não tem o mesmo nível de outras produções do streaming, mas sabe nos deixar intrigados para descobrirmos o que vai acontecer. Algum palpite? Sem spoilers nos comentários. 

Cruel Summer chega em 6 de agosto no Prime Video.

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Miguel Morales
Miguel Moraleshttp://www.arrobanerd.com.br
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