terça-feira, 17 junho, 2025

TOP 5 MAIS LIDAS

Posts relacionados

O Ritmo da Vingança | Crítica

Todo o conceito em volta de assassinas e espiãs sempre foi cercado de bastante glamour e com uma sexualidade gigante. O mistério por trás dessas figuras atraentes, sexy, e que ainda podem te matar com um piscar de olhos tem marcado uma safra de filmes nos últimos anos. A constatação de Hollywood de que mulheres podem ser também boas espiãs gerou filmes como Anna – O Perigo Tem Nome (2019), Operação Red Sparow (2018) e ainda o inédito Viúva Negra. 

Todos eles retratam essas figuras como máquinas de matar e acabaram por focar mais em como elas poderiam fazer o trabalho como se fossem um James Bond ou Jason Bourne da vida com mega habilidades de luta e de combate como John Wick. Mas aqui, em O Ritmo da Vingança (The Rhythm Section, 2020) a diretora Reed Morano e atriz Blake Lively contam um outro tipo de história… o que talvez fez muita gente torcer o nariz enquanto o filme foi lançado nos cinemas americanos.

A filial brasileira do estúdio pulou seu lançamento por aqui e o filme chega na plataformas digitais.

Blake Lively in The Rhythm Section (2020)
O Ritmo da Vingança | Crítica | Foto: Paramount Pictures

Em O Ritmo de Vingança, Stephanie (Lively, irreconhecível) não é uma assassina perfeita, e sim, uma garota normal como qualquer outra estudante universitária que se vê no meio de uma tragédia pessoal e que realmente parece ter entregado os pontos após seus pais e irmãos terem morrido num acidente de avião que as autoridades dizem ter sido um acidente.

Com a vida destruída, Stephanie mergulha no mundo das drogas e prostituição. Até encontrar com um jornalista (Raza Jaffrey) que diz que o acidente do tal voo que seus pais estavam foi culpa de uma célula terrorista que opera em diversas cidades da Europa.

Assim, O Ritmo da Vingança mostra Stephanie obcecada em encontrar respostas, e claro conseguir a sua vingança. E basicamente é isso o que faz O Ritmo da Vingança ser diferente de outros filmes sobre a criação de uma super espiã e assassina, a imperfeição de Stephanie em conseguir se moldar como uma figura destemida para completar sua missão.

O seu Sr. Miyagi, aqui o ex-agente do MI6 chamado Iain, e interpretado pelo ator Jude Law, já chega a dizer que Stephanie não foi feita para esse tipo de treinamento enquanto a jovem corre pelas colinas do interior da Inglaterra ou nada no mar gelado perto do local onde treina. Na busca de vingança, vemos Stephanie evoluir no seu próprio ritmo, em uma jornada brutal, violenta e dolorosa para a personagem. 

Se fosse um homem Stephanie seria enaltecida e aclamada, mas por ser uma mulher o longa passou batido pelo grande público e por boa parte da crítica que massacrou o filme.. Lively parece mais uma vez se entregar para mais um papel, as gravações de O Ritmo da Vingança precisaram serem pausadas por conta da atriz ter se machucado nas cenas de ação, onde a vemos se desprender da figura teen da socialite Serena van der Woodsen que a levou para o estrelado. Em O Ritmo da Vingança, a atriz entrega aqui seu trabalho mais maduro e expressivo até então e realmente é a alma do filme. 

Jude Law in The Rhythm Section (2020)
O Ritmo da Vingança | Crítica | Foto: Paramount Pictures

O Ritmo da Vingança tem um olhar sutil e íntimo sobre essa busca da personagem para encontrar os responsáveis pela morte de seus pais, mas claro, o roteiro de Mark Burnell (baseado no seu próprio livro) não segue o mesmo nível de sutileza que a direção de Morano, e grande parte dos seus momentos e acontecimentos são um pouco previsíveis, e como o personagem de Jude Law afirma, Stephanie, você é um clichê, é exatamente isso que O Ritmo da Vingança entrega em algumas partes, com algumas reviravoltas batidas, e como uma trama que tenta ser mais do que deveria.

Mas a habilidade da diretora Reed Morano de nos entregar passagens alucinantes de perseguições, e lutas corporais bastante gráficas fazem o espectador querer ver o que irá acontecer com Stephanie na sua jornada.

No final, O Ritmo da Vingança se garante na instigante espiral de conspiração que Stephanie se joga, e consegue criar uma história interessante sobre vingança e assassinato que merecia mais reconhecimento do grande público. Aqui, Blake Lively se destaca em mais uma atuação e com mais uma personagem fora dos padrões esperados para ela.

Nota:

O Ritmo da Vingança está disponível nas plataformas digitais.

Try Apple TV
Miguel Morales
Miguel Moraleshttp://www.arrobanerd.com.br
Sempre posso ser visto lá no Twitter, onde falo sobre o que acontece na TV aberta, nas séries, no cinema, e claro outras besteiras.  Segue lá: twitter.com/mpmorales

Últimas Notícias