The Last of Us | Review: 1×03 – Long Long Time

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E quem diria que uma série sobre um futuro pós-apocalíptico entregaria um drama tão denso e interessante, em um único episódio, apresentando personagens, contextos, dores… E The Last of Us entrega tudo em um roteiro brilhante, com diálogos intensos e uma fotografia belíssima.

ALERTA DE SPOILER!

Este artigo contém informações sobre os principais acontecimentos da série/filme.
Continue a ler por sua conta e risco.

Se não bastasse desenvolver a relação de Joel e Ellie após a morte de Tess e como eles lidam com essa perda, a série ainda adentra em um diálogo excelente de Joel sobre como foram os dias após o começo da contaminação da população pelo Cordyceps. A forma como ela já supõem pela transmissão de macaco, colocando animais como em outras pandemias virais, foi bem real, mas logo ele começa a explicar sobre a rede de transmissão alimentícia e a evolução do fungo, e como em poucos dias muitas pessoas estavam contaminadas, sabe-se lá se foi pelo açúcar, farinha ou o que mais.

The Last of Us ainda nos poupa de uma tragédia, deixando apenas o sentimento, afinal, vemos uma vala com inúmeros mortos e Joel tenta poupar Ellie disso, e o roteiro e a edição são inteligentes em nos conectar restos de roupas e ossada, às pessoas que estavam na cidade que adentrariam para contar o passado de Bill e Frank personagens que Joel e Ellie iriam encontrar.

É sensacional voltar à 2003 e vermos Bill preocupado em como as coisas estão tomando proporções tão grandes e ele precisar criar um bunker e uma rede de apoio com a pequena cidade onde morava, ficando completamente sozinho e isolado, para alguns dias depois ele se contar com Frank. Se de imediato gostamos da relação dos dois, é estranho que a entrega tenha sido rápida, mas isso é facilmente ignorado com a relação dos dois em um mundo onde não há ninguém e mesmo frio, eles buscam conexões.

Ver uma história de amor LGBTQIA+ ser tão intensamente criada e desenvolvida, faz The Last of Us dar um salto delicioso para nós da comunidade, que ficamos conectados aos dois personagens em cada momento, seja nas pequenas brigas por querer o jardim limpo ou quando vemos a entrada de Tess e Joel na vida dos dois.

A invasão de saqueadores, a forma como vemos eles se protegerem, os ferimentos, e tudo culminar em 2023 com Frank doente e pedindo um fim, mesmo com todo o cuidado e amparo de Bill, foi a coisa mais amorosa e delicada que vi em uma série tão despretensiosa, no sentido da conexão para a comunidade gay.

A parte mais pesada para mim foi a carta de Bill para Joel e a forma como ele reage a fala do amigo. A dor e o carinho, e o fato deles serem parecidos de alguma forma, tudo é muito bem abordado, e para uma pessoa LGBTQIA+ é compreensível, depois de se ver em um momento de dor, e achar que o mundo está virado contra ela, achar o amor de sua vida e querer ali sua proteção.

The Last of Us, com seus produtores e roteiristas entregaram algo primoroso e saio satisfeito por cada detalhe do episódio.

E lógico que temos de voltar ao caminho da trama, pois Joel agora tem mantimentos e outras coisas necessárias para seguir seu caminho e levar Ellie para o próximo nível, afinal, Wyoming está longe e ainda temos que encontrar o irmão dele e entender as situações em que ele se meteu por ser parte dos Vagalumes.

Ellie também se viu diante de um risco, com um Estalador preso em escombros e ela tentar entender o que ele passa, seja cortando sua pele e vendo mais fungos, e até o momento em que ela tomou coragem e o matou. Uma cena muito forte e que mostra a determinação dela e como esse ato pode ser importante para a relação e sobrevivência dela e de Joel.

Lógico que The Last of Us ainda traz excelentes momentos do jogo, que já falei não ter jogado, mas entender o básico de sua trama, mas foi delicioso ver a referência a Mileena de Mortal Kombat.

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Que venham os próximos episódios e que adentremos mais neste universo, e em como os flashbacks nos conectam a cada essência de como tudo aconteceu… E deixo abaixo a música de Linda Ronstadt, que embalou o romance de Bill e Frank.

The Last of Us está disponível na HBO Max com episódios semanais.

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