sábado, 07 junho, 2025

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Rio2C |”A televisão nunca deixou de ser o protagonista na casa das famílias.” afirma Aline Jabbour em painel sobre estratégias no FAST

Como crescer no FAST? Depois de descobrimos o que era FAST (Do inglês, a sigla FAST vem das iniciais de Free Ad-Supported Television, ou seja são canais de streaming gratuitos que se assemelham a canais de TV do modelo tradicional e que oferecem em suas programações programas com intervalos.), um dos maiores desafios é descobrir como fazer esses canais crescerem e claro darem dinheiro.

Rio2C | “O Brasil cresce mais rapidamente do que qualquer outro país do mundo” quando se trata de conteúdo FAST, afirma executiva em painel

E isso nos levou para o debate realizado no painel “Estratégias de Plataforma – Diferentes Caminhos para Crescer com FAST” onde os executivos Aline Jabbour, a diretora sênior do Samsung TV Plus para a América Latina e Fabricio Proti, Country Manager Brasil dos canais Paramount e que representa o PlutoTV, o canal FAST do grupo, debateram as principais estratégias e abordagens do segmento.

Mediado por Luis Camargo, executivo da Google da área de Parcerias para Media & Entretenimento, o bate-papo ofereceu análises sobre o mercado, as principais mudanças, e visões para o futuro.

Aline Jabbour e Fabricio Proti durante o painel na Rio2C. Foto: Crédito R2C. Todos os direitos reservados.
  • O que tem mudado com o FAST?

Para Jabbour, a principal mudança que ocorreu foi o entendimento do que é e como trabalhar com canais FAST “A principal mudança foi entendimento do indústria que FAST não era só um repositório de conteúdo antigo. Hoje temos conteúdo ao vivo, temos CNN, temos CazéTV, e temos diversos outros tipos de conteúdos que não são repositórios.“, afirma a executiva.

Já para Proti a diferença e mudança foi a possibilidade de entender melhor o que é, e o que o FAST, pode agregar para o mundo do streaming. “O foco é ser baseado em conteúdo, e por conteúdo por ser curadoria e agregador. Essa é a alma e o poder do FAST”. diz ele.

O executivo conclui: “E esse conteúdo, já que ele é gratuito, ele é acessível, onde buscamos distribuir por todos os dispositivos, então acho que essa é uma grande diferença. Há 4 anos atrás, o consumo era muito em mobile e web e graças a Samsung hoje é majoritariamente in connect. Então esse foi o grande salto e com isso, né, as pessoas ficam mais tempo, os conteúdos agora são consumidos por mais tempo, então, gera mais audiência, gera mais oportunidade para monetização.

Então, em resumo, temos conteúdo, agregador de conteúdo, distribuição acessível por qualquer dispositivo e monetização que é o terceiro pilar super importante, que quem paga por essa conta. E aqui, é o anunciante… Já que [o serviço] até é free, mas nada é free, e alguém tá pagando essa conta. Os anunciantes que sim estão num crescimento muito bom, mais de 2 dígitos por ano. Então é fácil de entender o poder… Dessa categoria, se é que a gente pode chamar assim né?

  • Mudança no comportamento do consumidor?

O consumidor tem novas formas de ver e consumir conteúdo, seja nos celulares, nos tablets, no computador, mas ainda a TV tem um papel importante no mercado mesmo que isso tem mudado ao longo dos anos na forma de como, quando e onde assistir conteúdo.

E para a Samsung, assim como diversos outras empresas do mercado, manter esse consumidor é o grande ponto chave. Então, a estratégia do SamsungTV Plus é manter esse consumidor das TV Samsung vendo conteúdo dentro do Samsung TV Plus. A equação é simples conforme apontou a executiva no painel.

“A Samsung é a fabricante número 1 de Smart TV no mundo, é só que hoje é muito mais do que a uma fabricante. Temos um papel muito maior do que apenas distribuir conteúdo. Somos a ponte, né? Então, somos a ponte entre a audiência, entre o provedor de conteúdo e as marcas. Então, nosso papel é esse, nosso papel é ser a ponte.” afirma ela.

“Dos 10 aplicativos mais assistidos no Brasil, dois são FAST, o PlutoTV e o SamsungTVPlus. Somos mais que apenas ser um fabricante e sim um hub de entretenimento.” pontua a executiva.

E com a proliferação dos streamings isso mudou um pouco na forma de se ver alguma coisa. “Mais que dobrou o tempo gasto no PlutoTV depois que as pessoas começaram a consumir pelos devices.” afirma o executivo da Paramount.

E para Jabbour, ao mesmo tempo que muita coisa mudou em relação aos hábitos de consumir TV, algumas coisas, efetivamente, não mudaram. “A televisão era o ponto de encontro das famílias. E quando surgiu o mobile, o YouTube, e outras formas de assistir conteúdo, haviam pensado que isso tinha acabado né? Cada um tá no seu aplicativo, tá no seu device e quando a gente vai dos números, do que do que tá acontecendo na Connect TV, isso não mudou.” diz ela.

Porque o comportamento do ser humano, ele não muda. Eu costumo dizer que todo mundo tem um momento. Eu tenho meu momento, que eu não quero que ninguém esteja junto comigo. Quero assistir lá a minha série, assunto de menina que meu marido não quer saber. Eu fico sozinha assistindo.

E tem um momento em que eu quero sentar com todo mundo e, às vezes, nesse momento, é um conteúdo que a gente chama de conteúdo passivo. Vamos assistir uma notícia, todo mundo junto, vamos assistir um filme que a gente já várias vezes, mas a gente quer dar risada. Então, a televisão, ela nunca deixou de ser o protagonista, da sala das famílias.

Eu acho que a televisão, ela simplesmente, ela foi foi esquecida na hora da indústria falar sobre o conteúdo. Mas ela nunca deixou de ser a protagonista. As famílias sempre estavam lá assistindo o seu conteúdo junto. Mas agora a indústria já entendeu que os números não mentem. Então, a indústria quando começou a olhar o número, ficou “Pera aí, os números não mudaram? Continua sendo isso. E aí pode ser que seja a um papel que a ConectaTV trouxe, pode ser a uma melhora na oferta de conteúdo, ou pode ser que nunca mudou, só se parou de falar sobre isso.” concluiu.

Painel na Rio2C. Foto: Crédito R2C. Todos os direitos reservados.
  • Relação Quantidade Vs Quantidade

Com a popularização do streaming, a forma de consumidor conteúdo mudou e a quantidade de novas ofertas, misturadas com outras mídias também afetaram a relação com o streaming e com o que é consumo em cada um desses pontos.

E para o time da Paramount, quando falamos em PlutoTV, a qualidade vem acima de qualquer coisa. Para ele é saber olhar para o que o público diz. “No PlutoTV internacional tem mais de 1.800 canais, mais de, de no Brasil 8.000 horas de vídeo on demand, de conteúdo on demand. No Brasil tem 160 canais, já teve 200. E nós entendemos que não é sobre qualidade, não é. É sobre conteúdo relevante para a audiência que está lá. Que a audiência que a gente quer atingir, a gente quer é multi-geracional. Desde a criança, do jovem, do jovem GenZ, até eu aqui 50 anos. Buscamos atender todos. Qual é o papel que queremos e buscamos ocupar?

E FAST é um serviço gratuito. Se alguém hoje quer alguma coisa gratuita, o que encontra? TV aberta, YouTube e FAST. Então, é a nossa capacidade de fazer uma curadoria de conteúdo para ocupar um espaço relevante, e ser relevante sabendo que as pessoas têm opções.

[…] É sobre qualidade, é sobre qual o conteúdo que retém e que aumenta a fidelidade desse cara que tem muita muita opção. 50% de quem assiste a Pluto TV, também assina um outro streaming pago.” finaliza ele.

A executiva do SamsungTVPlus completa a discussão. “O FAST, se aprofunda mais, né? Traz o canal de nicho, né? Então, é o canal de filmes com mensagens de fé, é o canal de filmes de terror, é o conteúdo infantil para crianças na idade até 3 anos. Então, ele vai mais para o nicho. Por quê? A oferta, né? Vimos que tem hoje muito mais oferta do que tinha lá atrás. E entendemos que o público, ele tem todos os momentos, né, durante o dia e tem vários momentos e tem vários, tipos de consumo e de interesse.

Então, poderíamos ter uma quantidade maior quando se compara com ofertas de canais, nós temos. Poderia ter muito mais? Poderia. O SamsungTVPlus nos Estados Unidos tem 700 canais. No Brasil temos 120. Mas existe também uma questão de comportamento e de e de cultura. Então precisamos abrir mão disso. Por que não faz sentido, porque o nosso público brasileiro não tá acostumado com isso.

Não tá acostumado a entrar num num qualquer tipo de serviço e navegar em 700 canais. Tem uma questão da descoberta que que ela é um pouco mais complexa e como ele não tá acostumado, ele vai desistir, vai virar vai virar um novo problema que hoje existe no streaming. Então, foi uma decisão nossa partir pela qualidade e partir também olhar esse esse comportamento que existe no hoje no Brasil, que não é excepcional a outros países.

  • Possibilidade de crescimento

Mas é só crescer por crescer? Não para dupla de executivos. É saber analisar o que tem dado certo e que tem possibilidade de melhorar. Para Jabbour é “Vamos crescer mais, sim, mas não temos um teto. Assim, ah, vamos crescer até chegar em 150, até chegar em 300, não é isso. Vamos vai crescer conforme os conteúdos que forem surgindo.” afirma ela.

E completa: “E existem alguns movimentos que acontecem lá fora e que estão começando a surgir por aqui e que faz todo sentido. As grandes empresa, de mídia, já entendem FAST como um cerne do negócio. Então nos EUA, Warner, Disney, AMC, já tem uma oferta FAST, já faz parte da estrutura de negócio. Não é que pegaram conteúdo que não faz mais sentido na biblioteca e lançaram. Não, o FAST faz parte da estratégia de distribuição deles, tem o canal de streaming, tem o pay-per-view, e agora o FAST.

E isso já tá começando a vir para o Brasil. Então, eu acho que isso é uma tendência. Então, eu não vou chegar e falar: “Não, não vou crescer mais o meu line-up, porque ele já tá o suficiente e aí tem uma oportunidade de trabalhar com um grande player. Então, vamos crescer, vamos colocar mais canais.

Não temos um teto, temos apenas um filtro de qualidade, né? Existe uma curadoria. No FAST existe uma curadoria, né? No no caso da Samsung, você liga a televisão e o o conteúdo tá ali. Para estar no SamsungTVPlus tem que ter qualidade.” finaliza ela.

A autor viajou à convite da SamsungTVPlus para cobrir o Rio2c. 





Miguel Morales
Miguel Moraleshttp://www.arrobanerd.com.br
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