Paddington: Uma Aventura na Floresta | Crítica: Divertido e tem Olivia Colman como freira doida

Terceira aventura de Paddington segue a fórmula, diverte e ainda tem Olivia Colman como freira doida. Nossa crítica de Paddington: Uma Aventura na Floresta.

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As aventuras do ursinho Paddington já ultrapassaram mais de 600 milhões de dólares arrecadados em todo mundo, e por ser uma história extremamente britânica, já dá para dizer que isso é um feito e tanto. O que explica esse sucesso todo que os longas do ursinho educado, que usa chapéu vermelho, e casaco azul, tiveram, talvez, seja o fato que as histórias têm apelos universais e agradam toda a família.

Hugh Bonneville, Emily Mortimer, Julie Walters, Madeleine Harris, e Samuel Josli em cena de Paddington: Uma Aventura Na Floresta. Photo by PETER MOUNTAIN – © STUDIOCANAL SAS © PETER MOUNTAIN.jpg

Um dos públicos alvos mais cobiçados dos estúdios ultimamente e que gera bastante dinheiro tanto no lançamento nos cinemas quanto depois no streaming. Ao colocar o ursinho fofinho para viver aventuras por aí ao lado da família Brown, os filmes Paddington passam aquelas mensagens para o público infantil sem soar cansativas demais ou didáticas demais. 

E aqui, no terceiro da franquia, Paddington: Uma Aventura na Floresta (Paddington in Peru, 2024) isso é repetido dentro da fórmula pré-estabelecida nos filmes anteriores, mas claro, com algumas pequenas mudanças. Afinal, com as crianças Brown já um pouco mais velhas, onde Judy (Madeleine Harris) segue para Universidade, e Jonathan (Samuel Joslin) cresce e continua cheio de ideias e de criar experimentos, o novo longa se dá a chance de expandir um pouco a trama, a aventura, e os leva, juntamente com o Sr. Brown (Hugh Bonneville) que agora tem um novo cargo e uma nova chefe e a Sra. Brown (Emily Mortimer) que sofre da síndrome do ninho vazio, para uma narrativa um pouco mais adulta, cheia de perigos, e em que as consequências são maiores do que vimos nos outros dois primeiros longas.

 E isso fica claro, logo no começo de Paddington: Uma Aventura na Floresta, onde como diz o título, esse novo filme vai levar o personagem do ursinho e sua família em uma jornada pela floresta, na Amazônia Peruana. Acho que a direção de Dougal Wilson se aproveita dessa mudança de cenários, e de que tanto as crianças no filme, quanto os espectadores que acompanham os filmes cresceram, onde fica claro que o tom desse terceiro filme muda em relação ao trabalho que o diretor Paul King entregou com seus antecessores. É sentida a mudança, mas nada que afete a experiência, afinal, Paddington: Uma Aventura na Floresta coloca Paddington e os Brown em uma empolgante viagem para o Peru, onde eles cruzam caminho com personagens dos veteranos Antonio Banderas e Olivia Colman, que são excelentes adições para a franquia, e ajudam o filme, sem dúvidas.

Olivia Colman em cena de Paddington: Uma Aventura Na Floresta. Photo by PETER MOUNTAIN – © STUDIOCANAL SAS © PETER MOUNTAIN.jpg

A mão de King é notada no longa sim, já que o diretor cuidou da história para esse terceiro longa, onde o roteiro ficou com o trio Mark Burton, Jon Foster e James Lamont e consegue trabalhar no sentimento aventuresco em que Paddington: Uma Aventura na Floresta se apresenta. Afinal, nessa jornada, a busca por um local sagrado, antigo, e enraizado na cultura peruana é apenas o destino final desta road trip nos trópicos que todos esses personagens se vêem envolvidos quando a Tia Lucy some de um retiro dos Ursos no meio da floresta liderados por uma sorridente (e um pouco suspeita?) Madre Superiora (Olivia Colman).

Assim, narrativamente a trama se desenvolve como se fosse um grande quebra-cabeça, para o público montar junto, onde não só os personagens precisam desvendar as pistas, mas também nós,a audiência. É como se Paddington: Uma Aventura na Floresta quisesse que o público participasse da aventura ao lado da família Brown, do protagonista, e ainda do navegador Hunter (Antonio Banderas) e sua filha Gina (Carla Tous) que alugam um barco para os personagens navegam pelos rios da floresta em busca das pistas deixadas pela tia Lucy.

Paddington: Uma Aventura na Floresta então se aproveita para mostrar o quanto os Brown cresceram e estão diferentes do que quando os conhecemos lá no primeiro filme, e o quanto essas diferenças os separaram ao longo dos anos, na medida que todos eles se reúnem no barco, em plena, floresta. O roteiro dá chances para a aventura frenética, ah lá Piratas do Caribe encontra Indiana Jones ser mesclada com o trabalho de desenvolvimento dos personagens nessa nova fase em que vemos esses personagens discutirem passagens e momentos de reflexão. 

O texto também continua a ser extremamente afiado e com um humor britânico que é difícil de acertar, principalmente para nós que vemos de uma cultura mais calorosa e mais receptiva. Particularmente acho que Paddington: Uma Aventura na Floresta usa seu elenco da melhor forma para fazer isso acontecer seja com Bonneville e Mortimer que estão muito bem nessa nova fase do casal Brown, de Bandeiras que garante um personagem doido e excêntrico igual Hugh Grant foi nos anteriores (inclusive fiquem até o final dos créditos do filme para uma surpresa), e claro, a presença da sempre competente Olivia Colman que acaba por elevar a história e realmente faz de sua freira meio amalucada e rebelde um dos pontos altos desse terceiro filme.

No meio pistas a serem decifradas, quebras cabeças, pulseiras misteriosas e um passado a ser revelado, Paddington: Uma Aventura na Floresta olha para trás na história desse ursinho simpático que foi adotado por uma família britânica, ao mesmo tempo que olha para frente e mostra que as aventuras de Paddington apenas começaram. Ainda mais agora que ele é cidadão britânico e tem seu passaporte, ele está pronto para ser carimbado para qualquer lugar do mundo. Próxima parada Brasil?

Nota:

Paddington: Uma Aventura Na Floresta está em cartaz nos cinemas nacionais.

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