quinta-feira, 05 junho, 2025

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Lilo & Stitch | Crítica: Ohanna significa também zilhões!

Meio maluco pensar que a animação Lilo & Stitch já tenha sido lançada tempo suficiente para ser considerada, e consequentemente, já virar filme em live-action. A aventura da jovem Lilo e o alienígena azulão tem pouco mais de 20 anos, mas, mesmo assim, parece que foi ontem que fomos apresentados para esses personagens, suas dinâmicas e aventuras malucas. 

Talvez, essa seja a velocidade que vivemos no mundo de hoje, e que Hollywood se encontra atualmente. Se antes os executivos e times de produção estavam olhando para os filmes dos anos 80, e começaram a flertar com os filmes dos 90, agora estão já por chegar, com uma grande onda do mar do Havaí, para os anos 2000. No meio dos live-actions de maiores sucessos do estúdio, a animação Lilo & Stitch foi o novo projeto escolhido e que assume o desafio de ser transportada e adaptada para live-action.

Maia Kealoha as Lilo, Stitch and Sydney Agudong as Nani in Disney’s live-action LILO & STITCH. Photo courtesy of Disney. © 2025 Disney Enterprises Inc. All Rights Reserved.

E com isso agora, Lilo & Stitch se consolida e se firma como um dos grandes sucessos da Disney das últimas décadas. Afinal, o live-actor dá muito certo e funciona. E essa popularidade da história muito se deu pela figura do azulão que forma a segunda parte do título, já que parece ao longo dos anos, a Disney conseguiu desenvolver uma sensação e um sentimento de onipresença para ele muito grande. E muito disso se deve talvez ao streaming e pelo fato que junto com Moana, essas duas aventuras olharam para um outro tipo de protagonistas que seriam retratado em tela e uma forma um pouco diferente de como tinham suas histórias contadas.

E por mais que Lilo & Stitch seja uma história recente, fica claro que o papel do live-action seja de atualizar ainda mais essa obra, além de só de transportar os personagens animados para uma trama com humanos e claro de caprichar nos efeitos especiais para as criaturas alienígenas. Assim, essa nova roupagem que é entregue aqui em Lilo & Stitch, o live-action, é uma adaptação que consegue manter a essência da animação e dar um contexto maior para a história e que no final acaba por ser um filme muito fofo, engraçado e bonito de se assistir.

E um que é cinematograficamente bonito e que mostra que a Disney acertou ao recalcular a rota em decidir lançar Lilo & Stitch nos cinemas em vez de mandar o filme o Disney+, como foi o plano inicial quando o projeto foi anunciado alguns anos atrás. Afinal, Ohanna significa também zilhões de dólares que o filme vai fazer ao ser posicionamento em uma ótima data de lançamento (o feriado do dia Memorial, onde Aladdin foi lançado e em 2019 conseguiu atingir 1 bilhão de dólares em todo mundo nas semanas seguintes) num ano que até agora tem sido meio parado para a gigante do entretenimento.

E em Lilo & Stitch, o diretor Dean Fleischer Camp aproveita das paisagens das paradisíacas e litorâneas ilhas do Havaí para contar essa história, mas no cerne do que faz Lilo & Stitch funcionar, e até mais que a animação, são os personagens e as relações que são apresentadas e desenvolvidas na trama.  Lilo & Stitch não daria certo se não tivéssemos uma boa Lilo, uma boa Nani, e diversos outros personagens marcantes feitos da maneira correta.

Afinal, um outro grande desafio seria acertar nos efeitos especiais, e principalmente os de Stitch estão muito bons, e são muito melhores do que por exemplo as versões realistas de O Rei Leão. E se a parte técnica era uma coisa que uma empresa do tamanho da Disney conseguiria cuidar, encontrar os atores certos, o elenco certo de personagens humanos que seriam o maior trabalho. E claro que são eles que fazem boa parte do filme dar certo. Ao assistir o live-action não tem como não cair de amores pela arteira e espevitada Maia Kealoha que faz uma revelação sem tamanho como Lilo. Ela é expressiva, carismática, e é a personificação da Lilo dos desenhos.

O mesmo vale para Sydney Agudong que consegue, até mesmo por conta do texto do longa, criar uma nova camada para a personagem da Nani e que aqui passa a ser muito mais do que apenas a irmã mais velha de Lilo.  O mesmo vale para a vizinha Tūtū (Amy Hill) para o agente Cobra Bubbles (Courtney B. Vance) e até mesmo para a dupla Pleakley (o hilário Billy Magnussen) e Jumba (Zach Galifianakis) que passam boa parte do longa como humanos do que suas formas alienígenas vistas na animação. O que, particularmente, acho não mudou nada a forma como esses personagens navegam pela história.

Billy Magnussen as Pleakley and Zach Galifianakis as Jumba in Disney’s live-action LILO & STITCH. Photo by Zach Dougan. © 2025 Disney Enterprises Inc. All Rights Reserved.

E o que completa esse live-action de ser a coisa mais adorável que estreou no ano até agora, é que tudo é contado mesmo pelo olhar e para o entendimento de uma criança, o grande público alvo para Lilo & Stitch. Claro, o longa deve agradar os fãs nostálgicos e até mesmo as crianças que cresceram com a animação ao longo desses quase 20 anos, mas ao abordar novamente os assuntos de solidão, luto, pertencimento, e família, Lilo & Stitch faz de uma forma que seja palpável e simples para o entendimento de uma criança menor. 

Sem dúvidas que muito das peripécias que Lilo e Stitch fazem ao longo do filme devem ser os momentos mais interessantes, que vão prender a atenção e que vão levar os menores a loucura, sinto que o time de roteiristas, e de produção de maneira geral, tentou ao máximo deixar essa história ser contada e apresentada levando em consideração os baixinhos.

E boa parte das mudanças, principalmente as narrativas, em relação a animação são bem vindas e extremamente válidas para o live-action de Lilo & Stitch. Afinal, desde do momento que Stitch encontra com Lilo no canil e ele finge ser um cachorro vemos que esse alienígena criado apenas para ser uma experiência de laboratório, a 626, encontra na jovem garotinha, uma amiga. E para Lilo a mesma coisa, afinal, é o que ela pede para a estrela cadente (na verdade a nave de Stitch que pousa na Terra): um amigo.

E no meio das confusões, peripécias, explosões, danças havaianas e músicas de Elvis vemos esses dois personagens, completamente diferentes, viverem essa jornada de amadurecimento no meio de disputas intergaláticas e raios lasers disparados. E assim, Lilo & Stitch foge de ser um quadro-a-quadro da animação, e cria pequenas novas narrativas próprias e reinventa a forma como conta essa história, ao mesmo tempo que mantém e honra o legado do filme original. Por exemplo, Tia Carrere que deu voz a Nanni na animação, aqui interpreta a assistente social Sra Kekoa.

No final, surpreendentemente Lilo & Stitch faz um dos melhores, mais legais, e emocionantes  live-actions da Disney desde de Aladdin em 2019. A forma agradável de como é contada novamente essa história, com esses personagens tão marcantes transportados para versões em live-action e de uma forma bem humorada e cheia de momentos de ternuras só mostram que o pessoal dessa história de 2025 entendeu bem a lição de casa do que a animação do início dos 2000 quis passar: Ohanna significa família. E família quer dizer nunca abandonar ou esquecer de saber como contar uma boa história. Independente de qual seja o formato visual. E isso é uma coisa que a Disney, mesmo com altos e baixos, sempre vai saber fazer. E ganhar dinheiro fazendo.

Avaliação: 3.5 de 5.

Lilo & Stitch chega nos cinemas nacionais em 22 de maio.

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Miguel Morales
Miguel Moraleshttp://www.arrobanerd.com.br
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