Shazam! Fúria dos Deuses | Crítica: Divertida, sequência aumenta a voltagem para tudo que deu certo no primeiro filme

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O primeiro Shazam!, lá de 2019, foi uma grata surpresa. Ao introduzir um personagem dos quadrinhos da DC relativamente não muito conhecido do grande público nos cinemas, o diretor David S. Sandberg conseguiu apresentar o super-herói Shazam para o mundo, e entregar um longa um pouco diferente do que vinha sido mostrado nos filmes da DC da época.

E o combo Billy Batson de Asher Angel no papel do adolescente que recebe os poderes de um mago ao gritar a palavra SHAZAM! e que vira um super herói adulto, aqui Zachary Levi, agradou e garantiu, no meio da turbulência que a DC sempre viveu nos cinemas, uma sequência.

Shazam
Foto: Warner Bros. Pictures. All Rights Reserved

E com Shazam! Fúria dos Deuses (Shazam! Fury of The Gods, 2023), Sandberg retorna no comando do longa e faz aquilo que qualquer sequência faz: eletrifica e aumenta a voltagem para tudo que deu certo no primeiro filme. E também tudo que deu errado, mas mais sobre isso lá em baixo. 

E Shazam! Fúria dos Deuses entrega uma história divertida, muito maior do que se espera para um filme de Shazam!, e que aposta nos elementos do primeiro filme para agora esses super-heróis em formação se aprofundarem em sua própria mitologia e nesse cantinho do mundo da DC que está cada dia mais fragmentado por conta das decisões corporativas que não tem nada haver com o longa em si. Até tem, mas vamos falar sobre isso, em um texto, com spoilers, separado desse. 

A grande pergunta que fica para os fãs da DC é: Shazam! Fúria dos Deuses é um filme que roda sozinho em sua própria maneira e um que se sustenta como uma produção cinematográfica com começo, meio e fim, e não um rocambole, um filme frankenstein, fruto de diversas regravações e interferências de executivos e tudo mais? 

Sim, Shazam! Fúria dos Deuses é um filme que entrega uma história sólida, que dá a chance para vermos mais desses personagens na telona, e que amplia nossa visão sobre o Universo da DC em que eles estão encaixados e tudo mais.

Ao se apoiar na mitologia dos Deuses, Shazam! Fúria dos Deuses mostra que o mundo que Billy Batson entrou quando aceitou os poderes é muito maior e cheio de detalhes, informações, e história do que ele, e os fãs, poderiam imaginar e que ainda existem muitas coisas que esse personagem e sua Shazamília não conhecem e precisam desvendar. 

E com isso, Shazam! Fúria dos Deuses se debruça em contextualizar como estão esses novos super-heróis depois dos eventos do primeiro filme, onde agora vemos que eles lutam contra o crime, e tentam salvar a cidade de catástrofes, mesmo que não é sempre que acertam e ganham o apelido de Fiascos da Filadélfia. O longa também precisa nos apresentar para as figuras vilanescas da vez, com a Filhas de Atlas (Lucy Liu, Rachel Zegler e Helen Mirren), e ainda mostrar que o trabalho de super-herói é muito mais difícil do que esses adolescente imaginam por conta das decisões complexas que precisam serem tomadas. 

Shazam
Foto: Warner Bros. Pictures. All Rights Reserved

Ao colocar Billy Batson contra essas Deusas, é como se tivéssemos a própria história de Hércules, o semideus roubado do Olimpo, que precisava se provar digno para voltar ao Reino dos Deuses. E aqui Billy Batson (Levi em sua forma de super herói, extremamente carismático) se questiona, lida com seus problemas e traumas de abandono, o peso de ter recebido esses poderes, e realmente, o que fazer com eles. E também sonhar com a Mulher-Maravilha.

E enquanto o roteiro estabelece a estrutura do longa, fica claro como a história vai se comportar e é muito interessante quando notamos o fato que Henry Gayden retorna para assumir o roteiro da sequência e aqui divide o crédito com Chris Morgan (que trabalhou na franquia Velozes e Furiosos). É com essa informação em mente que dá para tentar ter uma visão da figura como um todo que é Shazam! Fúria dos Deuses, por que ao mesmo tempo que o longa mantém sua marca de ser um longa extremamente divertido, com um humor certeiro e leve, Shazam! Fúria dos Deuses se mostra muito mais robusto como filme, com uma ousadia em suas cenas que o deixam um pouco mais diferente do que o seu antecessor foi e que apenas beneficia e muito essa sequência. Afinal, as crianças cresceram, os problemas mudaram, e o longa lida com isso de uma maneira extremamente interessante sem deixar de se manter dentro da proposta e do contexto que o primeiro longa apresentou.

As cenas de ação, principalmente quando as Filhas de Atlas, em busca de pegarem de volta os poderes de seu pai, o Deus Atlas (um dos Deuses que formam a palavra SHAZAM) roubados pelo Mago (Djimon Hounsou, com um destaque maior aqui) invadem, e soltam diversas criaturas mitológicas pela cidade, dão um gás para o filme depois de trabalhar intensamente na construção dessa mitologia na medida que a Shazamília investiga mais sobre essas três figuras mitológicas, e também são sacaneados por elas, sequestrados e tudo mais. Tudo é feito para a construção desse terceiro arco final e que realmente dita o tom do filme. 

Shazam
Foto: Warner Bros. Pictures. All Rights Reserved

E além de Levi que realmente conduz a sequência com um carisma impressionante, o ator Jack Dylan Grazer como Freddy Freeman também continua a ser um dos grandes destaques cômicos do longa, suas cenas tanto com o Mago de Hounsou, quanto com Anthea de Rachel Zegler (surpreendentemente em seu segundo longa metragem), são de longe as melhores do filme.

O mesmo vale para Lucy Liu que parece ter se divertido bastante como a vilã Kalypso e que garante com seu dragão azul um trabalho visual bem bacana para o filme. E claro, as figuras dos personagens da Shazamília, que sempre parecem que estão em maior número do que tem tempo em tela, mas a dupla Meagan Good e Faithe Herman sempre entregam os melhores diálogos e passagens como a espertinha Darla. Outro destaque vale para a dupla Jovan Armand e D.J. Cotrona que garantem para o jovem Pedro um arco bacana e de representatividade super válido. 

Assim, o longa tem humor, tem um toque de terror, tem canetas mágicas que se apoiam em uma única boa piada repetida, portas que viajam pelos cantos, cajados iluminados, participações especiais… e tudo isso agrega para Shazam! Fúria dos Deuses entregar uma sequência que se completa e que apresenta um novo capítulo para a história desses personagens. 

No final, Shazam! Fúria dos Deuses garante que merecidamente passamos mais tempo com esses personagens, mesmo que, às vezes, parece que merecemos passar mais tempo com eles e participar de novas aventuras. O futuro dirá se ouviremos novamente um bando de adolescentes gritarem Shazam! e se transformarem em super-heróis. Por enquanto tivemos duas entradas bem bacanas e que se sustentam sozinhas, então quem sabe, um dia não temos uma terceira, né? 

Avaliação: 3 de 5.

Onde assistir Shazam! Fúria dos Deuses?

Shazam! Fúria dos Deuses chega em sessões de pré-estreia pagas em 14 de março e em todo o circuito no dia 15.

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