InícioFilmesCríticasOperação Natal | Crítica: Vai para a lista nefasta?

Operação Natal | Crítica: Vai para a lista nefasta?

Blockbuster com The Rock e Chris Evans vai para a lista de bons filmes de Natal ou a nefasta? Nossa crítica de Operação Natal.

Convenhamos que, desde do começo, seja do anúncio, do elenco, e da trama, tudo que envolvia Operação Natal (Red One, 2024) meio que parecia que era ditado por uma inteligência artificial qualquer, que possivelmente alguém apertou alguns botões, gerou um tipo de pitch em Hollywood com dois nomes conhecidos no topo do pôster em um filme do gênero de Natal que foi revitalizado pelo streaming ao longo dos anos de pandemia.

E de certa forma, é meio que é isso sim, o que temos, e o que transparece termos, com Operação Natal. Afinal, é um longa de Natal, encomendado pela Amazon, que mesmo que o plano final seja querer bombar os assinantes do Prime Video, vai lançar esse antes os cinemas, e tem dois atores com um passado no Universo de super-heróis e que de certa forme tem cambaleado em projetos fora deles.

J.K. Simmons e Dwayne Johnson em cena de Operação Natal. Foto: Warner Bros. Pictures. All Rigths Reserved.

Mas também com todo esse pacote que Operação Natal se apresenta, faz um bem embrulhado, grande, e chamativo, ekm fica claro que a dupla recebeu uma nota para estar nele né? Sim, definitivamente, isso está para lá de claro, onde o Feliz Natal deles vem em formato de din-din, além da exposição, e a tentativa de fechar novos projetos, onde tudo isso vai acontecer independente de gostarmos ou não do filme, ou ter achado o longa bom ou não. 

Mas sendo assim, será que Operação Natal iria para a lista nefasta de produções do gênero? Aquelas produções de Natal que tentam beber da fonte do tema, mas que acabam por não entregarem nada de mais, e nem serem tão memoráveis para se tornarem um clássico para o período? Olha te falar que pelo ao contrário do que parece ser, Operação Natal faz um filme bem divertido, sim. Mas, talvez, também seja só isso.

Claro, o novo filme do diretor Jake Kasdan, que retorna para trabalhar com Dwayne Johnson, o The Rock, depois da parceria em Jumanji, não reinventa o gênero, não entrega nada de novo, mas cumpre seu papel em entreter, e isso, se dá muito pela dinâmica entre os personagens do ator (o chefe de operações e segurança do Polo Norte) e o personagem de Chris Evans (um caçador de recompensas frio, calculista e desbocado).

Fica claro de qualquer forma que Operação Natal é sim sustentado pelo carisma dos dois, mesmo que também eles não chegam a efetivamente sairem de suas zonas de conforto, também não decepcionam e acabam por entregar aquilo que é esperado para uma comédia de ação com dois personagens com personalidades opostas e jeitos opostos de se trabalharem.

Já é um clássico em Hollywood e que tem dado certo ao longo dos anos. E aqui em Operação Natal não foge a regra. O que temos é o típico filme de policial mau, policial bom, que se juntam a contragosto, precisam colocar suas diferenças de lado para resolverem a missão que o filme impõe (aqui encontrarem o Papai Noel que sumiu momentos antes do Natal acontecer) e quem sabe aprender uma lição um com o outro.

É um filme cheio de nomes conhecidos do grande público, mas fica claro que em Operação Natal, The Rock precisa dividir a atenção, e tempo de tela, apenas com um colega famoso, e não três como foi no outro mega projeto que o ator tinha, o Alerta Vermelho lá na Netflix alguns anos atrás (e que continua a ser o filme mais visto na plataforma) ao lado de Ryan Reynolds e Gal Gadot. A diferença agora é que Operação Natal chega primeiro nos cinemas, e faz um filme com The Rock ao centro, onde The Rock continua a ser The Rock, mas tem ao lado um Chris Evans que continua a fazer tudo para se livrar a aura Capitão América.

Operação Natal entrega uma premissa natalina interessante, envelopada numa história de ação acelerada que os roteiristas Chris Morgan (que trabalhou nos filmes de Velozes e Furiozes) e Hiram Garcia (produtor do filme e que trabalhou com The Rock nos filmes de Jumanji e de Velozes e Furiosos) não poupam esforços de colocar todo mundo envolvido em perseguições alucinantes, brigas cercadas de efeitos especiais e um mistériozinho para ser resolvido junto com os protagonistas sobre o desaparecimento do Papai Noel e quem é, ou quem são, os responsáveis pelo tal fato.

Mas como falamos parece que a dupla que cuidou do roteiro, bolou a trama, e precisou checar vários tiques do que precisam colocar num filme de ação, sabe? Quase como se fosse uma lista de Natal com tudo que eles precisavam para entregar esse projeto. Dá certo? Até que dá? Faz a diferença? Nem tanto. 

Afinal, é até bacana vermos esse novo mundo que se abre quando descobrimos que o Papai Noel (um ótimo J.K. Simmons), conhecido como Das Neves, é uma figura marombada que é tratado como se fosse o Presidente dos EUA (tem codinome, segurança particular e tudo mais) que administra uma operação gigantesca no Pólo Norte como se fosse uma grande fábrica, ao lado da Mamãe Noel (Bonnie Hunt em escalação que serve como uma bela homenagem para papéis anteriores da veterna) e seus diversos outros elfos e funcionários mágicos que circulam na base de operações mega tecnológica e com avançada.

O mais curioso é vermos a diretora de uma agência intergovernamental que lida com criaturas mitológicas, e aqui interpretada por Lucy Liu, falar as frases mais estranhas possíveis na maior naturalidade em tela e com uma cara séria. “Vou ter que ligar para os Presidentes, Reis e Rainhas de todo mundo para avisar a possibilidade de não termos Natal!” e que faz o Natal e toda a operação comandada por Das Neves e seu chefe de segurança Callum Drift (Johnson) ser prejudicada quando o bom velhinho desaparece.

Ao trazer para a realidade o faz de conta natalino, Operação Natal meio que brinca com a criança interior de cada um de nós, e quantifica e explica diversos questionamentos o tipo: Como o Papai Noel consegue entregar todos os presentes em uma noite? Como o Papai Noel entra em todas as casas? e etc etc e que claro que a Lista de pessoas boazinhas e de pessoas más e que não se comportam (chamada de Nefasta) aqui também faz parte do jogo.

E ao trazer, não só explicações lógicas e científicas, como também mostrar isso em cena, faz um aceno interessante para as outras produções de gênero. Mas é claro, que o grande presente fica com as cenas de Drift logo depois que o mercenário Jack O’Malley (Evans, em mais um bom pagamento no ano depois da participação em Deadpool & Wolverine na metade do ano) é obrigado a ajudar a achar o paradeiro do Papai Noel enquanto precisa lidar com seu filho Dylan (Wesley Kimmel) que ele não tem uma boa relação.

Chris Evans e Lucy Liu em cena de Operação Natal. Foto: Warner Bros. Pictures. All Rigths Reserved.

E na medida que Jack entre no mundo escondido do Natal, Operação Natal meio que dá umas piradas ao colocar Ursos de Natal gigantes como segurança, Bonecos de Neve do Mal para invadir praias, Ogros gigantescos viciados em brigas e tapas, Bruxas com planos terríveis e sombrios, Transmorfos, e passagens por diversos lugares e tribos na busca por pistas que envolvem o paradeiro do homem, do mito, da lenda do Natal. O roteiro, e o filme, dá uma inflada nessa parte, na medida que Operação Natal, já pensa em um universo que foi recém-apresentado e que pode criar uma nova propriedade intelectual a ser exploradora com uma mitologia adoidada que somos inseridos, com a revelação das histórias dos vilões Krampus (Kristofer Hivju por baixo de uma camada gigante de maquiagem) e Grýla (Kiernan Shipka surfando ainda na onda da série da Sabrina, sem dúvidas), e que claro acabam por termos algumas passagens que esticam o filme um pouco mais do que deveriam.

Genérico? Sim. Mas que não deixa de divertir com algumas frases e piadas ao brincar e trabalhar com diversos dos arquétipos natalinos que existem a milhares de anos e que aqui de certa tem um certo charme ao serem contados de uma nova forma. No final, o que temos com Operação Natal é o poder do combo de The Rock e Chris Evans que serve como as luzinhas de natal nessa grande, colorida, e cheia de efeitos especiais, árvore que acabamos por termos no filme.

Definitivamente entrega um filme deverá fazer um sucesso maior no streaming, seja por conta da história meio batidona ou por estar mais próximo das festas de final de ano e que ainda não estamos nela ainda, por ser começo de Novembro. Operação Natal meio que serve como um aquecimento para a época festivas, afinal, eu encarro quase como se fossemos comer uma entradinha, antes da ceia, sabe? É aquele momento quando você só dá uma forrada na barriga antes dos trabalhos começarem. E, que, às vezes, não tem nada de errado nisso. Por que todo mundo sabe que ninguém efetivamente liga para isso, e tá prestando atenção aos outros grandes lançamentos do mês de novembro, quer dizer, no grande banquete antes de dar 00h. Ou se você for daqueles que comem antes. É a mesma coisa.

Nota:

Operação Natal chega nos cinemas nacionais em 7 de novembro.


Miguel Morales
Miguel Moraleshttp://www.arrobanerd.com.br
Sempre posso ser visto lá no Twitter, onde falo sobre o que acontece na TV aberta, nas séries, no cinema, e claro outras besteiras.  Segue lá: twitter.com/mpmorales

Artigos Relacionados

Deixe uma resposta

Newsletter

Assine nossa Newsletter e receba todas as principais notícias e informações em seu email.

Mais Lidas

Últimas