Noite Infeliz | Crítica: Carisma de David Harbour garante divertidos momentos em filme de ação

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David Harbour como o Papai Noel que troca socos em vez de presentes. Não precisa de muito para falar o que o espectador pode esperar de Noite Infeliz (Violent Night, 2022).

Afinal, o longa de Natal é estrelado por um dos queridinhos de Hollywood que desapontou por conta do sucesso da série Stranger Things, onde aqui Harbour é o Bom Velhinho, ou melhor, um Velhinho que não é tão bom assim. O ator cria uma versão do Papai Noel que tem conflitos pessoais e morais, ele tem sangue nos olhos, ele gosta de encher a cara num bar na véspera de natal, e gosta gritar com as suas renas. 

Noite Infeliz
David Harbour e John Leguizamo em cena de Noite Infeliz.
Foto: © 2022 Universal Studios. All Rights Reserved.

E a trama aparentemente simples, garante que o espectador terá aquilo que foi prometido no material de divulgação e tudo mais. Na medida que uma família endinheirada se vê refém de um grupo de mercenários, caberá ao bom velhinho salvar o dia, ele mesmo, e também o Natal como um todo. A questão que Noite Infeliz apresenta é que o Noel de Harbour se vê muito sem esperança na humanidade, e de fazer todo ano a mesma trajetória e tudo mais, mas talvez seja o destino que o coloque na casa dos Lightstone, na noite gelada de Natal que o filme se passa e onde os membros dessa família se reúnem com a maior segurança possível, mais uma vez, para celebrar a data.

E o roteiro da dupla Pat Casey e Josh Miller (dos filmes em live-action do Sonic) consegue ambientar bem no começo em quem são os Lightstone e por que alguém iria querer os fazer de reféns e roubarem seu dinheiro. A matriarca linha-dura Gertrude (Beverly D’Angelo) tem acordos para lá de suspeitos e porventura tem em seu cofre uma quantidade de dinheiro gigante que mal caberia no saco do Papai Noel.

E com toda família reunida, a bebida é servida e a bajulação começa, principalmente dos filhos de Gertrude, como a socialite Alva (Edi Patterson), seu marido, um ator de filmes de ação Morgan (Cam Gigandet) que quer que a sogra patrocine seu filme, e ainda Jason (Alex Hassell) que tenta voltar com a esposa Linda (Alexis Louder) que leva a filha deles Trudy (Leah Brady) para passar as festas com a família do pai.

Ou seja, Noite Infeliz nos apresenta para uma comemoração que é igual a toda festa de natal retratada nos filmes do gênero. É como se estivéssemos em um Entre Facas e Segredos, mas sem um detetive espertinho, e um assasinato para resolver. E na medida que Noite Infeliz trabalha a dinâmica entre os filhos Lightstone, vemos que o Papai Noel vai ter um trabalho um pouco mais quando ele cai na casa, e a operação do chefão chamado de Scrooge (John Leguizamo, ótimo) encontra mais um obstáculo para superar durante esse assalto planejado com seu time mercenários, onde todos eles têm apelidos relacionados a data festiva. 

Assim, na medida que a família é reunida para as comemorações vemos que o Papai Noel vai ganhar uma aliada inesperada na figura da jovem Trudy, a jovem garotinha cheia de espírito que apenas torce para que seus pais, Jason e Linda, voltem a ficarem juntos, na medida que ela vai conseguir se esconder dos bandidos dentro da mansão da avó.

O arco de Trudy no filme é o que garante que Noite Infeliz siga seu lado mais Esqueceram de Mim, enquanto o Papai Noel persegue os bandidos que aparecem na sua lista de Crianças Malvadinhas. E acho que essa é a parte mais bacana de Noite Infeliz, viu?

Noite Infeliz
Alex Hassell, Beverly D’Angelo, Edi Patterson, Alexis Louder, Leah Brady e David Harbour em cena de Noite Infeliz.
Foto: Foto: © 2022 Universal Studios. All Rights Reserved.

É quando o longa presta essa homenagem para esse e outros clássicos de Natal que Noite Infeliz entrega os seus momentos mais espirituosos e que vemos a trama ficar mais animada, bem mais do que a parte de ação, onde temos o Papai Noel de Harbour sair na mão com os capangas.

Claro o diretor Tommy Wirkola consegue entregar nas diversas cenas que o filme se apresenta, boas passagens, e o uso do cenário, a mansão da família, para contar essa história é muito bem aproveitada, mesmo que alguns momentos a trama fique um pouco travada narrativamente falando, principalmente quando o Papai Noel consegue efetivamente acabar com os bandidos um por um, e o filme entrega uma reviravolta em sua história na medida que encaminha para os momentos finais. 

Mas isso não deixa que Noite Infeliz saiba trabalhar bem com o que tem em mãos e entrega um divertido longa de Natal com bastante ação, e claro, acaba por nos entregar de presente a presença carismática e marcante de Harbour que realmente viu esse papel cair como uma luva, ou como um gorro de natal, para ele, que aqui dá o seu melhor e garante que o filme tenha um charme próprio e realmente nossa faça ficar empolgados em suas quase 2 horas.

Avaliação: 3.5 de 5.

Noite Infeliz chega em 1º de dezembro nos cinemas.

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