Mansão Mal-Assombrada | Crítica: Longa diverte mais que assusta

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Uma das vertentes da área de live-action da Disney nos últimos anos sempre foi lançar filmes que promovessem as atrações dos parques da empresa. Criar aquela sinergia entre os produtos sabe?. Claro, as adaptações em live-action das animações sempre foram as jóias da coroa da divisão, mas essas produções sempre tiveram um espaço no calendário do estúdio ao lado de Star Wars, Marvel e Pixar.

Foi assim com o mega hit Piratas do Caribe que criou uma franquia bilionária, o não tão bem recebido Tomorrowland, Jungle Cruise (lançado na pandemia e na polêmica do Premier Access), e agora, a divisão tenta tomar um fôlego, com Mansão Mal-Assombrada (Haunted Mansion, 2023). 

 Chase Dillon e Rosario Dawson em cena do novo Mansão Mal-Assombrada.
Foto: Photo courtesy of Disney. © 2023 Disney Enterprises, Inc. All Rights Reserved.

Claro, a versão de 2023 sempre será assombrada pela versão 2003, um clássico da sessão da tarde estrelado pelo icônico Eddie Murphy, mas acho que esse novo Mansão Mal-Assombrada também tem seus méritos e acerta ao entregar uma história atualizada, mais robusta, e que diverte mais que assusta mesmo que talvez seja a ambientação fantasmagórica o que marca o novo longa.

E fora o elenco que está muito bem aqui e realmente ajuda o longa a deslanchar e tentar sair um pouco das sombras do filme anterior. E os nomes envolvidos aqui em Mansão Mal-Assombrada são o que chamam a atenção, definitivamente. Da hilária e estridente Tiffany Haddish como uma médium, com ares de trambiqueira, Owen Wilson como um Padre descolado, até Danny DeVito com um professor excêntrico e até mesmo o ator mirim Chase Dillon que esbanja caras e bocas.

Todos eles estão muito bem. E claro, o longa ainda se beneficia da veterana Jamie Lee Curtis como Madame Liotta, logo após levar o Oscar, como uma médium que fica presa em uma bola de vidro com fumaça azul.

E a história aqui do longa de 2023 continua a mesma de antes e possivelmente bem parecida da atração dos parques. Em Mansão Mal-Assombrada, temos uma família se muda para uma casa gigante no meio do nada e precisa lidar com os fantasmas que vivem no lugar e que aparecem na madrugada para dar um oi e causar um pouco de confusão.

Só que aqui, o que temos é uma ameaça que vem de outra dimensão que capitaliza em cima das dores e do luto desses personagens. E não só de Gabbie (Rosario Dawson) e do seu filho Travis (Chase Dillon), como também de Ben Matthias (LaKeith Stanfield) um cara que em busca de um trocado aceita investigar o que rola no casarão antigo comprado pela médica que vem de Nova York para a região de Nova Orleans com o filho em busca de um novo começo após a morte do marido.

E Matthias também tem suas questões, que são apresentadas no longa, depois que viu sua noiva morrer e agora trabalha como guia na cidade mais assombrada dos EUA. Assim, Mansão Mal-Assombrada diverte sim, cria essa ambientação super convidativa, mas também reune esse trio principal para discutir o luto e como lidar com a perda de um ente querido de uma forma extremamente interessante, sem perder a aura filme da Disney. 

Owen Wilson, Rosario Dawson, LaKeith Stanfield, Tiffany Haddish as Harriet, e Danny DeVito em cena de Mansão Mal-Assombrada.
Foto: Photo courtesy of Disney. © 2023 Disney Enterprises, Inc. All Rights Reserved.

E na medida que Matthias reúne esses “especialistas” para tentarem desvendar os mistérios que assombra esse casarão isolado, Mansão Mal-Assombrada navega entre a comédia e o drama, e seus atores mostram para que vieram na medida que investigam as origens da casa, o passado dos antigos donos, e também a ameaça sobrenatural que ronda o lugar e dá medo nos próprios fantasmas.

E assim, entre uma participação especial aqui, e outra ali, e de alguém que já viu os fantasmas se divertirem em sua própria casa isolada, vemos os personagens precisarem lidar com esse fantasma poderoso (voz de Jared Leto no original), onde o longa parte para um lado mais investigativo, quase como se tivesse colocado esses personagens em um escape room, onde eles reúnem as pistas para tentarem fazer com que o mundo das almas não se junte ao mundo real.

Os efeitos especiais não são os dos melhores, confesso, mas acho que isso é feito propositalmente para deixar o longa com uma cara de filme dos anos 2000 e realmente trazer essa memória afetiva do longa. Talvez para o público americano, que é mais familiarizado com a atração, funcione melhor, afinal, o público brasileiro só tem o longa de Eddie Murphy como base mesmo.

Mas como um filme de férias, Mansão Mal-Assombrada deve fazer realmente um maior sucesso na época do Halloween, mas aqui, agora, lançado nos cinemas, cumpre seu papel e não deixa de empolgar e divertir. E muito isso por conta do elenco que aqui realmente rouba as cenas e estão assustadoramente, e surpreendentemente, muito bem. 

Onde assistir Mansão Mal-Assombrada?

Avaliação: 3 de 5.

Mansão Mal-Assombrada chega em 27 de julho nos cinemas.

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