quarta-feira, 11 dezembro, 2024
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Wicked | Crítica: Definitivamente um filme que vai ser POPULAR!

Wicked, talvez, seja o que 2024 tenha de mais próximo de conseguir replicar o que tivemos no ano passado com Barbie. Nem falando tanto em bilheteria, mesmo que seria o sonho (e a meta) da Universal Pictures do longa atingir US$ 1 bilhão global, mas, no quesito do impacto cultural que o outro longa teve.

Afinal, se a invasão rosa de Barbie meio que firmou o projeto baseado na lendária boneca como último grande filme que estreou antes das greves em Hollywood em 2023, a invasão rosa (e verde) que o longa da Universal Pictures propõe, talvez, meio que sirva como uma continuação da retomada, pós verão americano que só entregou 2 sucessos, já que boa parte do calendário foi prejudicada com os poucos lançamentos de grandes filmes, os chamados blockbusters, em 2024.

Cynthia Erivo em cena de Wicked. Foto: © Universal Studios. All Rights Reserved.

Anunciado há anos, e com uma produção que também levou um tempo para começar e depois para acabar – o diretor Jon M. Chu e o elenco gravaram os dois filmes de uma vez, sim, são duas partes, – Wicked vem no rastro de uma sequência de montagens na Broadway (e em diversos outros países), sim, é um musical, de sucesso, que conta uma história que marcou gerações e tem uma legião de fãs que definitivamente encarram o longa como um evento imperdível.

Mas será que só esse nicho consegue movimentar e fazer a ida ao cinema um grande evento igual Barbie foi? Com o longa prestes a estrear, milhões pagos em divulgação, a grande pergunta que fica é: será que Wicked consegue chegar nos cinemas, vindo pelo ar igual a bolha de Glinda, a Bruxa Boa, para estourar a mesma, e se tornar mainstream? Ou seja, atrair um público fora do eixo de musicais? Tipo nível Frozen ou até mesmo Moana que vê a sequência chegar (atropelar) com apenas alguns dias de diferença depois explodir no streaming?

Tendo visto o filme, sim, acredito que Wicked, sim, definitivamente, será um filme que vai ser POPULAR nesse final de ano nos cinemas. Afinal, o que o diretor Jon M. Chu faz, e entrega, com o filme é um trabalho monumental e que realmente faz valer todas as 2h40 min que passamos dentro da sala de cinema.

E não tem outra palavra para descrever o filme, a não ser, impecável, onde Wicked acaba por ser *a* adaptação de um musical para os cinemas. Tudo que existiu antes de Wicked, existiu, agora, e isso vale, até mesmo para a parte 2, vai precisar superar a régua que Chu colocou com esse filme. Vindo de produções como Em Um Bairro de Nova York (2021) e Podres de Ricos (2018), Chu eleva o sarrafo em o que se pode fazer com uma história do escopo, e nível, que Wicked apresenta, onde o diretor entregue, e amadurece também no cargo, elevando tudo que apresentou nos dois filmes anteriores.

Dos figurinos extremamente caprichados, para os cenários, criados boa parte de forma prática, para a ambientação, tudo acaba por ser uma experiência imersiva e cheia de detalhes que você fica a procurar e tentar prestar atenção em tudo enquanto as personagens cantam, dançam, encantam e te convidam para entrar no mundinho Wicked.

E se tudo ao redor ajuda, Wicked ainda é comandado pelas talentosas Cynthia Erivo e Ariana Grande. Que Erivo seguraria o rojão para dar conta do papel da bruxa Elphaba, de cantar, fazer as piruetas, dançar e principalmente entregar boas cenas de drama era uma coisa já de esperar, afinal, a atriz britânica praticamente é uma EGOT (aquele raro tipo de profissional, apenas 19 pessoas na história, que conseguiu conquistar todos os maiores, e principais, prêmios do mundo), mas a grande preocupação entre os fãs era a figura de Grande que parecia ser uma aposta arriscada para interpretar Galinda, ou Glinda, dependendo de quanto você conhece da história.

E aqui, assim como quase tudo em Wicked, que apostou no grandioso, Grande entrega uma, por perdão do trocadilho, grande atuação, sem dúvidas. É um papel difícil, que navega entre ser extremamente cômico, mas, ao mesmo tempo, dentro do mesmo tom, onde Grande comanda essa bruxa meio garota malvada, meio inocente, com uma presença cativante e esvoaçante em tela. Top, Top, bate-cabelo.

Voltando em Barbie, sinto que o Barbie e Ken de 2024 fica com Elphaba e Galinda, afinal, Erivo, assim como Margot Robbie, foi a escalação perfeita para um papel perfeito do olhar marcante para os trejeitos contidos que ajudam a contar esse grande “coming of age” para a personagem. Já Grande, assim como Ryan Gosling, surpreende e acerta por demais o timing cômico, e também nos os olhares arregalados, os trejeitos mais afetados e tudo mais.

E as duas estão completamente carismáticas e divertidas juntas. Em What is this Feeling? a dupla realmente entrega um dueto divertido e bastante colorido de se assistir na medida que cantam sobre tudo aquilo que dá ódio uma na outra. E separadas, as duas também entregam, bons momentos. Seja Erivo com The Wizard and I em que vemos Elphaba cantar as possibilidades que frequentar Shiz pode dar para ela (principalmente conhecer o Mágico) e Grande com Popular que reflete um pouco da personagem e garante boas notas para a cantora transformada em atriz.

E se a trama avança de uma forma um pouco rápida para conseguir para apresentar toda a história, personagens e universo, o tom musical do filme é o que é mais acertado, afinal, todos esses momentos preparam o espectador para o poderoso impacto que Defying Gravity tem lá nos momentos finais e que fecham a parte 1 na maior nota possível.

Ariana Grande em cena de Wicked. Foto: © Universal Studios. All Rights Reserved.

E de certa forma, todo mundo envolvido em Wicked está bem, já que Chu fez questão de rodear as protagonistas com um elenco escolhido a dedo.  Da vencedora do Oscar Michelle Yeoh como a ardilosa Madame Morrible, a Diretora da Universidade Shiz, onde boa parte da trama se passa, para Jeff Goldblum que está bem sim, mesmo que empresta sua personalidade particular como Jeff Goldblum para ser o Mágico de Oz, para o novo astro em ascensão em Hollywood, Jonathan Bailey que entrega finalmente um Fiyero (um príncipe meio deslumbrado e deslumbrante das terras de Oz) interessante e uma nova roupagem para Dancing Through Life que é liderada pelo ator muito bem, e faz, sem dúvidas, um dos ápices do filme.

E como falei, basicamente todo o elenco, até os coadjuvantes como Ethan Slater como estudante Boq, Marissa Bode como a irmã de Elphaba, Nessarose que ganhará mais destaque na parte 2 e Bowen Yang como um dos estudantes de Shiz. É como se Chu, ao entregar momentos musicais incrivelmente bem executados, criasse um furacão perfeito, e derrubasse uma casa em nossas cabeças. Das referências, seja com objetos, frases, sombras e luzes, que remetem para O Mágico de Oz, lá em 1939, para homenagens para a peça da Broadway que deu origem ao filme, tudo pareceu ser pensado e feito com uma preocupação gigante com detalhes.

Ao expandir o que sabemos sobre esses personagens, e conseguir transportar a linguagem de peça para uma linguagem cinematográfica, Chu acerta, e muito, com o filme e com a mensagem que há anos Wicked quer transmitir. Afinal, o longa continua a bater na tecla de sempre, onde o que temos aqui é ainda a história dessas duas personagens, figuras completamente opostas, e que descobrem que podem ser amigas, confidentes, mas que depois se veem presas na série de conspirações e segredos que podem acabar com tudo que elas, e a população de Oz, acredita.

Ao trabalhar esses temas universais, no meio dessa história extremamente musical e bonita de ser vista na telona, Wicked entrega um dos filmes mais interessantes do ano. E nas palavras de Galinda, “todo mundo se junte aqui eu tenho um anúncio!” : sim, Wicked será um filme extremamente popular nesse final de ano. E boas notícias, a Bruxa Má do Oeste está morta, e ninguém precisa sofrer e lamentar pela bruxa, afinal, a parte 2 vem aí para encerrar essa história. 

Nota:

Wicked chega com sessões antecipadas no dia 19 e no circuito comercial no dia 22 de novembro.


Miguel Morales
Miguel Moraleshttp://www.arrobanerd.com.br
Sempre posso ser visto lá no Twitter, onde falo sobre o que acontece na TV aberta, nas séries, no cinema, e claro outras besteiras.  Segue lá: twitter.com/mpmorales

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