Diretamente de Comuniverso falamos com os dubladores da animação Elio!
O novo filme da Pixar, em cartaz nos cinemas nacionais, acompanha um jovem garotinho chamado Elio (voz de Yonas Kibreab no original) que é erroneamente identificado como o chefe da Terra, ele vai precisar fazer amizades com excêntricas criaturas alien, navegar uma crise intergalática, e de uma forma também descobrir o seu lugar no mundo, quer dizer, na galáxia.
O longa é dirigido por novas vozes dentro do estúdio como Madeline Sharafian (do curta Burrow), Domee Schi (de Bao e Red – Crescer é Uma Fera) e também Adriana Molina (co-roteirista e co-diretor de A Vida é Uma Festa).
Completam o elenco de vozes ainda a atriz Zoe Saldaña como Tia Olga, Remy Edgerly como Glordon, Brad Garrett como Lord Grigon, Janela Jamil como a Embaixadora Questa e também Shirley Henderson como OOOOO.

No Brasil, o time de dubladores é formado por Marcio Marconato como o Embaixador Helix, Juliana Paiva como Olga Sólis, Zeca Rodrigues como Lorde Grigon e como a Embaixadora Questa.
O grupo bateu um papo com o ArrobaNerd e outros jornalistas e contou algumas curiosidades de bastidores sobre a dublagem do longa. Confira:
Disney anuncia elenco de dubladores para animação Elio; Juliana Paiva será voz da Tia Olga
Juliana, quais foram os desafios de dublar essa outra língua que o filme tem, criada por Elio, que é uma totalmente inventada?
Juliana Paiva: Foi a coisa mais difícil de fazer. Meu Deus do céu, o Elioês que é esse idioma já como se fosse a língua do Pê que foi criada entre Elio e os pais dele e Olga se esmera. Mas no final surpreende mostrando do tamanho da importância dele na vida dela, que a fez aprender a falar Elioês né? E para se comunicar com esse coraçãozinho aí do sobrinho.
É, foi muito difícil, acho que foi a coisa que eu mais repeti para gravar. O Thiago Longo, nosso diretor, ficou tentando me passar, falei: “Mas ela ela não sabe ainda direito, a gente pode errar, fica engraçado”. E é legal que ela erra a mensagem, né? Tem até essa brincadeira, na cena, dela quando fala uma coisa que não tem nada a ver. Sorvete, é capacete, enfim. Mas foi muito divertido, assim, foi engraçado, eu acho que eu sonhei até com isso depois, de tanto que a gente ficasse esmerando para fazer.
Mas eu acho que é uma é um uma cerejinha do bolo ali na relação dos dois, né? Depois desse resgate dele, ela mostra que ela quer fazer parte do universo do Elio. Então, até Elioês e ela aprendeu a falar.

Segundo a pergunta anterior, queria saber aí da Júlia, do Zeca, do Marcio. Os personagens alienígenas, os embaixadores, eles têm muitos sons, né? Barulhos bastante característicos, além do diálogo propriamente dito. É mais fácil ou mais difícil fazer esse som do que falar as linhas do texto para vocês?
Júlia Ribas: Então, dependendo do som que o personagem faz e que vem para gente, não chegamos a dublar né? Então, é mais uma coisa que vem da ME [Masterização e Edição, ou seja o processo que envolve a mixagem do áudio, das vozes, músicas e efeitos sonoros] próprio filme.
Fazemos todos os sonos que vem da boca e que fala a língua deles. Então, eu, particularmente tive uma facilidade, apesar de estar com o coração acelerado por ser Disney e Pixar. Mas [a Embaixadora Questa] não tem boca. Ela tem esses tentáculos. Então é uma das dificuldades da dublagem é bater a boca né? É fazer tudo que o personagem tá falando, as vozes. E ela não tem isso, então teve essa facilidade.
Então a gente teve que entrar na energia do personagem e na voz desse personagem né? Então, essa essa é a dificuldade, mas os sons particularmente particularmente a gente acaba, muitos deles, a gente acaba não fazendo.
Marcio Marconato: Como a Júlia falou, só fazemos os sons que são seguidos de fala, né? Quando são sons isoladamente assim, eles são retirados do original, né, do filme.
Zeca Rodrigues: É, a ME resolve bastante coisa pra gente, graças a Deus. Mas o [Lorde] Grigon, ele grita bastante, né, como vocês que assistiram ao filme, viram. Mas de fato, sons mais estranhos, eu não, eu não me lembro do Grigon ter ter feito. Mas amém, ME. [Risos]

Queríamos saber se na dublagem vocês sentiram algo assim desse peso especial de ser um filme da Pixar?
Juliana Paiva: Eu senti não só o peso, mas foi a realização de um sonho realmente, eu tinha muita vontade de dublar. É, sou apaixonada por desenho, principalmente pelos filmes da Disney e Pixar. É, aprendi muito com vários deles, tenho muita lembrança afetiva de música, de desenhos, de histórias, de mensagem.
Então, fiquei muito feliz, muito feliz de estar vivendo essa oportunidade, ainda mais se tratando de Elio, que é um filme com mensagens lindas, Olga uma personagem super profunda com várias camadas, Elio tem uma configuração de família possível e não óbvia e, eu tô muito muito encantada com o universo da dublagem, já falei isso com os meus colegas aqui, como é difícil o o desafio de interpretar sem a troca de um parceiro de cena, né? […] É, mas também sabendo da responsabilidade que aquilo dali vai ficar no registro de muitas crianças e que elas eles vão criar uma memória afetiva através daquele trabalho. Então, é, não é o peso, é o sonho.
Eu fiquei muito assim chegando no Comuniverso, sabe? Eles [os outros dubladores] já são experts e eu só tava assim: como é que funciona as coisas por aqui? [Risos] Quero fazer mais vezes.
Júlia Ribas: Para mim foi super gostoso de de dublar a Quessa. Eu já tinha feito a a Jim na Produção de Sonhos, só que não foi para o cinema, né? É da Pixar também. E é é sempre uma responsabilidade muito grande, né? Porque é uma produção muito linda, muito bem feita. sempre muito gostoso, uma responsabilidade enorme, mas foi foi muito legal.
Marcio Marconato: Eu não vejo como um peso, e sim, como alguma coisa muito gratificante. Porque a Pixar ela sempre traz histórias muito humanas, histórias muito divertidas e e é sempre muito bom fazer.
Então, quando eu fui chamado para o teste para fazer o Helix, eu já fiz outros, desenhos da Pixar também, né? Já tive em Soul, já tive no Viva: A Vida é uma festa, no Elementos. Então, é sempre muito, eu sempre fico muito feliz quando eu recebo um convite para fazer um teste.
E sempre torço para dar muito certo porque é sempre muito gostoso fazer um um filme da Pixar, né? Justamente por tudo isso que eles que eles apresentam, né? Por essa visão humana.
Zeca Rodrigues: E quando calha de pegar um um filme desse você fala: “Hum, que bom que eu peguei esse”. Sabe? É, é muito louco. E o Grigon ainda? Eu sou defensor brutal do Grigon. Que é maravilhoso. É apenas maravilhoso.
Queríamos saber um pouquinho de vocês, sobre a conexão com a história, se teve alguma cena que mexeu com vocês e que vocês vão levar assim para o resto da vida?
Júlia Ribas: Olha, para mim, final de filme é sempre emocionante, né? E a embaixadora Questa é responsável por uma fala muito linda e que me tocou muito. Não sei se eu falo aqui porque também é trazer um spoiler do final, né?
Mas tirando essa parte emocionante, essa cena emocionante do final que eu me identifiquei muito, e eu me identifiquei muito com toda a mensagem do filme. E eu sempre me divirto dublado as produções que eu faço, mas teve uma cena em especial, em que o Elio tá numa nave e ele vai batendo nos lugares, e eles tentam ajudar ela. E como a Questa é intuitiva, e ela lê mentes, ela tenta ajudar ele de alguma forma. Então eu achei essa cena muito divertida. Que é para darmos risadas. Só que você tem que gravar e tem tá sério. E naquele momento, você não pode, claro, dar risada né? Mas essa foi uma das cenas que eu me diverti muito gravando.
Juliana Paiva: É, para mim, como tia Olga, tem vários momentos, vários momentos. Eu acho que é degrau a degrau. Tem uma discussão dos dois, [Elio e Olga] antes dele ser enviado para o acampamento, que é onde vai acontecer, né, dele ser abduzido, que ela fala: “O seu lugar é aqui na Terra!” e dói para para ela escutar a dele de volta: “Você não me quer.” e ela: “Claro que eu quero, a gente é família.”
Então foi como acessar esse relacionamento com uma dor ali de um luto, né? Com tantas barreiras sobre aquela relação.
Então, acho que é eu eu destaco esse momento e destaco depois o o reencontro na praia, que eu acho que é ele já com com saudade. […] E ele começa a se perguntar: “Será que o problema sou eu, então?” E aí ela tá doida para reencontrar esse esse sobrinho, eles têm aquele encontro bonito da praia que ela fala: “O que eu mais quero é você”. Não me importa mais nada. Tudo, o planejamento de carreira, de vida e tal. Tudo ficou pequeno desde que ele chegou e eu vou me dedicar para essa relação dar certo, né?
Marcio Marconato: É realmente, o momento final é muito bonitinho mesmo. Quando o Elio festeja junto com todos os os outros seres do Comuniverso, né? E a Tia Olga fica olhando aquela cena e é tão engraçado assim, o Elio comemorando com aquelas criaturas, sendo ele mesmo, e parece tão entregue aquilo. E acho que para passa pela tia Olga, né, do tipo, eu acho que ele não vai voltar comigo, ele vai ficar aqui, né? E aí aquilo, assim, te dá um nó, você fala: “Nossa, é isso mesmo, né”? Mas não, e e assim, me chama um pouco a atenção, eu que faço o Helix, né? E assim, e existe uma aceitação daquilo de uma maneira muito natural, né? Ah, então tá, então você vai voltar, tudo bem, né? Da mesma maneira que acolheram ele, você pode ir, né? Mas aí, você entende também que a questão do do amar também é abrir mão, né?
Zeca Rodrigues: O filme tem grandes momentos. Tem muita camada, muita mensagem. Já começa com com o Elio em luto, em luto completo embaixo de uma mesa. Não quer comer, não quer nada. Ele só quer ficar com ele. […] Então, ele tenta se esconder onde ele encontra algum vestígio de espaço.
Quando a tia, encontra com ele e tal. Então são diversos momentos, o momento de quando eles estão indo até o Comuniverso que é aquele momento do da barreira de asteroides, que é fenomenal, que é fenomenal, que existe uma união mundial para que aquilo aconteça, sabe? Esse filme, ele é fenomenal. para mim, ele é fenomenal.
Nossa crítica de Elio aqui. Elio | Crítica: No espaço todo mundo vai te ouvir gritar: Que fofo!
Elio está em cartaz nos cinemas nacionais.