Bem-Vindos Ao Clube da Sedução | Crítica: Kumail Nanjiani dá show em viciante minissérie

Em Bem-Vindos Ao Clube da Sedução, Kumail Nanjiani dá show de atuação em viciante minissérie de true crime sobre boate de dançarinos.

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Atenção leitores, um aviso: Bem-Vindos Ao Clube da Sedução! A nova atração do Star+ não só entrega uma espalhafatosa e viciante história de um crime real, e que realmente aconteceu, sobre a famosa boate de dançarinos americana, como também garante que temos um show de atuação do seu elenco, liderado pelo ator Kumail Nanjiani visto em Eternos. 

A história do clube Chippendales é uma que marcou os noticiários americanos, desde de sua ascensão lá pelo final dos anos 80 e início dos anos 90 e depois pelos casos de assassinatos que envolvem os funcionários do local que revolucionou o mercado adulto no país.

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Kumail Nanjiani em cena de Bem-Vindos Ao Clube da Sedução.
Foto: Erin Simkin/ HULU – © 2022 Hulu

Do mesmo criador de outra minissérie da plataforma que contou com detalhes acontecimentos de época com temática parecida, o produtor Robert Siegel agora entrega com Bem-Vindos Ao Clube da Sedução uma história de cobiça, ambição e muita ostentação que vai garantir bons momentos nos seus primeiros episódios na medida que conhecemos mais sobre como a casa dos dançarinos mais conhecidas dos EUA foi construída e como egos feridos colocaram tudo a perder. 

E o trabalho de recriação da época que Bem-Vindos Ao Clube da Sedução entrega, assim como foi em Pam & Tommy, é fenomenal. Dos cabelos, aos figurinos, até mesmo da criação dos cenários, Bem-Vindos ao Clube da Sedução é um visualmente caprichado conto sobre um sonho americano que deu um pouco errado (tá, bastante errado), mas até quando estava dando certo, foi um dos maiores casos de empreendedorismo na indústria.

E o que temos é uma série divertida, exagerada, e que cai como uma luva (ou seria uma sunguinha ?) para a proposta e a história que ela quer contar. E Kumail Nanjiani esbanja talento e realmente vende esse projeto como ninguém como o tímido Somen “Steve” Banerjee, filho de indianos que larga o trabalho em um posto de gasolina nos EUA para criar um negócio próprio e se torna um implacável homem de negócios. É a história de origem de mocinho, e lá na frente, de vilão em que Nanjiani está muito bem aqui. O ator navega pelo arco narrativo dessa figura e consegue mostrar as diversas facetas que o faz de uma pessoa em busca sonho americano, e aqui mostrado através dos olhos de um imigrante, para um homem que fará de tudo para manter seu legado e aquilo que arduamente construiu.

Mas no começo Bem-Vindos Ao Clube da Sedução corre um pouco em sua história para mostrar como Banerjee chegou lá e o que seria um clube qualquer, mais um dentro das várias ofertas que Hollywood oferece, se torna um lugar elegante e exclusivo (que dá título para o primeiro episódio). Com a ajuda de uma coelhinha da Playboy da época, a modelo Dorothy (Nicola Peltz) e seu namorado 171, Paul (Dan Stevens muito bem escalado), Banerjee vê a oportunidade para transformação desse local para um clube de dançarinos para o público feminino. Logo no primeiro episódio vemos que esse é pontapé inicial para tornar o Chippendales, o lugar dos sonhos do esforçado Steve, e principalmente, na medida que o lugar abre e precisa de diferencial, seu proprietário se vê atraído pela ideia de trazer um coreógrafo profissional Nick de Noia (um ótimo Murray Bartlett e valendo todo seu star power pós ter vencido o Emmy) para criar rotinas de dança e assim fazer o público voltar mais vezes.

Annaleigh Ashford e Kumail Nanjiani em cena de Bem-Vindos Ao Clube da Sedução.
Foto: Erin Simkin/ HULU – © 2022 Hulu

A criação de Chippendales continua na medida que Banerjee acha em Irene (Annaleigh Ashford, muito bem e maravilhosamente bem escalada) uma parceira, tanto amorosa e que gosta das mesmas coisas que ele, quanto de negócios e que entende de números, e também com a chegada de uma mulher que frequenta o local depois que ele cai no gosto popular e que os ajuda com os figurinos chamada Denise (Juliette Lewis, hilária). Assim, Bem-Vindos Ao Clube da Sedução entrega esse mix de gêneros, sobre ser uma série sobre a criação desse lugar para depois vermos a trama oscilar para uma coisa mais amalucada, onde os episódios se encaminham para situações e tramas mais surreais na medida que esse grupo central de personagens vão por saborear o poder, a fama, e o dinheiro que vem com o sucesso da casa.

A chegada do faz tudo Ray (Robin de Jesús) mostra o quão a história ficará cada vez mais intensa e imprevisível na medida que os conflitos, principalmente entre Nick e Steve se intensificam, e de colegas de trabalho, eles passam a serem rivais, e um manda matar o outro. Baseado no livro Deadly Dance: The Chippendales Murders que compilou os acontecimentos reais, o seriado nos entrega uma retração caprichada da época, onde como principal destaque as ótimas atuações de Nanjiani e Barlett que vendem essa rixa como ninguém.

Nanjiani entrega momentos intensos ao longo dos episódios e Barlett realmente se mostra ser um dos atores mais interessantes em Hollywood no momento. Aliás, todo o elenco principal tem seus momentos, sem dúvidas. Ashford entrega boas passagens ao lado de Lewis, principalmente no episódio que suas personagens vão juntas para uma festa das garotas.

Murray Bartlett e Quentin Plair em cena de Bem-Vindos Ao Clube da Sedução.
Foto: Lara Solanki/ HULU – © 2022 Hulu

E o seriado não deixa também de mostrar o lado mais selvagem dessa vida que seduziu essas pessoas que buscavam um espaço no mundo do entretenimento e de se mostram competentes naquilo que fazem, onde a história vai por ganhar um ritmo cada vez mais interessante na medida que os eventos e as situações vão por acontecer, e tudo isso é mostrado, entre números de striptease e frequentadoras gritando alucinadamente a cada show feito pelos dançarinos com apenas gravatas, abotoaduras, e, às vezes, calças que saem do corpo com facilidade.

Os comentários sociais sobre a questão, e o tabu desse tipo de empreendimento na sociedade conservadora são muito interessantes, mesmo que diluídos no novelesco rumo que Bem-Vindos Ao Clube da Sedução toma para contar sua história. O mesmo é válido para as questões raciais e que dominam a história na medida que o dançarino Otis (Quentin Plair) se vê no fogo cruzado entre Nick e Steve.

No final, Bem-Vindos Ao Clube da Sedução entrega uma história que seduz e empolga por todos os fatores que a fazem ser uma história das chamadas “true crime” que seduzem e empolgam. É como chacoalhar um objeto brilhante nos olhos do espectador, claro que a atenção será toda dela, mesmo como que diria o ditado nem tudo que reluz é ouro. 

Bem-Vindos Ao Clube da Sedução chega com 2 episódios no dia 22 de novembro e depois episódios semanais todas às Terças-Feiras no Star+.

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