Venom: Tempo de Carnificina | Crítica: Tom Hardy retorna para uma nova e divertida aventura Marvel com uma pitada de bromance

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Logo de cara afirmo que Venom: Tempo de Carnificina (Venom: Let There Be Carnage, 2021) é tudo que se espera de uma sequência de uma produção Marvel adjacente com um personagem secundário do Universo Homem-Aranha: diversão descompromissada com um pouco de caos e muita piração envolvida.

E aqui, antes de mais, afirmo também que essa combinação explosiva funciona sim. Venom: Tempo de Carnificina é o Cenas de Um Casamento de 2021, esqueça a nova adaptação na HBOMax, o que temos na sequência um grande “vamos discutir a nossa relação” no meio de bombas, raves e explosões em Igrejas. Venom: Tempo de Carnificina não só faz uma divertida aventura Marvel (em parceria com a Sony como o estúdio sempre lembra) como também entrega uma das comédias românticas mais involuntárias dos últimos tempos.

Ao colocar humano e simbiose para discutir a relação, a roteirista Kelly Marcel e Tom Hardy (que recebe créditos de roteirista além de produtor) nos entregam um filme que vai a fundo em trabalhar o relacionamento entre o jornalista Eddie Brock e o alien desbocado Venom que desde de então dividem o mesmo corpo. O hóspede e o hospedeiro continuam sua relação tumultuada que foi apresentada no primeiro filme (o mega sucesso de bilheteira, numa época onde filmes chegam na casa do bilhão facilmente, nota do editor: Venom de 2018 fez mais de US$ 850 milhões ao redor do mundo)  e aqui, se vem em mais uma crise de como os dois vão se comportar com esse mesmo corpo.

Tom Hardy em cena de Venom: Tempo de Carnificina
Foto: Sony Pictures

De um lado Eddie (Hardy, novamente muito bem) vê a chance de retornar sua carreira na medida que um serial killer notório Cletus Kasady (Woody Harrelson, também muito bem no papel),  resolve contar algumas coisas para o jornalista que nenhum policial conseguiu tirar do assassino. E por outro lado, Venom já não aguenta mais a regra “Não matar ninguém” e viver de cérebros de galinhas (olá Sonny e Cher) e chocolates. Os dois lados vivem por apresentar seu caso para o público, logo no começo do filme, até que eles acham que podem viver separados uns dos outros. Todos os problemas sobre o simbionte vivem fora do corpo de um hospedeiro, e tudo que foi apresentado no filme 1 parece que puf desapareceram tão rápido quanto Venom come a cabeça de alguém, onde em Venom: Tempo de Carnificina, algumas situações, e passagens são tão corridas como Eddie em sua moto pelas ruas de San Francisco.

Com menos de 2 horas, Venom: Tempo de Carnificina mostra que não temos tempo para morrer de tédio, afinal tudo acontece num ritmo tão alucinante, tão ágil, que mesmo com um tempo de duração curto muita coisa acontece. Venom: Tempo de Carnificina tem tempo para trabalhar (e muito bem) a relação de Eddie e Venom,  introduzir a ameaça de Cletus, sua história de origem, a de sua parceria Frances (Naomie Harris, um pouco sub-utilizada mas bem quando tem destaque), e ainda trazer de volta, a advogada Anne de Michelle Willians e seu agora noivo Dan (Reid Scott).

Ufa! Realmente é um tempo de carnificina mesmo, afinal, para isso, os corpos se empilham na medida que Venom e Eddie precisam colocar suas diferenças de lado para combater o novo simbionte na área, um vermelho, (e muito mais perigoso) que surge quando Cletus morde Eddie, ganha novos poderes, um novo aliado e se torna um enorme e vermelho simbionte chamado Carnificina. Assim, Venom: Tempo de Carnificina mostra que todo anti-herói tem alguém para chamar de seu ao seu lado e aqui temos um quarteto de pessoas (e simbiontes) prontos para lutarem nos momentos finais e na grande batalha final.

Em termos de produção sinto que Venom: Tempo de Carnificina realmente recebeu um upgrade e vemos que os efeitos visuais ficaram melhores e as cenas feitas por computação gráfica chamam mais atenção. Um avanço em relação ao primeiro filme, sem dúvidas.

E claro, Hardy abraça, e principalmente, compreende quem é, e para onde, Eddie deve ir, e se diverte totalmente com as interações do jornalista com o personagem alien que continuam com boas piadas e bons momentos. Harrelson se mostra extremamente confortável no papel do pirado Cletus e realmente se mostra um ator que sabe brincar com aquilo que é dado. Já Williams e Harris entregam poucos e bons momentos, onde Willams tem duas cenas em particulares que valem muito a pena, uma envolve a Sra. Chain (Peggy Lu) que simplesmente sensacional. Já o ator Stephen Graham, como o detetive Mulligan, realmente parece que deverá ter um futuro interessante dentro da franquia da Sony.

 

Assim, Venom: Tempo de Carnificina acaba por ser um filme para os fãs, feito para os fãs e que se apoia em replicar tudo que deu certo no primeiro filme e aqui aplicar de uma forma que soa um pouco maior, mais barulhenta e extremamente non-sense. E funciona, e como funciona.  A compreensão do estúdio do produto que tem nas mãos e a forma como Andy Serkis, Marcel e Hardy, conseguem fazer com que Venom passe pelo mundo dos super-heróis sem ter nenhum deles no centro é louvável.

No final, com Venom: Tempo de Carnificina fica claro que Homem-Aranha pode ser a joia da coroa da Sony, mas Venom, com certeza, é coração e com um carisma gigante mostra que há histórias diferentes para serem contadas. Aqui isso fica claro até a cena pós-crédito do longa. Até Venom 3 pessoal!

Avaliação: 3 de 5.

Venom: Tempo de Carnificina chega em 7 de outubro nos cinemas nacionais.

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